Vocês pediram e em 2018 teremos mais espaço para bandas e artistas estrangeiros no Hits Perdidos. A novidade é que todo mês traremos por aqui artistas que estão lançando novos materiais e que ainda são desconhecidos no país.

É claro que um ou outro você viciado em descobrir nova música irá conhecer mas a ideia é através de uma playlist te apresentar novidades da música gringa.

Assim como o verão este mês de janeiro já chega quente com uma porrada de lançamentos. Bandas como Black Rebel Motorcycle Club, Franz Ferdinand, David Byrne, BØRNS, Hinds, The Vaccines, Ride, Pond, Karen O, EELS, Ron Gallo e The Offenders até agora lançaram novos discos ou singles e o release radar do Spotify a cada semana nos atualiza com as melhores novidades da música.

Mas estamos aqui para falar justamente dos Hits Perdidos. Artistas e bandas que estão produzindo e conquistando seu espaço nas principais playlists da plataforma. Ao menos para mim eles foram novidades.



1 FMFL “Just Blink Twice”


Provavelmente você ainda não conheça o FMFL mas caso acompanhe a música independente brasileira provavelmente já ouviu outro projeto do Adam. O produtor inglês Adam Matschulat também integra o Godasadog, este em parceria com Victor Meira da Bratislava. Isso porque ele morou um tempo no Brasil e numa dessas noites mágicas ele conheceu o Victor. Juntos eles lançaram dois álbuns, o mais recente em 2016.

Além do Godasadog e FMFL ele toca outro projeto o Matschulat, este mais eletrônico / experimental. Mas estamos aqui para falar sobre o FMFL, que é o anacrônico para Functional Music For Lovers.

Em seu novo projeto ele vai para um campo ainda não explorado: o do synthpop / Dream Pop. A música é suave, emotiva e bastante minimalista. Irá agradar fãs de Mazzy Star a Radiohead. Sensitivo as canções focam no “eu” interior e nos conflitos mais pessoais, de certa forma ele tira uma máscara para falar de seus dramas mais íntimos.

“FMFL é um portal para um lugar mais vulnerável e mágico. É inocente e incrível, sai do fundo do coração”. – comenta Adam que vive a 10 anos em Deptford, no sul de Londres

Para aquecer para o álbum de estreia, Functional Music For Lovers, ele agora na segunda quinzena de janeiro lançou seu primeiro single, “Just Blink Twice”. Este que segundo ele descreve uma pessoa amada que trilha um caminho autodestrutivo, mostrando como o outro percebe, consola e reafirma segurança com palavras.

“Eu sempre quis compor canções, mesmo que até hoje meu papel tenha sido apenas o de produtor. Foi um processo interessante o de me auto-produzir, porque requer muito tempo e paciência, distanciamento entre os papeis de criador e produtor. É desafiador manter a essência e o coração da música alinhados à sua produção. Eu não sou um cantor profissional, tive treinamento vocal para o teatro no passado, mas definitivamente não sou um cantor. Então, para mim, trata-se de entregar as mensagens do meu próprio jeito, plenamente consciente das minhas limitações”. – comenta Adam

O álbum de estreia contendo 11 faixas, será lançado no mês de Maio.



2 Blushing “Weak”

A Blushing de Austin (Texas, EUA) lança nesta sexta-feira (26/01) seu segundo EP. – Foto Por: Jake Soto

Nos últimos dias pude descobrir o trabalho dos texanos do Blushing. A banda se formou no verão (nosso inverno aqui no Brasil) de 2015 quando dois casais se juntaram para fazer música.

Michelle Soto (Guitarra / Vocais) decidiu compartilhar com Christina Carmona (Vocais / Baixo) canções que vinha compondo na guitarra. Não demorou muito para a amizade se transformasse em parceria. Christina por sua vez já praticava canto, então foi só pegar um baixo e juntas aperfeiçoaram aqueles riffs. Assim saindo as primeiras composições que dariam origem ao primeiro EP, Teather (2017). Após isso elas convocaram seus maridos Jake Soto (Bateria) e Noe Carmona (Guitarra, Teclados e Vocais).

Nesta sexta-feira (26/01) eles estão prestes a lançar seu segundo EP, Weak. Este que como a própria banda descreve tem como pilares bandas clássicas do Dream Pop como Lush, Cocteau Twins, The Sundays e tantas outras que fizeram a cabeça das guitar bands.

