Fazer o Hits Perdidos é muito gratificante. Pois por aqui conseguimos falar sobre bandas experientes com mais de 30 anos de estrada, bandas de 5 anos que ainda estão se consolidando e também de quem acabou de iniciar sua jornada.
Todas estas fases tem seu valor, seu aprendizado e sua vontade de continuar fazendo o que ama. A cada vez que chega alguém querendo mostrar seu trabalho, tento dar algumas dicas sobre como deve ser a abordagem, como pode traçar uma estratégia para a carreira e quais possibilidades pode seguir. Não há regra mas existe trabalho.
Muitos pensam que um disco acaba no estúdio de gravação, e muito pelo contrário. A parte criativa é deliciosa e todo esmero nela é válido. Porém sabemos que para que o mercado te note é necessário o exercício de “correria” em todos os âmbitos, de fechar shows, parcerias, mídia, preparar um bom book de fotos de divulgação, produzir videoclipes e tantos outros fatores necessários para que sua arte chegue a maior quantidade de pessoas possível.
Recebi recentemente o material da musicista Bianca Rhoden. Ela é natural de Porto Alegre (RS), tem apenas 21 anos, é cantora, compositora, produtora musical formada em Produção Fonográfica pela Unisinos.
Apesar de jovem sua trajetória começou desde pequena quando já cantava e compunha canções em português e inglês. Passou a se aventurar por diversos estilos. Tendo aprendido a tocar violão e guitarra.
Aos 17 ela teve sua primeira banda a Urso Polar que durou por três anos (2014-2017). Ela era vocalista do grupo de rock alternativo. No ano passado passou a criar a identidade do que seria seu projeto solo. Suas influências são de ritmos como R&B, soul music, música eletrônica e alternativo.
Para produção de suas canções tem trabalhado em conjunto com Gabriel Gobbi. No momento ela está em estúdio focada em entregar seu primeiro lançamento oficial mas em setembro tivemos a primeira prova do que virá.
Foi lançado o single “Purple Rain” este que conta com uma capa feita pelo designer suiço David Stenbeck. Para testar suas primeiras composições sob seu nome ela realizou recentemente seu primeiro show. De maneira solo e sem a presença de outros músicos. Em um futuro breve ela pretende realizar shows no formato banda.
“Purple Rain” é uma canção que conversa com a era do pop que estamos vivendo. Através do mix de música eletrônica com R&B e sintetizadores oitentistas. Bem produzida ela com certeza agradará de fãs de artistas como Marcella, L I A K A P P a fãs de trip hop contemporâneo.
Sua letra como a própria compositora diz fala sobre o drama da ansiedade que dialoga com toda a paranoia e medo constante vivido por milhões de pessoas. Essa constante luta interna por querer resolver tudo para ontem mas ter medo do que o futuro lhe reserva.
Medo de se frustar e lidar com uma pressão mais pesada que os próprios ombros. Talvez o mal do século e por isso que acredito que gerará identificação instantânea com o ouvinte.
[Hits Perdidos] Queria que contasse um pouco de sua trajetória até aqui. Vi que fez parte do projeto Urso Polar e no youtube tem até vídeo se apresentando em um colégio mais nova.
Bianca Rhoden: “Como tu pudeste ver, desde a escola eu já era envolvida com música. Saí de lá direto pra faculdade de Produção Fonográfica (um curso de gravação e produção musical), me formei e hoje trabalho em um estúdio de gravação.
Durante o período da faculdade, participei da banda de indie rock Urso Polar, dos meus 17 aos 20 anos, como vocalista. Depois a banda foi parando…
Como eu sempre quis um projeto que eu tivesse 100% de liberdade para produzir e lançar músicas de minha autoria, e também em outros estilos, resolvi lançar minha carreira solo.”
[Hits Perdidos] Em setembro você lançou o single “Purple Rain” como trilha do Pulso, projeto da artista An Bezzi e Bruno Deos. Como rolou isso? O que seria o projeto em si?
