O rapper paulistano Yannick que é conhecido por muitos como “Samurai” e até em sua página nas redes sociais brinca com isso “Yannick aka. Afro Samurai” lançou no ano passado seu primeiro EP abaixo desta identidade.

Também Conhecido Como Afro Samurai (2016) como o músico mesmo afirma tem planejamento para ser trabalhado por dois anos. Porém nem por isso Yannick fica parado, muito pelo contrário. Ele não se cansa em procurar personagens, referências musicais e projetos para agregar.


Yannick vê em parcerias maneira de se reinventar. – Foto: Acervo Pessoal

Desta empreitada ele já lançou alguns remixes nacionais e outros internacionais do single “AKA Afro Samurai”. No primeiro remix internacional ele chamou DEON um rapper coreano que mora no Japão e FUNKY HANK um rapper japonês o que lhe gerou além de aprendizado uma identificação.



No primeiro remix nacional Yannick convidou o rapper GIN, um emecê de Taubaté (SP) e o vocalista da banda Molodoys, Léo Fázio. Experiência que agregou no sentido de fazer parcerias distantes da zona de conforto do universo do rap.



Não foi a primeira experiência do rapper com rockeiros, já que no próprio EP ele fez parcerias com Paula Malvar da banda Vó Tereza (“Luto Por Você“), Dieguito Reis do Vivendo do Ócio (“Também Conhecido Como Afro Samurai – Remix“) e com o duo Medulla (“Ressureição“). A experiência mais ousada talvez tenha sido a do projeto realizado em parceria com o Hits Perdidos e o Crush em Hi-Fi no qual ele teve que reconstruir em uma versão “Eu Ando Tendo Sorte” do Pato Fu.



Para este desafio ele convidou a cantora Camila Brumatti para introduzir de maneira doce seu interlúdio. A versão tem cerca de 1:20 e pega todos de surpresa, tanto pelos beats e rimas como pelo seu timing – e mistura.

Lançamento Exclusivo 



Mas estamos aqui para falar sobre o novo lançamento do Yannick, “AKA Afro Samurai” Remix Nacional Parte 2. Este que conta com a participação de Mary Luz e Geo foi produzido por Everton Beatmaker, mixado e masterizado por BlakBone e gravado nos estúdios da Live Station.

O rapper buscou segundo suas próprias palavras “a beleza da voz feminina, não só a voz, mas a visão, a delicadeza e instinto feminino diante da historia do Afro Samurai.” Na entrevista com os três vocês poderão saber mais sobre como foi todo o processo. Mas antes disso é hora de conferir o remix em primeira mão aqui no Hits Perdidos.



[Hits Perdidos] Você lançou o EP Também Conhecido Como Afro Samurai no ano passado e pretende trabalhar ele por 2 anos. No meio do caminho está lançando vários Remixes tanto nacionais como internacionais. Fale um pouco sobre cada um e como tem sido a interação e experiência com os artistas.

Yannick: “A ideia de trabalhar esse EP por dois anos é algo planejado, no mês de setembro completo 1 ano do lançamento desse trabalho. Estamos com a agenda preenchida até dezembro desse ano e em 2018, desejo trabalhar mais, lançar os clipes das demais canções e desenvolver muito esse projeto. Parte desse desenvolvimento são esses singles remixados em parceria com diversos cantores dos mais variados segmentos da música.

Tivemos a honra de trabalhar com DEON um rapper coreano que mora no Japão e FUNKY HANK um rapper japonês, na primeira remix internacional. Dialogar com esses caras foi algo surreal porque não nos conhecemos pessoalmente, porém a identificação com o anime e mangá superou toda a distância que temos um do outro, foi mágico e o resultado excepcional. Na remix nacional, trabalhamos com o rapper GIN um emecê de Taubaté, interior de São Paulo e com o vocalista da banda Molodoys, o Léo Fázio.

Essa experiência foi algo mais além do esperado, pois essa era e ainda é a ideia principal, dialogar com outros cantores de outros gêneros musicais que não seja apenas o rap. Quero misturar, “sair da casinha” e da zona de conforto, a música para mim é isso, unificação de ideias, de estilos, de estéticas. Não consigo me alienar em algo único apenas.