Fãs de Raveonettes, The Jesus & Mary Chain, Slowdive, Cigarettes After Sex, The Underground Youth, The Pastels, Yo La Tengo e Dum Dum Girls definitivamente não se decepcionarão. Pudemos ouvir o EP que conta com cinco canções antes e adiantamos que o Hit Perdido do disco é justamente a energética e dark “Love You Twice”.

O álbum foi gravado nos estúdios da Bad Wolf Recordings em Austin (Texas, EUA). No sábado (27) eles lançam o EP em show ao lado do Ringo Deathstarr no clube local Cheer Up Charlie.


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3 Caroline Rose “Soul No. 5”

Caroline Rose prepara seu segundo álbum. – Foto: Divulgação

Caroline Rose de Burlington (Vermont, EUA) está prestes a lançar seu segundo álbum em 2018. Loner é o sucessor de I Will Not Be Afraid lançado a quatro anos.

O novo disco será lançado através do selo New West, para aquecer ela logo já soltou dois clipes, “Money” e a impactante – e potente – “Soul No 5”. Sua influências explicam de fato a bizarrice musical que seu som transparece: The Cramps, Blondie, Ace of Base, Justin Timberlake, The Gun Club, St. Vincent e Tom Waits.

Realmente tem espaço para tudo isso. Tem horas que seu som soa como um rockabilly misturado com pop e em outras ela experimenta do synthpop e rock de garagem. Dá para dizer que se ela chegar aos ouvidos certos terá sucesso. É definitivamente uma das apostas do Hits Perdidos para 2018.



4 Dream Wife “Hey Heartbreaker”


Com nome inspirado na clássica comédia romântica de 1953, o power trio Dream Wife se formou em 2014 no bairro de Brighton (Londres, Inglaterra). Seu som é bastante abrangente e faz um mix de garage rock, punk e pop tendo como influências artistas como David Bowie e Madonna.

Um detalhe curioso é que sua vocalista Rakel Mjöll é islandesa. Completam o trio Alice Go (Guitarra / Vocais) e Bella Podpadec (Baixo / Vocais). Isso mesmo temos três integrantes que se alternam nos vocais.

A banda tem uma origem toda diferente. Seu conceito para tocar veio como parte de um projeto de arte conceitual – já que todas estudavam em uma escola de artes juntas – no qual tinha a ideia de tentar reproduzir “uma banda a partir de memórias de uma garota que cresceu no Canadá durante os anos 90”. Acontece que foi um sucesso o projeto e pediram para que elas não parassem, o que lhes rendeu inclusive uma turnê pelo Canadá em 2015.

O primeiro EP, EP1, veio logo em 2016 e neste começo de ano estão lançando seu primeiro álbum cheio.



5 Shame “Songs of Praise”

Songs of Praise é o álbum de estreia dos post-punkers do Shame. – Foto: Divulgação

Definitivamente o Shame é uma banda para ficar de olho. Tanto pelas ótimas influências como pela rápida guinada na carreira. Com bom humor e roupagem post-punk os ingleses do sul de Londres carregam influências das potentes – e clássicas – bandas: The Fall e Television Personalities. Além de entrelaçarem isso com a literatura de irvine Welch (Escritor de obras como Trainspotting).

O quinteto formado por Charlie Steen (Vocalista), Sean Coyle-Smith (Guitarra), Eddie Green (Guitarra), Josh Finerty (Baixo) e Charlie Forbes (Bateria) se conheceu na época da escola e montou ainda na adolescência a banda (em 2014). Eles deram a sorte de ter conexões familiares que levaram eles a ensaiar no pub Queen’s Head, conhecida casa da lendária banda local Fat White Family.

Mas definitivamente foi 2016 onde as coisas começaram a entrar nos trilhos. Após tocar junto de bandas emergentes como o Slaves e o the Garden eles tiveram a oportunidade de tocar no Pitchfork Music Festival Paris. Pouco tempo depois eles lançaram seu primeiro single pela Fnord Communications. No ano passado eles já começaram a preparar o disco de estreia, Songs of Praise, que foi lançado pelo selo Dead Oceans.



6 VoX LoW “Now You Are Ready to Spend”

VoX LoW é um duo parisiense que se aventura pelas ondas do Cold Wave. Foto Por: @Marionbarat

O VoX LoW é um duo de Paris, composto por Jean-Christophe Couderc e Benoit Raymond, que se aventura pelas camadas sonoras que seus integrantes puderam conhecer durante sua juventude nos anos 80/90. O som faz uma fusão interessante entre Post Punk, Cold Wave, música eletrônica e psicodelia.

