36 anos depois de seu surgimento o Suicidal Tendencies continua a todo vapor. Inclusive tendo lançado um ótimo álbum no ano passado, World Gone Mad. De Venice Beach para o mundo em 1981 eles começaram a fazer um som que misturava a agressividade das bandas de hardcore – que pipocavam em todo canto da Califórnia – somado a outros estilos como o Funk Rock, o Crossover e o Thrash Metal.

Com uma linguagem visual característica e Mike Muir sempre trajando sua bandana, o som da banda influenciou toda uma geração que buscava por referências além do punk.
A juventude perdida do Suicidal ainda contou durante sua trajetória com músicos do calibre de Robert Trujillo (89-95) e Dave Lombardo que entrou no ano passado. O único membro original desde o começo é seu vocalista, Muir, porém já passaram pela banda cerca de cerca de 36 músicos.
No Brasil o legado influenciou uma porrada de bandas principalmente nos anos 90 através da MTV Brasil, as que ganharam mais visibilidade nessa época foram justamente o Raimundos e o Charlie Brown Jr.
Hits como “You Can’t Bring Me Down”, “Institutionalized”, “How I Will Laught Tomorrow?”, “Cyco Vision” e “I Saw Your Mommy” fizeram a cabeça de toda uma geração de skaters.  Inclusive “I Saw Your Mommy” foi copiada NA CARA DURA pelo Puddle Of Mudd.
Vou deixar os links aqui para o tira teima, Puddle Of Mudd “She Hates Me” (2001) e Suicidal Tendencies “I Saw Your Mommy” (1983). Oito anos depois do som ser lançado outra canção soou muito parecida com o som do Suicidal, dessa vez feita pela banda Men Without Hats em “Sideways”(1991).
Após a popularização de bandas como Adolescents, Black Flag, Suicidal Tendencies, U.S. Bombs, JFA, 7 Seconds, Agent Orange e Bad Religion, o skate punk começou a crescer de maneira significativa nos anos 90. No Brasil por exemplo tivemos as notáveis: Grinders, Gritando HC, Morto Pela Escola, Pakdermes e Necrópole.
Talvez as grandes responsáveis pela popularização do estilo no país foram as coletâneas feitas pelas revistas Thrasher e Fluir que tiveram papel importante ao lado da MTV para a propagação do som no país. Hoje em dia fica até difícil com que uma revista tenha esse poder, não é mesmo? Mas nos anos 90 foi uma realidade.
Muitos outros puderam conhecer mais tarde através da série de games “Tony Hawk Pro Skater” e “Burnout” uma série de nomes como Dead Kennedys, Pennywise, Agent Orange, Unsane, Vandals, Fu Manchu e Anthrax.
Também foi a época em que o skate começou a ser levado mais a sério por aqui e nomes como Bob Burnquist abriam espaço para toda uma nova geração brasileira acreditar que era possível chegar nos X-Games e fazer bonito. Não é a toa que Sandro Mineirinho anos mais tarde pôde ser campeão por diversas vezes.
Com o contexto sobre a cenário explicado, vamos falar sobre o Skate Punk em 2017. Quase 40 anos de seu surgimento na califórnia, no Brasil possuímos ótimas bandas em atividade como Bandanos, Running Like Lions, Questions e Zero Zero.

Molotov Conspiracy de Piranguinho (MG) para o mundo. – Foto: Divulgação.