Agora com esse novo trabalho, o remix nacional 2, busquei e beleza da voz feminina, não só a voz, mas a visão, a delicadeza e instinto feminino diante da historia do Afro Samurai.

[Hits Perdidos] Além de músico você está produzindo vários artistas, fale mais sobre essa nova empreitada. Para você qual o maior desafio como produtor?

Yannick: “Estou estudando produção cultural e artística e quero trabalhar com artistas que estão iniciando a carreira e que precisam de sugestões de como caminhar nesse caminho árduo e estreito que é da música e da arte em geral.

[Hits Perdidos] Como foi a gravação com a Geo e a Mary?

Yannick: “Foi maravilhoso, sou fã das duas artistas, vejo muita luz, muito brilho e muita honestidade na arte delas, elas são verdadeiras operárias da arte e da música.

[Hits Perdidos] Recentemente você participou do Tributo ao Pato Fu com a versão de “Eu Ando Tendo Sorte”. Como foi o desafio, gravações e receptividade do público do rap com uma versão tão inesperada?

Yannick: “Foi um grande, prazeroso e maravilhoso desafio, estou muito honrado de ter participado desse projeto, trabalhar com a Camila Brumatti também foi ótimo, ela é uma cantora maravilhosa. E em relação à receptividade do publico do rap eu ainda não medi, pois não tive a oportunidade ainda de cantar essa música em uma apresentação, quero e vou incluir essa canção nas próximas. Porém, recebi um retorno positivo de muitas pessoas que se surpreenderam com o fato de transformar uma canção de uma banda nacionalmente conhecida pelo publico popular, em um rap.

E o legal de tudo isso, foi ter deixado um “gostinho de quero mais”. Essa faixa é mais uma interlude do que uma canção nos padrões tradicionais de construção musical.



[Hits Perdidos]  Recentemente você também participou de uma live no canal showlivre, sonho de muitos artistas. Como foi a experiência? Você também levou uma série de convidados, como rolou isso?

Yannick: “Cantar no canal Showlivre é algo esplendido e excepcional para qualquer musico, é uma oportunidade única. Eu já havia participado em 2014 do showlivrebuzz e em 2015 como convidado do grupo de rap de Juiz de Fora, Minas Gerais, o Audiocrew, mas sempre tive esse desejo de apresentar o EP “Também Conhecido Como Afro Samurai” ao vivo naquele estúdio, ali é um dos templos sagrados da musica independente. Na ocasião eu pude levar os gêmeos Raony e Keops da banda de rock nacional, o Medulla e o Leo Fazio do Molodoys. A ideia era levar todas as participações do EP porém muitos ali estavam com a agenda preenchida e infelizmente não foi possível, mas quem pode ir, representou de forma espiritual, de corpo e alma mesmo, foi lindo.”



Pedi para o Yannick compartilhar conosco canções que poderiam entrar na trilha do mangá/anime que lhe inspirou se o disco estivesse sido gravado hoje. O resultado é uma playlist interessantíssima que claro está no Spotify Oficial do Hits Perdidos.

Yannick: “Se o EP estivesse sendo produzido hoje eu colocaria um pouco de Benjamim Clementine com a música “Condolence”. Inspiraria-me em Twenty One Pilots com a música “Fairy Local”, Ava Rocha com “Boca do Céu”, Sara Não Tem Nome com “Solidão” e “Dias Difíceis” e pra finalizar me inspiraria também em Brisa Flow com a música “As de Cem”.



Não adiantava apenas falar com o Yannick e deixar as meninas de lado. Para que não estivesse faltando nada conversei com a Mary Luz, artista que Yannick tem produzido e a Geo.


Mary Luz além de participar da versão também está sendo produzida artisticamente por Yannick. – Foto: Acervo Pessoal

[Hits Perdidos] Como foi o desafio de participar do remix com o Yannick?

Mary Luz: “Ter participado do remix com o Yannick foi um desafio desde a composição até a produção. Precisei me aprofundar na história do personagem Afro samurai, para que eu pudesse me inspirar, e ouvir o beat diversas vezes, para saber como poderia me encaixar naquele som que nada se parecia com o que costumo ouvir/cantar. Contudo, o esforço valeu à pena, pois quando finalmente gravamos no estúdio, senti uma intensa satisfação ao ouvir o retorno da música.

[Hits Perdidos] Você também está produzindo um novo trabalho com ele. Como tem sido a experiência e como tem fluído?

