Um projeto pessoal acabou ganhando asas. O primeiro registro solo de Lorena Firmino vem em boa hora e chega para colorir com tons pastéis o novo cenário de música independente nacional. Natural de Maceió (AL), ela já tem uma trajetória dentro da música tendo passagens por bandas cover e participado recentemente da faixa “Calor” (Ouça Aqui), do conterrâneo Robson Cavalcante. Sob o codinome de LoreB, a artista lança hoje em Premiere no Hits Perdidos seu primeiro álbum.
Este que traz referências de MPB, indie Pop, reggae, música latina e até mesmo Acid Jazz. O lançamento foi gravado no Estúdio Sala Norte e contou com produção de Junior Braga (The High Club) e Pedro Soares (Unidade Nova Praia), mixagem de Diogo Resende e masterização de Jair Donato. O disco está sendo disponibilizado via Life Records.
No debut de LoreB, Lorena assina os vocais, Júnior Braga colabora nas vozes, programações, teclados, guitarras, baixo e violões. Já Pedro Soares, nas vozes e percussões, Rudson França, na bateria em “Andarilho”, Letícia Santana (na percussão de “Andarilho” e “Caber”); e Felipe de Vas nos vocais de “Amnésia”.
As gravações aconteceram entre março e agosto de 2019.
Colorido, cheio de camadas e com ótima produção, o disco faz um passeio por uma gama de referências que se alinha ao pluralidade pop contemporâneo. Entre sintetizadores, beats pulsantes, ondas tropicais e busca por raízes, algumas de suas canções já nasceram prontas para cantar.
Tendo até espaço para a influência da música latina, seja pelos batuques, como por sua carga rítmica. Com direito até a um reggae tropical cantado em espanhol. Entre as referências citadas aparecem nomes como Céu, Men I Trust, Moonchild e até mesmo Manu Chao, mostrando como o álbum consegue agregar universos.
“Flores Amarelas” chega de mansinho com seus synths e teclados vibrantes, pintando no horizonte um clima intimista que convoca o ouvinte para mais perto. O cuidado com os arranjos faz a produção se destacar. Agradando de fãs de Acid Jazz, hip hop e MPB.
Seus versos delicados ganham tons pastéis no horizonte e permitem sensações conforme se repetem. Tudo isso com vocais com a doçura de artistas como Céu e KT Tunstall.
“Ska Amy (Caber)” o próprio nome já remete a Amy Winehouse, diga-se de passagem uma amante do ritmo jamaicano. Se a inglesa fazia apresentações ao lado dos Specials, na faixa a alagoana duela nos vocais com Pedro Soares. Uma faixa para cantar junto e quando notar, correr o risco de se pegar dançando.
Já “Vazio” volta a deixar o clima mais sério, a balada política por sua vez destaca o potencial vocálico de LoreB. O “Vazio Moral” traz críticas indiretas aos comportamentos conservadores, e explosão de ódio, despertado nas eleições.
A batida volta a se misturar aos batuques na intensa, e indie pop, “Amnésia” – um dos grandes destaques do registro. Uma canção que cresce na medida certa e desafoga seus sentimentos. Se liberta do passado para se reconstruir, de forma doce, leve e solta. O recomeçar ganha melodias pops, desafoga os pulmões e se prepara para a retomada.
O reggae ganha força em “Rosa”, que se rende ao espanhol e a uma ardente paixão. LoreB aproveita para explorar seu potencial vocálico ao estender seus versos em um clima um tanto quanto cigano.
Mas quem fecha mesmo é “Andarilho”, a mais “agitada” do registro. Esta que carrega timbres bem calculados, teclados e percussão que nos induzem ao caminho wanderlust de um andarilho em sua jornada. O se perder no amor para quem sabe algum dia se encontrar.
Conversamos com Lorena Firmino, a LoreB, para saber mais sobre este primeiro lançamento e origens. Confira!
Lorena: “Sim. Eu tinha umas composições guardadas e sempre tive vontade de gravá-las. Eu queria gravá-las para uma realização pessoal, uma meta. Mas no meio do processo de gravação, eu não queria mais que fosse só uma meta, e aí decidi mostrar pro mundo os resultados que, para mim, foram melhores do que eu esperava.”
Lorena: “O conceito do disco partiu do princípio de misturar elementos eletrônicos, timbragens modernas com elementos orgânicos, percussivos, brasileiros, latinos…”
Lorena: “As composições por terem sido compiladas por um tempo, cada uma tem um significado diferente por terem sido compostas em diferentes momentos.
A música “Vazio moral”, por exemplo, tem uma letra mais política porque foi composta num período de eleições. “Amnésia”, foi feita num período mais sentimental, apaixonada, e por aí vai…
Os artistas da MPB são as referências que devem me acompanhar até hoje. Eu gosto de composições que exigem um pouco mais da nossa reflexão. Por mais que hajam refrões “chicletes” em algumas músicas, elas são cheias de metáforas e analogias.
O que eu mais gosto nas artes, de uma maneira geral, é a possibilidade de haver várias interpretações diferentes para uma única obra.”
Lorena: “Admiro bastante o trabalho de artistas como Wado, a banda Mopho, Gato Negro, mais uma galera aí que caminha do meu lado como Yo Soy Toño, Felipe de Vas, Robson, as banda Milkshakes, Unidade Nova Praia, The High Club, azul azul, enfim.
Apesar de não sermos tão valorizados pelos próprios locais, não perdemos em qualidade pra nenhum lugar do Brasil, muito pelo contrário.
This post was published on 23 de outubro de 2019 11:05 am
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