Mas hoje vamos sair um pouco dos grandes centros e colocar uma lupa no sul de Minas Gerais. Direto de Piranguinho (MG) o trio Molotov Conspiracy lançou no fim do ano seu primeiro EP, Country Pit.
Em sua formação eles contam com Gustavo (guitarra/vocal) e Gabriel Ottoboni (bateria) e Caike Motta (baixo). Tudo começou em 2012, quando Gustavo propôs a ideia de organizar um festival autoral com bandas da região. Não demorou muito para o embrião do que seria a Molotov surgir.
Caike por exemplo aprendeu a tocar baixo para poder participar do projeto e quando viram tinham cerca de 3 composições na mão e um festival a caminho. Era o início do Sujera Noise Fest e toda uma cena local.
Como eles mesmos falam, fazer um som “mais torto, barulhento e fora dos padrões comerciais” no interior é visto de uma maneira bem diferente das grandes capitais, e preconceitos como esse foram sendo quebrados a cada edição do festival. Afinal de contas eles não dificultavam muito a entrada de bandas de diferentes estilos, o que agradou “os excluídos” da panela rockeira da região.
No segundo semestre de 2016 um sonho pôde finalmente se realizar: a chegada do tão esperado primeiro EP. Este que vinha se rascunhando desde meados de 2014 e a temática das canções não poderia ser diferente.
As faixas falam sobre as frustrações da vida de um jovem do interior, toda a incompreensão e dificuldades. Assim como o suicidal e toda geração 80’s que fazem a base da panela de influencias eles tem como base o skate punk, a surf music, o crossover entre outras coisas.
O EP: Country Pit (2016)
No dia 6 de dezembro o primeiro registro da Molotov ConspiracyCountry Pit, foi lançado através do selo independente do sul de Minas Gerais: Tortura Hardcore e distribuído no Spotify pelo Burn the Lizard Records. Com apenas 7 faixas o EP vai direto ao ponto e joga todas as angústias no ventilador. Em pouco mais de 20 minutos a banda não permite que o ouvinte respire. É pedrada atrás de pedrada!



Com uma introdução que abre as portas do inferno, “I Hate School” traz uma levada setentista em sua introdução com ares de Black Sabbath/Melvins antes de cair de vez no hardcore/crossover acelerado.
Entre um acorde violento – e um chute na costela – temos algumas linhas de baixo alá Suicidal  Tendencies com direito a groovies de funk. Uma canção ótima não só para abrir o EP mas para por fogo no circle pit.
Assim como o hit do Pink Floyd “Another Brick In The Wall” a crítica é ao sistema de ensino “burocrata” e atrasado das escolas, inclusive comparam elas aos presídios.
A chuva de críticas para tudo que é lado da sociedade local é escrachada em “Gotta Skate”. Talvez a mais visceral das 7 faixas, em menos de 2 minutos ela bota o coro para comer. O comodismo, o sonho médio e a rotina de uma pacata cidade de interior são criticados em seus versos.
“Freedom Is My Religion” já mostra que eles conseguem combinar o som do Agent Orange e do Pipeline ao cabeçudo crossover. Ao ouvir o som consigo até imaginar o Flea (Red Hot Chilli Peppers) fazendo um stage diving a cada quebra da canção.
Em seu terceiro minuto a guitarra viaja por ondas psicodelicas através de um solo que antecede o abismo do hardcore “pancadeiro”. A letra é literal e preza pela liberdade de pensamentos através das atitudes e ideologias.
Militância esta que através dos movimentos está presente no DNA D.I.Y. (faça você mesmo) do power trio do sul de minas. A hipocrisia do capitalismo também é posta em pauta em versos que passam mais ou menos a ideia de em quanto muitos acumulam fortunas outros morrem de fome.

Com uma intro alá T.S.O.L. “1984” assim como o livro do anarquista George Orwell mostra os perigos do autoritarismo. O hardcore californiano para os mais puristas teve seu momento mais efervescente de 80-84 onde as principais bandas se firmaram e levaram seu som mundo a fora. Então qualquer uma das interpretações é válida.
Após sua introdução que bebe de riffs do hard rock/rock gótico, o pau come em um hardcore/metal explosivo de pouco mais de um minuto no melhor estilo skate punk, 1-2-3-4! Skate or Die!
Talvez a canção mais fanfarrona seja exatamente “Wet’n’Wild Skinny Chicks”. Que tira sarro com a religiosidade interiorana. Com versos sagazes como:
“Every night she says a prayer / To make me quit listenin’ to Slayer  / Candle so white  / Won’t fit that tight  / Slippery thoughts  /
Inside her twisted mind  / She says “no buzz off”  / She says “no jerk off”  / Quit living your life  / It lets Jesus down”
Aquela velha história de ter que se encaixar nos padrões da sociedade para ser aceito. Eles vão totalmente na contramão disto mostrando que o rock pesado também tem espaço para o deboche e bom humor. Uma canção definitivamente para não se levar a sério, apenas poguear!
A falta do espírito outsider dos skatistas contemporâneos também é criticada durante o EP, mais explicitamente em “King Of The Country Pit”. Que critica o comercialismo do estilo de vida skater e a perda de essência da arte.
Skate sem a atitude, sem ter entendido a filosofia além das 4 rodinhas que integra o respeito, a união e integração entre punk/hc e rap. Muito mais do que um esporte para aparecer na tela da ESPN ou para conquistar uma legião de fãs. Um estilo de vida.
A nova classe média e sua “medíocre” vida é mais uma vez criticada na canção bônus do EP “We Are the New Working Class”. Através de criticas relacionadas ao medo com a segurança pública, a geração fast-food, a bebedeira em busca da diversão e os prazeres instantâneos. Distrações essas para esconder vazio da rotina “9 to 5”, ou seja da rotina arrastada do trabalho.

