Já Delirou? A pergunta é pertinente e pode ter diversos significados. Desde um momento entorpecido a um ritual imersivo, seja pelo stress do dia-a-dia ou por ter 5 minutos que você literalmente sai de si. Também podemos ver pelo lado recreativo da coisa como pelo uso do Chá medicinal ou do conhecido como chá de fita. Álcool, remédios ou drogas ilícitas, todos tem seu momento de Alucinação.

Todos nós deliramos. E na música não seria diferente! Na música brasileira por exemplo temos discos incríveis como Loki do Arnaldo Baptista, A Sétima Efervescência do Júpiter Maçã (Descanse em paz) ou Alucinação do Belchior. O convite a este tipo de experiência é natural do ser humano. Afinal de contas todos nós no fundo sabemos o real peso das coisas.

Daí que cai na minha mão o EP de estreia do Os Chás. Banda estreante de Mogi das Cruzes (SP) porém com integrantes com vasta jornada no underground nacional. E me deu aquele ar de pensar: quantas vezes na vida ousamos – ou deveríamos – recomeçar?

É uma pergunta sem resposta correta. Porém sempre gosto de relembrar aquela frase “Às vezes é quando você se perde que encontra um novo caminho”. Quantas vezes nos sentimos acomodados a uma confortável situação e nem pensamos mais em se aventurar em algo completamente novo?

Foi esse desafio que Gabriel Mattos (guitarra e voz) e Diogo Menichelli (bateria e percussão) ex-membros da bem sucedida Hierofante Púrpura decidiram percorrer. Esta aventura “chazística” começou em 2016 quando se uniram a Thiago Fernandes (baixo e voz)  e Wesley Franco (guitarra) para tirar alguns sons.


O quarteto Os Chás é formado por Gabriel Mattos (Guitarra/voz), Thiago Gal (Baixo/Voz), Diogo Dioguines (Bateria) e Wesley Franco (Guitarra). – Foto: Matheus Sant’Anna

A proposta inicial era a de imersão no fantástico mundo dos anos 60 através das ondas lisérgicas que os permite levar os corpos e mentes a flutuar por diferentes e coloridas dimensões. Um papo bem brisa mesmo afinal de contas é hora do Chá!

Empolgados por essa sinergia cósmica e revigorante – afinal chá é vida! – eles percorreram os caminhos de bandas como Pink Floyd, 13th Floor Elevators, Mutantes, Os Baobás, The Doors e tantos outros ícones do século XX. Assim nascia o EP, com um nome um tanto quanto pitoresco, Já Delírio.

Mas se engana quem olha para as influências e já remete a “mais um disco de psicodelia”. Muito pelo contrário e para isso vou contar um pouco de algumas impressões que notei – e um pouco do background deles. Ao ouvir o disco eu consegui migrar para alguns outros universos não necessariamente psicodélicos.

Tem um pouco de surf rock ali, tem rock de garagem, tem ska e um fundinho de desconstrução rítmica do forasteiro punk rock. Tudo isso se explica na entrevista que fizemos com eles que mostra que eles cresceram assistindo o cenário de punk rock de Mogi ser forte. Com cenário ativo e muita inspiração no D.I.Y. (faça você mesmo). Tanto é que o The Clash é uma influência forte, Jah Bless!

Tudo isso com certeza aguçou sua curiosidade para ouvir o EP de estreia dos paulistas – eu bem que sei – então com vocês lhes apresento: Já Delírio!

Os Chás Já Delírio [Julho / 2017]



O EP que conta com 6 faixas, foi gravado e mixado por Taian Cavalca e masterizado por Hugo Falcão no estúdio Mono Mono. Para engrossar o caldo e abrir um mar de possibilidades sonoras ao disco ele conta com as participações especiais de Priscila Ynoue (piano, órgão e sintetizador) e Mário Gascó (sitar indiano e didgeridoo). O trabalho está sendo lançado pelo selo carioca Transfusão Noise Records (RJ).

“E.E.S.O.E.D.T.V. (Ele Está Sob o Efeito da Televisão” abre o espectro solar e coloca a água no chazinho com sua intro lenta e perspicaz. O tom “brisa” nos leva para discos de rock progressivo através dos cânticos (quase) gregorianos com os dizeres “Ele está sob o efeito da Televisão”.

O que é tão irônico quanto um aviso de “Sorria Você Está Sendo Filmado”. Tão irônico que eu trocaria por: “Sorria Você Está Delirando!”. O que dá mais profundidade a esta sensação é o artifício de usar o recurso do órgão que contrapõe com a guitarra mais solta e hipnotizante.

