[Premiere] Paulo Rocker (Gramofocas) volta a música e mostra os bastidores de seu novo EP

Lembro bem quando em 2004 apareceu nos fóruns de MP3 (sim, usávamos isso) o álbum Sempre que Eu Fico Feliz Eu Bebo do Gramofocas. Devo ter ouvido aquele disco mais de 100 vezes.

Cantarolado as provocações ao hardcore melódico californiano, imaginado a cara da Raquel, dado risada com “Eu tenho medo do Chico Cézar”, e consequentemente ficando com “Garota Comunista”, “Viva Boris Yeltsin!” e “Só por Causa de Você” na cabeça.

Inclusive comemorava cada vez que o clipe deles passava na MTV Brasil pois o humor e aquela estética “Piores Clipes do Mundo” era genial.



Nunca consegui ver a banda ao vivo, infelizmente. A minha maior alegria estava justamente em ir aos shows do Carbona e poder conferir a versão dos cariocas para “Sempre Que eu Fico Feliz Eu Bebo”. Canção que Henrique Badke sempre lembrava que era do Gramofocas, banda de Brasília (DF), e que era fã.

Pois bem, Henrique consequentemente acabou ajudando Paulo a voltar para a música. Após dois anos do fim do Gramofocas Paulo já rascunhava faixas e mostrou uma delas para Badke.

Como Rocker conta no Making Of, que está sendo lançado hoje com exclusividade para o Hits Perdidos, Henrique “pilhou” em ajudar para que o EP se tornasse realidade.


Paulo Rocker & os Rockaways. – Foto: Divulgação

Os músicos foram até Porto Alegre (RS) para gravar o registro no Hill Valley Estúdio. A escolha se da pelos artistas envolvidos, além de amigos, serem amantes do punk rock.

Para o registro foram convocados e formam Paulo Rocker & os Rockaways: Davi Pacote (Os Torto), nas guitarras, e o baterista Rogério Ribeiro dos Rotentix. No projeto Paulo além de cantar ainda toca baixo e Davi assina a produção.

Desta forma o power trio gravou 4 canções, estas que foram lançadas no dia 28/09.

Claro que Badke não ia ficar fora da reunião e faz participação em “É Por isso”. “Gigante Guerreiro Joey Ramone”, “TV Aberta” e “Tarde demais (Amnésia)” também fazem parte do registro e tiveram videosclipes dirigidos por Sergio Caldas (que também assina o making of). Já o EP, Paulo Rocker & os Rockaways, foi lançado pelo selo carioca Morcego Records.



O EP

O EP homônimo é curto mas serve um pouco para curar a abstinência dos fãs por novas composições. Se o Gramofocas deixou saudade, Paulo no lançamento reativa o melhor espírito dos brasilienses trazendo canções de bebedeiras e celebrando, consequentemente, a amizade e sua volta aos estúdios.



São pouco menos de 8 minutos de duração, 4 canções, papo direto e reto. Fazer punk rock inspirado em Ramones não é fácil, já diriam os mais experientes, pois quanto mais rápidas são as canções, melhores elas tem que ser. Tanto em suas melodias como em sua explosão. Detalhe que o trio tira de letra.

O EP começa com “É Por Isso” que como Rocker conta no making of foi composta durante a volta do Gramofocas, mas como também conta a banda acabou algum tempo depois, até por isso ela tem todo esse espírito nostálgico.

Nela Paulo fala do prazer sobre tocar rock, subir num palco e estar fazendo o que tanto ama. A faixa que confessa seu amor pelo estilo de vida ainda conta com a participação de Henrique Badke do Carbona. Celebrando a felicidade, bebedeiras e estar rodeado por velhos amigos.

A muitos anos tive a oportunidade de ouvir o tema de “Gigantor” na versão do Helmet para a coletânea Saturday Morning cartoons’ greatest hits (1995) e foi a primeira coisa que pensei ao ouvir “Gigante Guerreiro Joey Ramone”.

A faixa que além de remeter aos heróis e HQs, tão amados por Joey, ainda homenageia a lenda do punk rock e seu legado. Falando que mesmo que de outra dimensão, ele olha pela boa música e celebra poder dos três acordes.

Na canção ainda vemos menções a Debbie Harry (Blondie), Jeffrey Hyman (nome real do Joey Ramone) e a “R.A.M.O.N.E.S” no trecho “Misfits, Twilight Zone”.

O espírito Gramofocas de dia pós bebedeira e romance transparece em “TV Aberta” que fala sobre a alegria dos pequenos momentos a dois. Mas quem encerra o EP é “Tarde Demais (Amnésia)”.

Mais literal impossível, pois fala sobre perder a consciência –  e as estribeiras – após uma noite regada a gin – y otras cositas más. O famoso “apagão” que todos ao menos uma vez na vida passam.


This post was published on 2 de outubro de 2018 11:00 am

Rafael Chioccarello

Editor-Chefe e Fundador do Hits Perdidos.

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