Mary Luz: “Tem sido uma experiência muito boa, pois tenho aprendido coisas que não enxergava sozinha, a valorizar detalhes que podem abrir mais caminhos e aumentar as possibilidades. As coisas tem fluído de acordo com o meu momento de vida. Infelizmente, ainda não consigo me dedicar 100% à música, mas não a abandono, pois faz parte de mim. Então decidi levá-la da forma mais leve possível, para que eu consiga conciliar como sempre fiz. Sem pressa e grandes preocupações, pois não gostaria de ver a minha principal fonte de energia e felicidade se tornar algo monótono/chato. Então, as coisas estão seguindo conforme a maré!



[Hits Perdidos] O que esperar do novo disco?

Mary Luz: “Outros olhares, pensamentos e emoções a respeito da vida e o que é intrínseco à ela.”

Conversei também um pouco com a Geo para saber mais sobre como rolou o convite para a gravação, influências e futuros planos.


Além da participação na track, Geo aparece ao lado de Yannick no clipe do músico Lucas Adon. – Foto: Acervo Pessoal

[Hits Perdidos] Como surgiu o convite para o remix e como rolaram as gravações?

Geo:”Logo depois da participação no clipe “Desencadeou” do cantor Lucas Adon, o Yannick me chamou pra compor a melodia e letra do remix. As gravações foram bem tranquilas, fomos juntos aos estúdios da Live Station e desenvolvemos a vibe da música juntos.

[Hits Perdidos]  Seu segundo single, “Nunca Sua”, saiu em abril com a participação do Aquino. Como foi a experiência?

Geo:”Foi demais, eu sou apaixonada pelo trampo dele. O Aquino é um amigo muito querido de anos. Eu já tinha feito uma participação no segundo EP dele e achei que nada seria mais justo do que ele fazer essa rima do meu segundo single.”



[Hits Perdidos] Você autointitula seu som pelo curioso rótulo de Sad Pop. Como definiria o estilo e quais referências engobla na hora de compor?

Geo:”Hahahahahaha, quem deu esse nome pro meu som foram os fãs e eu adotei porque adorei e tem muito a ver com minhas referências. Minha banda favorita é Radiohead, que já é triste por natureza – e minhas influencias no pop/eletrônico vem de algo mais downbeat e melancólico também: Lana Del Rey, Black Atlass, Melanie Martinez.

[Hits Perdidos]  Pretende lançar em breve um disco ou EP? Se sim conte mais sobre.

Geo:”Tá chegando álbum, gente! Estamos produzindo e em breve gravando tudo. A previsão é final do segundo semestre.

Para fechar conversei com a Geo e o Yannick sobre a participação de ambos no clipe do músico Lucas Adon que inclusive participou também do “O Mundo Ainda Não Está Pronto” com uma versão para “Uh Uh Uh La La La Ié Ié” do Pato Fu.



[Hits Perdidos] Vocês dois participaram do clipe “Desencadeou” do Lucas Adon. Como rolou o convite e claro como foram as gravações?

Geo: “O convite veio da Carol, uma amiga muito querida também. Ela já tinha me chamado para ser a sereia da capa do álbum do Leo Middea e agora queria que eu fosse sereia no clipe do Lucas. A Carol tem certeza que eu sou sereia na vida real também (risos).

Yannick: “Fiquei muito honrado pelo convite feito pela Carol Tavares proprietária da Jazz House, nos conhecemos em uma apresentação da banda Vó Tereza na Av. Paulista e fui até presenteado com o disco do seu marido o Lucas Adon, um cantor excepcional, e também fui agraciado com uma matéria no Jardim Elétrico que proporcionou um aprofundamento do conhecimento do trabalho lançado, o EP “Também Conhecido Como Afro Samurai”, já que a cantora Paula Malvar do Vó Tereza participa desse EP e as conexões só foram se alinhando.

Um belo dia acordo e recebo uma mensagem da Carol Tavares, me convidando para participar desse clipe e fiquei muito feliz com a experiência de participar desse projeto, pois pude encenar e trabalhar esse “lado ator” que quero desenvolver.


This post was published on 21 de junho de 2017 11:15 am

Rafael Chioccarello

Editor-Chefe e Fundador do Hits Perdidos.

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