Sabe aquele ar debochado das melodias Velvet Underground, Mac Demarco, Allah-las e o tom viajante dos Mutantes? É algo que se nota em “Megalomaníaco”. Ela te convida para uma trip alucinante ~daquelas~ sem volta. Não necessariamente isso significa “deu ruim” (no popular). Porém traz uma leveza cativante. Quando você percebe está cantando os versos:

“E eu sou megalomaníaco
Inconsequente, irresponsável
Essa é minha viagem e eu vou
E eu sou megalomaníaco
E eu não estou em paz…
Se eu não tiver mais…” – Trecho de “Megalomaníaco” – Os Chás

O sitar indiano de Mario Gascó já brilha logo na introdução de “Morocco”. Esta que tem como missão nos guiar pelas areias de um deserto desconhecido. São pouco mais de seis minutos que equalizam nessa submersão e dão corpo aos efeitos do chá.

Uma das faixas mais psicodélicas de fato do disco e é daquelas feitas para se deixar levar pela “brisa”. O destaque fica pelas participações especiais de Mario e Priscila Ynoue (Synth, Órgão e Piano) que conduzem a canção entre solos de guitarra sessentistas. Recomendaria a faixa para fãs de Molodoys, Marrakesh, Pink Floyd e The 13th Floor Elevators.

Daí que chegamos em “Plano Perfeito” que para mim é uma das que mais flerta com o surf rock. É um misto entre a psicodelia e a surf music. O tom ácido e debochado volta a aparecer na faixa com versos como “E de manhã saio com meu rayban / Pra te enganar… / Introduzo, induzo, omito..” que te fisgam pois criam uma antítese do que pela melodia podia ser uma “love song”.

Misturar o moderno com a velha guarda. É o mote do EP em várias partes porém em “Senhor Tubarão” isso fica mais evidente pelas texturas exploradas e pela uso da poesia cheia de metáforas que poderiam ser transportadas para nossas relações do cotidiano.

“Tô Meio Dócil” tem todo um groove – e pedais Wah-Wah – e chega de mansinho como quem não quer nada. “Dócil” mesmo, mas quando “pega no breu” é que a viagem cósmica realmente começa a dar seus sintomas de loucura. Na letra o combustível é “Shiva” (entendedores entenderão), porém sua Shiva pode ser na real tudo que te conduz e te desprende da mediocridade de nossa rotina.

Conforme ela vai se desenvolvendo ela pega elementos de jazz, blues, funk que mostram que a psicodelia pode abraçar diferentes universos sem perder seu tom hipnotizante. Tanto é que o caos final fica pesado feito um psych-stoner e quando vimos o gongo toca. É o fim do delírio e voltamos a órbita de nossa realidade.



Já Delírio poderia se chamar Jah Bless, Shiva Bless ou seja lá qual Deus conduz seu pensamento quando você precisa sair um pouco de si para viver novas experiências astrais. Sem medo de ser feliz Os Chás abusam das experimentações com o recurso de instrumentos como Sintetizador, Órgão, Piano e os exóticos Sitar Indiano e Didgeridoo. Para te mostrar que os recursos e inspirações podem vir de lugares muito além de nossa distopia.

Tudo isso com um tom debochado, procurando nas letras não se levar tão a sério e se deixar “go with the flow”. Com a bagagem extensa da experiência de dois membros terem feito parte do Hierofante Púrpura, o EP em seus quase 24 minutos mostra que podemos sim somar psicodelia a outros estilos como o surf rock, ska, punk e stoner. Nada muito exagerado, nada forçado. Um EP para ouvir num PicNic entre amigos ou em casa contemplando a magia de um pôr do sol enquanto aprecia um bom chá.


A vestimenta oficial da banda será usada na Casa do Mancha no dia 06/08. – Foto: Divulgação

[Hits Perdidos] Li em uma entrevista vocês falando que o punk rock foi importantíssimo para vocês. Como acha que o estilo facilita na hora de quebrar padrões e criar novos riffs e texturas?

Gabriel Mattos: “Punk rock e hardcore foram nossa escola, acompanhávamos as bandas de Mogi dos anos 90 e montamos nossas primeiras bandas sem nem saber tocar direito então o “faça você mesmo” que aprendemos no punk rock certamente levaremos pra sempre nas nossas composições, desde uma nota que nem sequer existe, ou qualquer outra idéia que a gente pense que vai ficar legal, vamos pegar e colocar na musica, sem pensar em alguma cartilha de escalas e regrinhas musicais, enfim, esse aprendizado pra sempre estará conosco.

