VRUUMM
A VRUUMM talvez seja um dos projetos instrumentais experimentais mais interessantes da música contemporânea. Formada em 2014 pelo saxofonista Anderson Quevedo, que acompanha artistas como Criolo, Bixiga 70, Otto, Emicida e Trupe Chá de Boldo, a banda tem como premissa de transportar a cultura do sample, disseminada pelo Rap, para o universo do Jazz.
Após o lançamento do debut, VRUUMM (2015), não demorou para a identidade ir se solidificando; e pouco depois vieram 3 EPs lançados via selo Freak.
Os EPs do quinteto: RAGGAVRUUMM (2017), produzido por Guilherme Kastrup (Elza Soares). Segue no Caminho (2017) com colaboração do grupo de rap Elo da Corrente, e Gomes Smit é o Terror! (2018).
A estética visual da cultura do hip hop, skate, grafitti e da rua acabam transparecendo através da música. Feito imagens sensoriais que a brisa que ouvir o som da VRUUMM naturalmente projeta em nossa mente.
Eles definem seu som como Acid Jazz, variação que mescla elementos jazz com soul music, funk e música disco. O que de fato deixa o som deles bastante urbano e contemporâneo. Entre as referências eles citam dos clássicos Miles Davis à James Brown, de Eumir Deodato à King Crimson. A última inclusive inspirou o nome do grupo, já que a veterana banda tem um álbum chamado VROOOM VROOOM. Mas também lembram dos ótimos contemporâneos Bad Bad Not Good e o saxofonista Kamasi Washington.
Com o segundo disco Anderson deixa clara a proposta um tanto quanto lisérgica. Segundo o músico o objetivo era exatamente o de “criar paisagens sonoras tanto para a alma como para o corpo”, e ele conseguem. Junto da barca ele está acompanhado de músicos experientes de grupos como Garotas Suecas, Mel Azul, Projeto Coisa Fina e MeioFio.
O álbum foi gravado no estúdio Da Pá Virada por Big Rabello e Fred Pacheco e mixado por Big Rabello. A faixa “Gizza” conta com participação do percussionista Julio Dreads Oliveira.
O álbum ao longo de suas oito faixas nos desconecta da realidade mundana e permite com que cada narrativa desencadeie uma sensação distinta para o ouvinte. “Pizza Brizza”, se emancipa e dá as caras para o disco que tem um leque de possibilidades, e oceanos, para navega. Quebradiça e ritmada, ela evolui de maneira bastante sensorial. “The Ditch Dimension” soa como uma viagem psicodélica tridimensional feito os filmes de Gaspar Noé.
“13 de Baixo” é mais cadenciada feito uma bossa e cria uma atmosfera particular feito a trilha de uma fase de videogame e suas progressões. “Brizzas Também Amam” tem uma levada progressiva bastante forte. As guitarras ganham força e derretem no equalizar do horizonte.
Já “Fake News” tem uma pegada meio Coltrane, meio 007, meio cassino. Dá assas para o improviso, traz teclados e outras brisas características de uma jam session. Quando ela parece crescer, feito uma cena tensa, ela acaba evaporando no horizonte.
“Gizza”, por exemplo, nos leva para um deserto onde podemos relaxar ao som do sax. Já “Peraí” parece trilha de filme de suspense, seu groove cheio de ginga e espírito free jazz entram de cabeça na narrativa. Swing não falta também para “Tony Brizza”, que se desconstrói e irradia feito a trilha de Pulp Fiction, colocando um ponto final no álbum.
Hoje fazemos a Premiere de três vídeos lançados ao vivo através do projeto ao vivo Sesc Instrumental. Confira as gravações para “The Ditch Dimension”, “Tony Brizza” e “Pizza Brizza”.
This post was published on 24 de março de 2020 12:38 am
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Uau! Muito obrigado pelo review Rafael!!