O primeiro EP da Molotov ConspiracyCountry Pit, carrega o espírito de indignação e revolta com o estilo de vida provinciano do interior. O disco consegue dialogar não só com Piranguinho ou o sul de Minas Gerais mas com outras cidades do país que vivem a mesma realidade.
Fazer rock barulhento que deixa o povo de cabelo em pé não só pela rapidez ou estranheza mas pelas letras ácidas e o senso de humor bruto. A religiosidade, os hábitos, as aparências, as distrações, a falta de essência e a rotina são criticados ao longo das 7 faixas do disquinho.
O trabalho incorpora diversos estilos como o hardcore, o crossover, o hard rock, o gothic rock, o funk e a surf music. Toda essa mistura faz com que o som saia além de mais plural: visceral. Ideal para poguear, andar de skate, se divertir e dar umas boas risadas afinal de contas o bom humor também faz parte das canções.


Playlist no Spotify
Pedimos para eles montarem uma playlist ideal para andar de Skate o resultado foi postado no perfil do Hits Perdidos no Spotify!



Entrevista
[Hits Perdidos] Primeiro gostaria que falassem um pouco mais da história da Molotov Conspiracy.
Molotov Conspiracy: “A Molotov Conspiracy foi fundada em 2012, pelo Gustavo e Gabriel Ottoboni, irmãos, e pelo Caike Motta, um amigo de longa data. Inicialmente, o Gu e o Gabriel tocavam em outra banda, mas estavam parados desde 2009.
Desde então, o Gustavo tava descobrindo uns sons interessantes na MTV, como Suicidal Tendencies, e a partir disso foi descobrindo Black Flag, Bad Brains, Dead Kennedys, 7 Seconds e clássicos da pegada HC. Justamente, quando rolou o Sobrevivência Punk em 2010, o Gu também se inspirou bastante pelas bandas que tocaram ali naquele dia, principalmente pela Lo-Fi e Orgasmo de Porco, de São José dos Campos.
Só que rolês assim são bem restritos onde moramos, ou você tem a via Pop que só toca o que tá tocando no momento, ou você tem a via rock clássico/metal. Quase ninguém quer criar, mas sim consumir o que vem de fora.
Em 2012, o Gustavo veio com a ideia de fazer um festival só pra galera que tem banda e era da turma, coisa pra amigos mesmo. E ali ele fez a proposta pra começarem a Molotov. O Caike praticamente aprendeu a tocar baixo pra entrar na banda, já que o projeto até o momento era só entre o Gabriel e o Gustavo.
Inicialmente, tínhamos umas 3 músicas autorais, completando o resto do setlist com covers que quase ninguém conhecia, tocados bem do nosso jeito. A repercussão do evento que organizamos, Sujera Noise Fest, foi muito bem aceita pra turma que queria ver algo diferente, e ali posso dizer que foi o pontapé inicial pra cena.
A Molotov só é uma das bandas que nasceram com esse movimento, e dali em diante sempre tentávamos trazer músicas novas, compor e mostrar pra galera.
Em 2014 decidimos nos organizar pra gravar o nosso primeiro EP, com as músicas autorais que já tínhamos até então. Sentíamos que, se quiséssemos alcançar um publico maior do que o que tínhamos em nossa região, precisávamos dar esse passo. E foi legal, foi bem no DIY, foi do bolso da banda, mas ele saiu!
Lançamos ele no segundo semestre de 2016, e a partir do começo desse ano, conseguimos disponibilizar também no Spotify. Posso dizer que nossas músicas abordam as frustrações da vida de um jovem que nasce no interior, onde não se tem muita opção que fuja de A ou B, quando somos incompreendidos, ou coisas que achamos peculiares dessa vida de interior. Procuramos mesclar muitas influências que temos em nosso som, desde o surf, até o skate punk, crossover.. E por ai vai.” 
[Hits Perdidos] Vocês tão na ativa desde 2012 e em dezembro lançaram o primeiro EP, Country Pit,  com uma levada um tanto quanto skate punk ao meu ver. Como foi a gravação do trabalho?
Molotov Conspiracy: “Depois de uns dois anos de banda, decidimos que era hora de ter um EP em mãos, se quiséssemos alcançar públicos que não conseguiríamos alcançar só tocando na região. Juntamos uma grana e começamos a gravar, música por música.
Como na época o Caike teve que ir fazer intercâmbio, ele deixou o posto de baixista da banda por um ano e meio, sendo ocupado por um amigo, Carlos Lemes. Foi ele que gravou o restante das faixas do EP.