Após uma série de singles e dois EP’s em 2018 eles estão lançando seu álbum de estreia, VoX Low, através do selo Born Bad Records.



7 Frankie Cosmos “Jesse”

Frankie Cosmos está perto de lançar seu terceiro álbum, sendo este o primeiro pela Sub Pop. – Foto Por: Matthew James Wilson

O quarteto Frankie Cosmos já tem uma estrada de respeito dentro do cenário indie norte-americano. Natural de Nova Iorque, o grupo liderado por Greta Simone Kline, está prestes a lançar seu terceiro disco, desta vez através da Sub Pop – selo o qual assinou contrato no ano passado.

Kline pertence ao cenário de Anti-Folk e lançou boa parte de seus materiais de maneira independente durante os 00’s.

O quarteto ainda conta com David Maine (Baixo / Vocais), Lauren Martin (Teclados / Vocais) e Pyenson (Bateria). Seu som mistura indie pop com lo-fi. O novo álbum já tem data para seu lançamento, 30/03, e se chamará Vessel.



8 tUnE-yArDs “I can feel you creep into my private life”

tUnE-yArDs é o nome artístico da musicista Merrill Garbus. – Foto: Divulgação

Após despontar com seu álbum de estreia Bird-Brains (2009), tUnE-yArDs chamou a atenção dos principais selos norte-americanos. O que levou Merrill a assinar com o renomado selo 4AD. Tendo conseguido novamente alcançar sucesso, desta vez em maiores proporções com o disco Whokill (2011).

No dia 19/01 ela lançou seu quarto disco, e terceiro pela 4ADI Can Feel You Creep Into My Private Life e me chamou bastante a atenção pela rica mistura que agrega estilos como Art-Pop, Indie Pop, lo-fi a beats eletrônicos.



9 Sunflowers “Castle Spell”

O Sunflowers é um dos grandes destaques do Rock português. – Foto: Divulgação

O Sunflowers é um duo psych punk / Garage Rock / Surf de Porto (Portugal) formado por Carlos de Jesus  (guitarra) e Carol Brandão (Bateria). Mas o som deles não se resume apenas a sonoridade e eles põe uma injeção de fuzz, teorias aliens e muita pizza.

Sim, o bom humor é uma das características dos tugas. Tudo começou em 2014 com gravações caseiras e segundo eles: tédio de ser um jovem no subúrbio.

Mas foi no ano seguinte que eles começaram a despontar no cenário nacional com seu segundo EP, Ghosts, Witches and PB&Js, o que os levou a excursionar por Portugal e Espanha e abrir shows para bandas como Thee Oh Sees, The Black Lips, The Parrots, JC Satán, Go!Zilla entre outras.

Em 2016 eles lançaram seu mais recente disco com um título bem “chapado”: The Intergalactic Guide to Find the Red Cowboy. O que resume bem o som deles que faz a cozinha do punk se fundir com a psicodelia sessentista ao rock’n’roll e surf music.

O segundo álbum do duo Castle Spell já tem data para ser lançado, 09/02, e já está inclusive em pré-venda no bandcamp.



10 Jaguwar “Crystal”


O Jaguwar começou como um trio formado em Dresden (Alemanha) por Oyèmi, Lemmy e Chris (que entrou em 2014). Desde então eles lançaram 2 EPs via Prospect Records e circulado com shows em toda Europa. Tendo se apresentado ao lado de grupos como Jetpacks, Japandroids e The Megaphonic Thrift. Essa banda é altamente “indicável” para fãs de My Bloody Valentine, uma das grandes influências do trio.

As coisas começaram a ficar grandes mesmo em 2016 quando eles na pura “cara de pau” enviaram um e-mail para a Tapete Records pedindo para ser banda de abertura da tour do The Telescopes. Com seu noise pop e som imerso no shoegaze eles entraram rapidamente nas playlists do selo e consequentemente no casting. As vezes ser cara de pau te leva a algum lugar, não é mesmo?