Bianca Rhoden: “A An Bezzi é uma grande artista e amiga aqui de Porto Alegre, e tinha me pedido uma música que conversasse com a proposta do Pulso, um projeto audiovisual criado por ela e pelo Bruno Deos, que mistura artes, dança, skate e música, na rua, o meio urbano.
[Hits Perdidos] Sobre a faixa, porque “Purple Rain”, seria uma homenagem ao Prince?
Você mistura R&B, soul music com batidas eletrônicas lembrando o estilo que consagrou artistas como LORDE, Crystal Castles e Charli XCX. Conte mais sobre suas inspirações tanto artísticas como para as composições. Como tem sido o processo?
Bianca Rhoden: “Quando eu compus “Purple Rain”, não tinha intenção de associar a letra ou o nome com o Prince. Por mais que o cara fosse incrível, eu nunca tive o hábito de ouvir a música dele. Foi tudo uma coincidência (risos).
“Purple Rain”, na minha composição, foi uma metáfora que criei pra falar sobre a ansiedade, que é o assunto que a música trata, e que é um problema que já enfrentei e vejo muita gente passando nos dias de hoje.
Vejo a ansiedade como uma sensação angustiante que te tira o ar, como uma chuva densa, vinda de uma nuvem escura que pode te perseguir insistentemente. É daí que surgiu o nome de “Purple Rain”.
Eu componho músicas desde pequena, e sempre deixei o processo fluir livremente, assim criava músicas em diversos estilos. Quando decidi lançar minha carreira, escolhi manter uma certa linearidade, e quis compor o tipo de música que eu sinto vontade de ouvir quando chego em casa.
A harmonia e o ritmo de black music, R&B, soul, mexem demais comigo. E a produção eletrônica que é feita em cima desses estilos hoje em dia também me deixa maravilhada.
É o que mais gosto de ouvir. Escuto artistas como Frank Ocean, Tom Misch, The Internet, o produtor KAYTRANADA, e com certeza a música deles influencia na minha criação.”
[Hits Perdidos] Gostei bastante da arte da capa, de onde vem o conceito e que ideia queria passar?
Bianca Rhoden: “A arte foi feita pelo designer David Stenbeck (instagram: @dovneon), diretamente da suíça. Tanto pelas cores, a água e o fato da pessoa estar submersa, achei que retratava perfeitamente a música. Portanto, eu e David fizemos uma parceria pra que a arte acompanhasse meu single.”
[Hits Perdidos] Vi que recentemente fez o primeiro show neste formato ao lado das bandas Marilenes e Suco Elétrico. Como foi? Como funcionou no palco?
Bianca Rhoden: “Eu apenas abri a noite para as bandas. Já fazia um ano que eu não me apresentava, então aceitei o convite pra ”sacudir a poeira” (risos). Foi voz e guitarra, mas esse não é o formato de show que pretendo usar na minha carreira.”
[Hits Perdidos] Em seu repertório você conta com covers também. Quais?
Bianca Rhoden: “No meu repertório continha Drake, Khalid, Musiq, Dua Lipa e Ariana Grande.”
[Hits Perdidos] Além disso você já testou novas composições como “Trip”, como foi a aceitação? Vi que pretende também num próximo evento tocar ao lado de uma banda, como acha que o som vai ganhar corpo?
Bianca Rhoden: “A aceitação de “Trip” foi ótima… Eu planejo que os shows tenham um formato mais eletrônico, com produção ao vivo, ou ao menos pad e sintetizador. Algumas músicas serão mais temperadas com guitarras. Mas ainda estou averiguando a viabilidade de tudo…”
This post was published on 19 de março de 2018 11:06 am
The Vaccines é daquelas bandas que dispensa qualquer tipo de apresentação. Mas também daquelas que…
Demorou, é bem verdade mas finalmente o Joyce Manor vem ao Brasil pela primeira vez.…
Programado para o fim de semana dos dia 9 e 10 de novembro, o Balaclava…
Supervão evoca a geração nostalgia para uma pistinha indie 30+ Às vezes a gente esquece…
A artista carioca repaginou "John Riley", canção de amor do século XVII Após lançar seu…
Quando foi confirmado o show do Travis no Brasil, pouco tempo após o anúncio do…
This website uses cookies.