Claro que hoje depois de 15, 16 anos tocando temos uma noção bem maior pra inserir algum instrumento como um sintetizador por exemplo, um órgão, alguma percussão… já que depois que descobrimos as bandas dos anos 60 aí a cabeça explodiu de vez e isso que é a magia de formar uma banda e compor suas próprias canções..”

[Hits Perdidos] O desafio de procurar novas inspirações que fez com que você, Gabriel,  saísse do Hierofante Purpura. Quais foram as passagens e conquistas mais legais desses 12 anos juntos? E quais aprendizados quer levar para frente?

Gabriel Mattos: “Olha, foram 12 anos onde gravamos 4 discos, ep’s, split e até mesmo um documentário (longa metragem de 65 minutos) exibido no festival internacional IN EDIT, um doc sobre ocupação de espaços públicos que foi dirigido pelo Danilo que continua tocando o Hierofante (esse doc chamado “Guerrilha Gerador” está disponível no youtube).. fizemos turnê no Nordeste que pra mim foi o grande ápice, estar com aquela turma boa demais que te abraça de um jeito completamente diferente daqui de SP é algo surreal.

Poder viajar pra fazer shows é a coisa mais deliciosa do mundo, compor e gravar também então o que levarei pra sempre são as boas lembranças, os amigos que fizemos em cada canto que estivemos.

Uma lembrança boa demais que tenho foi em 2011 quando lançamos o “Transe Só”, esse disco saiu numa lista de melhores do ano da revista +SOMA, pra mim uma revista que faz falta demais.”

[Hits Perdidos] A conexão do “chá jamaicano” e o reggae fazem parte da panela do som. O proximidade com o punk rock que os levou ao reggae? O estilo tem várias derivações como o rocksteady e o dub…já pensaram em fazer alguma versão dub ou chamar um som sistema para mixar alguma faixa?

Gabriel Mattos: “Cara, pode ser que tenha sido pelo punk, ska, Clash que amamos….agora sobre alguma versão dub nunca pensamos nisso mesmo por que por enquanto tudo é novidade pra gente, mas pensando rapidamente aqui não sei se nosso som teria uma relação a ponto de ficar interessante com um sistema de som e tal, acredito que não (risos).

Sobre o chazinho a gente adora desde sempre né, quer inspiração maior pra se fazer música com amor? Chazinho estará sempre com a gente e quem sabe se nosso país pensar pra frente, a coisa não mude como mudou no nosso vizinho Uruguai.”


O EP foi oficialmente lançado no Centro Cultural de Mogi das Cruzes. – Foto: @lcarinzio


[Hits Perdidos]
Artistas de cidades como Sorocaba conseguem de certa forma se auto sustentar culturalmente sem precisar vir para uma metrópole como São Paulo. Ainda acha que é o caminho vir para cá? E como plantar essa semente para Mogi voltar a ser o que era nos anos 90?

Gabriel Mattos: “Eu confesso que não sei qual é a realidade deles em Sorocaba sobre auto sustentação, eu adoro aquela cidade e as pessoas que fazem o corre por aqueles lados inclusive o documentário que citei acima foi feito em conjunto com uma galera de Sorocaba que era o INI, uma banda que esta em stand by agora.

São Paulo sempre vai ser a vitrine pois é onde tudo acontece 24h por dia então dar um pulo aí é sempre um prazer enorme e esperamos poder inserir o “Já Delírio” na maior quantidade de pessoas possíveis ai da capital inclusive temos duas datas pra lançamento do disco, dia 6 com os parceiros da banda Um Quarto lá na saudosa Casa do Mancha e dia 19 na GAL Guitar Shop, luthieria do amigo Gustavo Athayde.

Mogi voltar a ser o que era, na verdade tem uma galera se movimentando sim, agora comparar com a realidade que era nos anos 90 eu penso ser uma coisa meio impossível, com internet, com a preguiça geral das pessoas saírem de casa, naquela época por exemplo muita gente saia de São Paulo pra vir ver show aqui e hoje em dia isso é praticamente impossível de reviver.”

[Hits Perdidos] Falando em EP eu curti muito os títulos da canções. Todos bem humorados, debochados e divertidos. Além disso consigo enxergar influências além do rock psicodélico mas como do surf rock. Como é esse trabalho de resgate dos 60 para vocês? Ou é algo não muito pensado?

Gabriel Mattos: “Esse trabalho de resgate é aquela audição diária, o tempo todos estamos ouvindo musica nova, antiga e a cabeça não para de pensar nunca, sempre em novas composições e as referencias que acabam ficando nas nossas mentes afinal eu particularmente estou ligadasso no Spotify e o tanto de coisa nova/velha que esse aplicativo já me apresentou é uma coisa absurda!!