O ano passado foi um ano chave para que 2018 seja o maior ano da história da banda. Eles se trancaram no Tritone Studio na região da Bavária para gravar seu novo single “Ringthing”. Este que faz uma ponte entre duas incríveis bandas na “cara dura”, The Cure e Ride. O tão aguardado álbum saiu agora no dia 12/01 (Dica: já tem no New Albuns Release.Net)



11 King Woman “I Wanna Be Adored (Stone Roses)”


A King Woman é uma banda Doom/Post-Metal/Shoegaze de São Francisco (Califórnia, EUA). Inicialmente ela foi formada por Kristina Esfandiari como um projeto solo após sair do Whirr. Porém logo depois entraram Peter Arensdorf (Baixo), Joey Raygoza (Bateria, Skin Like Iron) e Colin Gallagher (Guitarra).

Em suas canções as temáticas principais são introspecção, depressão e religião. Altamente recomendável para fãs de bandas como Deafheaven.

A banda que faz parte do casting do selo Relapse Records até agora tem lançados: o EP Doubt (2015) e o álbum de estreia Created in the Image of Suffering (2017).



12 Moon Duo “No Fun”


O Moon Duo surgiu em São Francisco (Califórnia, EUA) em 2009 como um projeto do trio formado por Wooden Shjips, Erik “Ripley” Johnson e Sanae Yamada. O som da banda viaja pela Neo-psicodelia, Kraut e Drone Rock.

Como influências principais eles tem o Spacemen 3, Silver Apples e o Suicide. Tendo já lançado 4 álbuns e um EP. O mais recente, Occult Architcture (Vol. 1 e 2) foi lançado no ano passado, o primeiro representou o Yin e o segundo o Yang. É a “brisa psicodélica” não tem fim.

Para este começo de ano eles soltaram um ‘7 contendo duas versões: “Jukebox Baby” (Alan Vega) e “No Fun” (Stooges).



13 Superorganism “Everybody Wants to Be Famous”

O Superorganism é uma das grandes apostas do Hits Perdidos para 2018. – Foto: Divulgação

O Superorganism é um grande coletivo que vem chamando a atenção da crítica especializada desde o ano passado. O que poucos sabem é que a banda que é formada por integrantes de diversas partes do mundo como Japão, Coréia do Sul, Austrália, Nova Zelândia e Inglaterra.

Eles se conheceram através de fóruns de internet. Fatos que impressionam: a banda é composta por oito integrantes (Orono Noguchi, Harry, Emily, Ruby, B, Tucan, Soul e Robert Strange) e a maioria tem entre 17 e 18 anos.

Os elogios por artistas consolidados do mercado como Frank Ocean e Ezra Koenig (Vampire Weekend) vieram desde o primeiro single. E não demorou muito para a Dominos Records assinar com o grupo.

Neste ano sai o álbum de estreia, Superorganism, mas o primeiro gostinho já podemos ter com o single ” Everybody Wants to Be Famous” que já passa de 440 mil plays no Youtube.



14 Preoccupations “Espionage”

Quem chega como novo álbum neste começo de ano é o Viet Cong ou melhor dizendo: Preoccupations. – Foto: Divulgação

Originalmente chamados de Viet Cong, os canadenses do Preoccupations tiveram que mudar de nome em 2015 após um processo em que foram acusados de racismo e apropriação cultural. De Calgary (Alberta, Canadá) e formados desde 2012, o grupo em seu som mistura post-punk, art rock, industrial e noise rock.

A banda é composta por dois ex-membros da banda Women: o vocalista/baixista Matt Flegel e o baterista Mike Wallace, bem como os guitarristas Scott Munro e Daniel Christiansen.

O álbum de estreia veio em 2015 e saiu pelos selos: Jagjaguwar e Flemish Ey (Canadá). Em 2016 veio o segundo disco, já com o novo nome, Preoccupations. Ironias a parte, o nome parece uma resposta ao processo jurídico que passaram.

No meio de janeiro, através de um single, eles anunciaram que iriam lançar um novo álbum no fim de março e que estão trabalhando com o produtor Justin Meldal-Johnson (M83, Wolf Alice). O disco contará com oito faixas inéditas. Por enquanto podemos nos contentar com o primeiro single, “Espionage”.



Playlist no Spotify

Para organizar a casa e todas estas descobertas preparei uma playlist no Spotify do Hits Perdidos com as “Descobertas” de janeiro. Não deixe de seguir o Hits por lá!


This post was published on 22 de janeiro de 2018 1:00 pm

Rafael Chioccarello

Editor-Chefe e Fundador do Hits Perdidos.

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