A primeira faixa que gravamos foi “We’re The New Working Class”, que é meio que um hit da banda, a galera sempre pegava o microfone pra cantar o refrão com a gente. Ela é a única que o Caike teve tempo pra gravar.

O lance é que o estúdio não pegou muito bem a vibe que queríamos, então trocamos pra outro estúdio, que entendia melhor a pegada da banda, o Totem Estúdio, de Cambuí MG.
As músicas restantes foram gravadas com o Carlos Lemes. Dai então rolaram músicas que já tocávamos nos rolês, e músicas que foram passadas pela primeira vez dois dias antes de gravar, como a “King of the Country Pit”, que dá nome ao EP. Foi um processo bem divertido, doloroso, e demorado por questões financeiras. Mas acreditamos que fizemos um bom trabalho.”
[Hits Perdidos] Vocês são da pequena cidade de Piranginho (MG) porém de certa forma se organizam para que o “corre” não fique restrito a região, chegando a fazer conexão com bandas das cidades próximas. Você participam de um coletivo, selo ou algo do tipo? Como fazem para divulgar o trabalho?
Molotov Conspiracy: “Nós participamos de um selo chamado Tortura Hardcore, que une as bandas da região e organiza uns rolês pelo sul de Minas.. Também tivemos ajuda do selo Noise Records, do Manuel (CPB de Cambuí) que nos ajudou com a prensagem do CD em baixa quantidade, num esquema que ficou bem barato pra gente. Por último, tivemos ajuda do Luke Kieman (Burn the Lizard Records) que nos ajudou a lançar nosso EP no Spotify.”
[Hits Perdidos] Depois do festival Sobrevivência Punk 2010 (Itajubá -MG) surgiu o interesse em organizar um festival. Depois que conheceram o Mateus Vitório do XBicuda do RastaX (Pouso Alegre – MG) a ideia saiu do papel e nascia o Sujera Noise Festival. Como foi a experiência? Que aprendizados levaram disso tudo? Contem um pouco sobre o festival para quem ainda não conhece.
Molotov Conspiracy: “Como já contamos acima, o Sujera Noise Fest surgiu com o intuito de dar espaço para as bandas que normalmente não conseguiriam tocar em barzinhos ou eventos da região, para bandas autorais, e bandas de amigos.
A ideia era ter um rolê totalmente D.I.Y pra molecada que não tinha muita opção. E o mais interessante sobre o Sujera, foi que ele trouxe em um mesmo evento desde bandas de Power Violentce até White Metal. Sempre foi um lance democrático, e divertido pra todos. Tem banda? Pode tocar.
O primeiro evento foi realizado em Piranguinho mesmo, sendo posteriormente transferido pra Pouso Alegre, e ficou sob responsabilidade do Mateus Vitório, da xBicuda do Rastax. O primeiro evento foi muito bem recebido pelos jovens que frequentaram, mas mal visto pelas pessoas da cidade que até então não haviam visto tanta gente de preto na praça da cidade.
Mas não fomos mais autorizados de realizar o evento no clube da cidade, então tivemos que transferir para Pouso Alegre. Lá, o evento rolava em praças, geralmente nos coretos, onde a própria galera providenciava os equipamentos. Mais valia um espaço pra tocar, um motivo pra beber e celebrar com os amigos.
É difícil realizar eventos assim no interior, por não ser algo comum, a galera não aceita muito bem. Já tivemos pastor brigando por causa do número de roqueiros na praça, já tivemos que parar o evento em hora de missa, já tivemos polícia batendo no rolê para ver qual movimento era aquele.
Mas, apesar de tudo, o evento sempre acontece. Já conseguimos trazer bandas como Lo-Fi, Orgasmo de Porco, Tumbero, entre outras da região. O evento acabou se tornando um catalizador da cena underground sul mineira, o que é bem relevante.”

