Eduardo Praça, é um velho conhecido do cenário indie paulistano, sendo parte do Ludovic e por anos estando a frente do Quarto Negro. Sob o codinome Apeles, seu projeto solo, neste ano ele lançou seu segundo disco, Crux (leia mais).
O disco vira a chave a cada uma de suas 8 faixas. Se preocupando em trazer um pouco de si a cada pedaço mas sem querer se fechar em formulas (ou caixas).
É um registro de vanguarda, que conversa com um mundo em colapso mas de uma forma bela e genuína. Como podemos ouvir na magnética, “Crux”.
A melancolia dos domingos sob a ótica de Eduardo Praça acaba transparecendo tanto na faixa como no clipe. “Pássaro Nu” traz cenas de uma São Paulo que além de não dormir: desperta um sentimento singular em cada um dos seus habitantes.
Através das lentes do diretor Gabriel Vieira de Mello, Apeles escolheu logo uma virada de domingo para segunda-feira para traduzir esta sensação de vazio tão intenso de uma metrópole que durante o dia não deixa ninguém descansar.
Direção: Gabriel Vieira de Mello
Roteiro: Gabriel Vieira de Mello e Eduardo Praça
Assistente de Direção: Daniel Barosa
Agradecimentos: José Menezes, Lucas Justiniano e Gabriel Soares
Conversamos com Eduardo para saber mais sobre os ares desta São Paulo e descobrimos mais sobre sua estranha relação com os domingos.
“Pássaro Nu foi uma das primeiras músicas que fiz para o álbum, e ela era completamente diferente do que o resultado final. A primeira versão dela era mais rápida e tinha um ar quase de country music.
Ao longo do processo de produção do álbum, coloquei alguns synths e outros o Thiago Klein, meu parceiro de Quarto Negro, também gravou alguns, mas foi quando diminui a velocidade da música drasticamente que ela chegou no clima que eu queria.
A letra fala muito sobre oscilações de ânimo e perspectiva que convivo em relação a fazer música no Brasil, quase como um pedido de socorro para ter as pessoas ao lado nos momentos difíceis.”
“Percorrer São Paulo vazia nas madrugadas é quase um hábito que eu e muita gente tem. Quando comecei a conversar com o diretor, Gabriel Vieira de Mello, a primeira coisa que pensamos foi filmar São Paulo nas madrugadas de domingo para segunda, que é quando ela está mais vazia.
Sempre tive uma relação estranha com os domingos, eu acabo por sentir muito aquela melancolia e decidimos retratar isso numa perspectiva minha.
This post was published on 7 de novembro de 2019 12:23 pm
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