Cabeça Óca lança live session com “a cara de São Paulo”
Cabeça Óca lança live session com a cara da capital paulista. Cidade que de certa forma carrega um pedacinho de cada canto do planeta.
São Paulo tem algo que é dela. Não é apenas o cruzamento das avenidas São João e Ipiranga que a torna tão única. É também destes encontros e desencontros onde vive sua magia. Do andar na calçada aos ruídos das buzinas, seu ritmo acelerado, a luta para não perder o compasso. Tudo junto e misturado.
Estes encontros acabam promovendo choques de cultura. E desta rica mistura a música acaba ganhando novos tons. Uns mais quentes, outros mais ritmados. Dessa esquizofrenia que nos anos 90 tivemos o fenômeno chamado “pagode paulista“.
Um “samba nada purista” que abraçava ritmos como charme, o até então marginalizado sertanejo e o rap. Do subúrbio para as telas das TV’s. Era comum ver estes artistas subirem nos palcos da Globo, SBT e até mesmo na extinta Manchete.
A cidade da garoa acaba abraçando um pouco do Brasil. O norte se confunde com o sul as vezes em questão de quarteirões. Tudo muda, se mistura e ganha ainda mais capítulos à parte.
Quando ouvi o single “Vida de Cão” do grupo paulistano Cabeça Óca pensei: isto é tão São Paulo. A mistura, seu ritmo ora apressado, ora desacelerado é um pouco de seu charme.
A lambada, o carimbó e o tecnobrega, ritmos do norte, e amados na querida Belém (PA), caem feito uma luva na cumbuca do quarteto que traz melodias e produção refinada.
Eles ainda contam que o baião, o xote, o fado e música latina ainda transparecerá nos próximos capítulos de sua jornada mas hoje eles lançam seu single através de uma live session.
Cabeça Óca lança live session
Por mais que não seja pagode “a praia” destes paulistas é essa mistura que dá a liga. Eles lançam hoje em Premiere no Hits Perdidos a live session para o primeiro single de seu disco.
Esta que assim como o álbum, foi gravada no Estúdio da Pá Virada. O registro que será lançado em setembro teve a produção musical de Thiago Big Rabello.
O grupo que conta em sua formação com Sérgio Hime (teclado e guitarra), Felipe Fretin (voz) e Waldyr Bitetti (percussão) e o guitarrista Emil Kopaz traz uma nova versão para uma faixa já conhecida dos fãs.
Vida de Cão!
Para entender melhor entrevistamos os músicos que passaram suas impressões para os leitores do Hits Perdidos. Confira!
A Pluralidade Musical
“Acredito que essa faixa mostra bem a transição da banda. A gente se inspirou em alguns gêneros do Norte, como a lambada, o carimbó e o tecnobrega, pra trazer essa nova dinâmica e sonoridade para essa faixa em especial, que era bem mais intimista na versão original”, revela o guitarrista Emil Kopaz.
A Transformação e o Momento Atual
“No começo, o grupo se inspirava muito em formações de grupos regionais, tradicionais, o que se refletia inclusive nos instrumentos usados até então, como cavaco, bandolim e pandeiro.
O que antes parecia mais uma homenagem às velhas formações de cordas e percussão do choro e do samba, hoje é uma banda mais contemporânea, atual.
A ideia sempre foi nos modernizar musicalmente, e gradualmente acredito que conseguimos alcançar essa mudança sem perder nossas referências”, explica o vocalista Felipe Fretin.
As Gravações
“O período em estúdio foi muito importante para essa transição de sonoridade e conceito, porque tivemos bastante tempo para trabalhar as músicas, explorar timbres, instrumentos, arranjos, e inclusive mudanças no próprio repertório, o que foi decisivo para resultado final do trabalho”, comenta o tecladista e guitarrista Sérgio Hime.