Quando percebemos estamos no estúdio compondo, batendo cabeça, “brigando” sempre por um som mais legal e naturalmente as coisas acabam acontecendo, difícil alguém chegar com algo 100% pronto.”

[Hits Perdidos] Qual é a experiência que querem transmitir com o “Já Delírio”? E em que situação recomendariam que os leitores ouvissem para que a experiência fosse ainda mais imersiva?

Gabriel Mattos: “Primeiro eu penso que pra você prestar realmente atenção num disco é preciso ouvir ele sozinho ou com sua parceira/parceiro eu geralmente quando estou com amigos ouvindo um disco as pessoas estão falando, falando e é difícil um grupo de 3, 4 pessoas parar e ficar em silêncio pra realmente apreciar um disco então penso que você ali depois de preparar seu chá, naquele domingo pós café da manha, será sempre prazeroso pegar um disco e dar aquela degustada.”

[Hits Perdidos] As faixas tem referências ao LSD e a Shiva em faixas como “E.E.S.O.E.D.T.V. (Ele Está Sob o Efeito da Televisão” e “To Meio Dócil”. Seria um convite? (risos)

Gabriel Mattos: “Aí fica por sua conta o convite (risos)

Não acho que seja um convite não, nós claro já experimentamos mas o que certamente sempre será um convite é o chazin diário, esse é infalível. Inclusive estaremos com nossas canecas personalizadas na banquinha dos próximos shows! (risos).”


Toda arte gráfica do projeto foi feita pelo baixista Thiago Gal.


[Hits Perdidos]
Algo que achei bacana foi o uso do piano, órgão e sintetizador. Algo que é inevitável lembrar do 13th Floor Elevators e os projetos do Roger Kynard (“Roky” Erickson”) e The Doors. Ambas bandas já não existem, mas se pudessem montar um line-up de um festival – sem se importar com esses detalhes – o que colocariam?

Gabriel Mattos: “Primeiro tenho que dizer que quem fez os arranjos de teclas e gravou magistralmente foi a nossa queridíssima Priscila Ynoue que faz parte da banda Maquiladora, uma banda bem foda composta somente por garotas e conforme a logística de shows e tudo mais ela estará conosco sempre que possível!!”

Os Chás: “Um line up foda humm…

Vamos pensar em umas bandas…



Algo assim seria inacreditável (risos).”

[Hits Perdidos] Na Califórnia também tem várias bandas com um som que aproximaria do de vocês como o Allah-Las. Já no Brasil vejo muito do Bombay Groovy e Molodoys. Sem olhar muito para o passado, quais grupos atuais gostariam de destacar?

Gabriel Mattos: “Atualmente destaco muito o disco lançado pelo baiano Giovani Cidreira que é musica brasileira da melhor qualidade, temos o disco lançado pelo “O Terno” que é fantástico também com arranjos maravilhosos.

Gosto muito do disco que lancei ano passado com o Hierofante Púrpura (Disco “Demência”), os nossos amigos do Bratislava lançaram um disco impactante chamado FOGO, os parceiros do Bike lançaram o segundo disco bem legal também, Boogarins não precisamos nem falar nada pois o que estão fazendo fala por si só…”

[Hits Perdidos] “Morocco” apesar do nome tem um sitar indiano. De onde veio a pira? Conte mais sobre o processo de construção da faixa.

Gabriel Mattos: “A pira veio quando acertamos a guitarrinha ali do começo e já me veio na mente esse nome “Morocco”, algo desértico saca então assim surgiu meio que o nome, já o sitar indiano veio quando acertamos o estúdio pra gravar o “Já Delírio”, o MonoMono do nosso parceiro Taian Cavalca que fazia parte do Cabana Café e tinha como baterista o Mario Gascó que também toca Sitar e tal, logo demos a ideia e ele criou uma linha na casa dele e acertamos isso na introdução da música então foi meio que isso as coisas foram acontecendo e o resultado foi bastante satisfatório pra todos os envolvidos.”

Playlist Exclusiva no Spotify do Hits Perdidos

Para fechar pedi para que eles criassem uma playlist com sons para DELIRAR. O resultado foi no mínimo delirante feito um chazinho (de fita).

Aparecem na lista artistas como Arnaldo Baptista, Buit To Spill, Pavement, Cat Power, Hierofante Púrpura, Boogarins, Giovani Cidreira e Modern Lovers.



This post was published on 2 de agosto de 2017 4:08 pm

Rafael Chioccarello

Editor-Chefe e Fundador do Hits Perdidos.

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