Molotov Conspiracy costuma fazer shows em praças ao ar livre nas cidades do sul de Minas. – Foto: Divulgação.

[Hits Perdidos] Neste ano vocês tem planos de organizar mais uma edição do Sujera Noise Festival. Pretendem aumentar o festival? Se pudessem trazer qualquer banda do país para o evento, quais ficariam felizes em receber?
Molotov Conspiracy: “Estamos organizando o Sujera desse ano para o primeiro semestre e a nossa intenção é de levar pra MG as bandas Deb & The Mentals, Jessica Worm e Bombarderos Suicidas.
A Deb já teve num rolê com a Lo-Fi e as duas bandas gaúchas, além da Molotov, que rolou no mês de Julho ano passado. Ali conhecemos a galera, e já mantivemos contato pra ver se rolava deles virem pra Minas mais uma vez.
Como não dá pra rolar cobrança por ingressos, já que o festival é aberto e nunca cobramos por isso, geralmente a galera tenta fazer um rateio, o Mateus Vitório fez um evento pra tentar arrecadar uma grana pra ajudar. Não dá pra fazer milagres, mas, a gente tenta sempre trazer bandas novas, dar nome e peso ao festival, e acima de tudo, procurar realizar essa troca de experiências e rolês.”
[Hits Perdidos] O que acreditam que falta para o resto do país ficar sintonizado com o que rola no cenário musical underground do sul de minas? Quais bandas recomendariam para os leitores do Hits Perdidos?
Molotov Conspiracy: “Para falar a verdade, acreditamos que o intercâmbio de bandas de outros lugares que colam aqui ajudam em muito em espalhar o que anda rolando no sul de Minas. Isso pode tanto fortalecer a cena local quanto divulgar o que rola aqui.
Com isso, a cena tende a se tornar cada vez mais consolidada, terão mais espaços para divulgação e isso tudo pode fomentar a criação de novas bandas. Autorais! E sem titubear, diríamos pra galera ficar ligada no Casca Podre, que segue sendo a banda mais foda de Pouso Alegre sem dúvidas. Acompanhamos o som dos caras desde o começo. Uma outra banda que também tá saindo é a Osvardo.”
 

[Hits Perdidos] Vocês já tocaram com bandas conhecidas do cenário independente como Lo-Fi, Surra, Bandanos e Leite Paterno. Esse ano pretendem excursionar por outros estados. Como foram esses shows e como observam o dia-a-dia do DIY?

Molotov Conspiracy: “Podemos falar mais pela experiência de tocar com a Lo-Fi num mini tour que rolou aqui no sul de Minas em 2016. Foi uma vibe muito divertida, com muita bebida, muita risada e barulho. O que aprendemos é que quando você decide fazer um som que não se encaixa nos moldes interioranos, tudo vai ser mais difícil. Tem que ter culhões pra se manter, e é mais ou menos cada uma banda por si… tentando fazer o seu melhor.
O que fica é que ninguém tá ai pra brincadeira, nem pagar de rockstar. O lance é ter seu trampo, sua identidade, e levar isso para os quatro cantos. E ficamos lisonjeados de ver situações como a de quando o Leo do Surra veio elogiar nosso som, assim como os caras do Bandanos.

O Caike se mudou pra São Paulo esse ano, e com isso vamos tentar ver se conseguimos lugar pra tocar na terra da garoa, acreditamos que seja mais fácil de encontrar um público que curta o som da banda lá. Consequentemente, estar tocando mais, sempre motivados em produzir coisa nova. É hora de cair pro mundão e levar a sujeira do sul de Minas pra outros cantos!

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This post was published on 8 de março de 2017 9:40 am

Rafael Chioccarello

Editor-Chefe e Fundador do Hits Perdidos.

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