“O novo EP do Fábio Cardelli, Cardellicious, é divertido feito tirar a tarde para ver sessão da tarde. Com doses homeopáticas de bom humor ele parece brincar com as mais diversas situações cotidianas.
Carrega um repertório que ora bebe do powerpop, ora transgride como o grunge e ora fita pela liberdade como o garage rock. São 15 minutos que passam voando e entretem. Em um mundo repleto de (intragáveis) hard news, é um alento.”
Foi assim que descrevemos o EP do paulista no começo de 2018 e agora ele chega com um “Easter Egg”. Sim, isso mesmo uma produção audiovisual com a sua cara.
A Carne da Flor
No dia 19/06 o músico Fábio Cardelli lançou nas plataformas digitais o videoclipe para “A Carne da Flor”. Em resenha feita pelo Hits Perdidos ressaltamos a potência e plasticidade punk da composição.
“Se você se amarra em In Utero e Incesticide do Nirvana terá uma identificação instantânea com a fugaz e massacrante “A Carne da Flor”.
Inclusive o solo de guitarra soa como uma sirene de um prédio prestes a explodir. A letra parece vir de um sonho surreal onde todos conflitos vem a tona.”
Já o videoclipe dirigido por Jorge Maia, assim como os ideais de Cobain, faz uma crítica feroz a masculinidade tóxica presente em nossa sociedade.
“Eu definitivamente me sinto mais próximo do lado feminino do ser humano do quedo masculino, ou da ideia norte-americana do que um homem deve ser”, disse Kurt Cobain certa vez.
Talvez por esta imersão que o roteiro do clipe com muita delicadeza, e intensidade, faz tantas provocações. Sem medo de passar “ridículo”, ser julgado ou se contradizer. Essa é a alma da produção audiovisual que permite com que o espectador se dispa de seus preconceitos e máscaras sociais.
Sensorial, áspero, ácido, cômico, libertino e tenaz, o músico canaliza sua energia em mostrar como isto faz mal para todos que o acercam. O vídeo também tem o papel de celebrar os 15 anos de estrada do músico.
Os Easter Eggs
Claro que eles não iam ficar de fora!
Confira a lista de objetos autobiográficos que Fábio trouxe para dentro do vídeo.
Camisetas de bandas e coletivos (Culto ao Rim, Wasted Nation, Sinfonia de Cães, Escárnio e Osso, Cabongues, Visitantes), parceiros, amigos (Ludovic, Zefirina Bomba, Seminal, Popstars AcidKillers), livros, VHS (The Year Punk Broke, TAZ) e L7, sua banda favorita e influência principal na construção criativa do músico.