Chão de Taco vai do emo ao rock triste em “Adiante”

 Chão de Taco vai do emo ao rock triste em “Adiante”

Chão de Taco – Foto Por: Franco Torrezan

Um dos propósitos do Hits Perdidos sempre será o de apresentar novas bandas para quem gosta de música independente e uma novidade para muitos será conhecer a Chão de Taco, de Piracicaba (SP). A fórmula é aquela que sempre existirá dentro do rock nacional, quatro jovens no auge dos seus 20 e poucos anos afim de fazer um som e expurgar os sentimentos à flor da pele inerentes aos relacionamentos.

As referências vem do aclamado “rock triste”, uma releitura do emo à brasileira que também flerta com o rock alternativo e o shoegaze. Entre os nomes que influenciaram o grupo eles citam Menores Atos, Gorduratrans e Raça. Em sua formação o quarteto conta com Julia Campacci (guitarra, vocal), Ricardo Bombem (baixo, vocal), João Pedro Matos (guitarra, vocal), que também compõe a Yamasasi e Willian Baldine (bateria).

A premissa do grupo formado em 2019 era o de fazer o sm que gostariam de ouvir, no ano seguinte veio o primeiro EP com quatro sons autorais gravados e mixados no Casarão Music Studio (Piracicaba / SP) por Franco Torrezan, que já trabalhou com a Odradek, em Pentimento, e o próprio Yamasasi, em Colorblind.

O Rock Triste Repaginado

Quando assunto são referências e o processo criativo, o guitarrista Jotapê conta: “Raça, Menores Atos e Gorduratrans, são bandas que cantam em português que gostamos de ouvir. É a primeira vez que escrevo letras em português, eu e a Ju que dividimos a autoria das letras no primeiro EP, e pra falar a verdade acho muito mais difícil que em inglês.

Parece que tudo em inglês soa bom, e quando escrevo em português tudo soa bobo (risos), então de início me inspirei no estilo dessas bandas com letras simples e diretas. Quanto ao som em si, além dessas citadas anteriormente, gostamos de shoegaze, eu particularmente tenho escutado bastante Lush e MBV, de emo Title Fight, Modern Baseball e Basement, mas sempre tentando compor de acordo com as nossas habilidades e o que a gente tem de equipamento, é muito fácil fazer um som ficar ruim quando você se força a fazer o que ainda não sabe.”

“Acho que Raça, Menores Atos e bandas desse estilo são bem nossa cara, uso como referência e costumo ouvir bastante. Acho que falando por mim tenho muitas referências de diferentes tipos, por ter um ”gosto amplo” pra música, do mais calminho ao mais pirado. Ta tudo valendo só precisa ser massa de ouvir. Sobre os sons da Chão de Taco, curto o quanto ela é triste, letras e tons tristes, mas ao mesmo tempo um ritmo empolgante. Soa como: Jovens tristes mas não tão tristes.”, completa a vocalista e guitarrista Julia Campacci 


Banda Chão de Taco, de Piracicaba (SP)
Chão de TacoFoto Por: Franco Torrezan

Chão de Taco “Adiante”

Neste fim de 2021 eles apresentam o quinto single da sua trajetória e em breve, um spoiler, eles planejam gravar um Split com outra banda.

“A música “Adiante” foi escrita em 2020, mas só gravamos esse ano. Por passar tanto tempo sozinho com os próprios pensamentos, ano passado serviu como um ano de autoavaliação pra geral. Passei muito tempo repensando que rumo a minha vida estava levando, as coisas que devia mudar em mim mesmo e foi o que me levou a escrever.

Antes da gravação, quando estávamos estruturando a música, a Ju gravou um áudio cantando e tocando no violão, e todo mundo concordou que seria muito legal se ela cantasse os versos do início da música. Outra coisa que decidimos fazer era colocar todo mundo pra cantar no final, a gente curte bastante quando bandas emos fazem esses crowd vocals e resolvemos incluír algo do tipo.”, relembra Jotapê

“Creio que nós como banda temos a mesma base de referência como as já ditas, e a partir disso criamos nosso som com uma letra bem real, uma guitarra bem shoegaze, acompanhada de backing vocals que reforçam o sentimento colocado na música.

Estamos sempre falando sobre relacionamentos, mas na mais nova “Adiante” nos questionamos o porquê das coisas serem sempre as mesmas e os sentimentos que não conseguimos lidar ou superar, como a ansiedade, lidar com responsabilidades do dia-a-dia e também estar em busca de dias melhores.”, completa Ricardo Bombem

Segundo o quarteto paulista a faixa melancólica discorre sobre não se sentir bem na própria pele e a espera eterna por uma mudança que nunca vem, por isso questionam: “será que vai ser sempre assim?”. Já o videoclipe foi gravado no Casarão Music Estúdio, também por Franco Torrezan, e mostra os músicos tocando evocando a atmosfera da canção.

Quem curtir o som das cariocas da Def definitivamente encontrará uma nova banda para curtir, cadenciada, a faixa vai crescendo aos poucos, e tem a energia da explosão das bandas revival do grunge, tanto as australianas, como o supracitado Basement. Fãs de grupos do conhecido midwest emo talvez simpatizem com a estrutura das melodias e o espírito sing-a-long do seu refrão questionador.


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