Assucena adapta para nossos tempos “Ela”, canção de Aldir Blanc eternizada por Elis Regina

 Assucena adapta para nossos tempos “Ela”, canção de Aldir Blanc eternizada por Elis Regina

Assucena – Foto Por: Cassia Tabatini

Com carreira entre o autoral e releituras marcantes, a baiana Assucena nos presenteia nesta sexta-feira (22) com uma versão para “Ela”, composição de Aldir Blanc e César Costa Filho eternizada em uma das vozes mais impressionantes da música brasileira, a de Elis Regina. A faixa originalmente presente no disco de mesmo nome, lançado em 1971, ganha uma nova interpretação 40 anos depois da despedida da artista deste plano.

A motivação da versão veio justamente por ela dialogar com a temática de seu primeiro single autoral, “Parti do Alto“, lançado há 6 meses. A artista, inclusive, no momento se encontra em estúdio gravando seu álbum de estreia.

“Uma canção autoral e uma versão; o contemporâneo e a memória; a tradição e a transformação. As duas canções expressam a condição e a superação do patriarcado”, explica Assucena


Assucena - Foto_Por Cassia_Tabatini
Assucena Foto Por: Cassia Tabatini

Assucena “Ela”

A versão ganhou toques mais up beats em relação ao instrumental da original, com direito a guitarra pungente e levada funqueada mas sem perder o charme da nossa MPB. Assucena fez questão de cantar em alto e bom tom os versos empoderados da canção, dando uma nova energia e aura para a composição de Aldir, reverenciando à altura a memória de seus criadores.

“Esta canção, ‘Ela’, era uma música que eu cantarolava em casa. Nesse sentido, não foi difícil escolher. Entendo esse ‘Ela’ como polissêmico, traz muitas ‘elas’ carregadas neste ‘ela’ singular. A interpretação de Elis vai para uma linha melancólica, uma mulher num quase estado de resignação social.

Minha ideia nesta releitura foi trazer uma mulher mais contemporânea, que apesar da dor no peito, dança. E dança sem se importar com quem quer que seja. Sinto que eu também faço parte dessa mulher contemporânea”, explica.

“Na sonoridade, trouxe um pouco do samba rock, mas sem abrir mão do retrô. Jorge Ben Jor e Novos Baianos são inspirações importantes para este trabalho”, detalha Assucena.

O fato de ser uma canção de Aldir Blanc e estar sendo lançada nesse momento que uma lei com seu nome é tão importante na reconstrução da indústria cultural acaba ganhando contornos emotivos dentro da homenagem.

“Perdemos Aldir Blanc em 2020, vítima da Covid. Regravar ‘Ela’ me traz um sabor da valorização da memória. Tanto da memória de Aldir, quanto de Elis. Estamos falando de um dos nossos maiores letristas e poetas da canção popular brasileira. A memória se constrói todos os dias. Dar o nome de uma lei de incentivo para Aldir Blanc é também uma forma de rememorar o marco que ele foi. Tenho o prazer de cantar Aldir, tanto quanto de rememorar sua obra e existência”, ressalta a artista

“Foi muito presente na minha formação artística. Toda a obra gravada por ela durante a década de 1970, na verdade, foi fundamental. Essa faixa é um lado B deste álbum, é uma canção pouco conhecida, então quis buscar essa rememoração também”, comenta sobre a razão da escolha

Com show homenageando Gal Costa, “Rio e também posso chorar”, ela apresentou no fim de 2021 uma releitura original dos discos Fa-Tal – Gal a Todo Vapor e sobre esse espírito autoral para as releituras ela não se limita, nem se define.

“Intérprete, mas não só intérprete. Compositora, mas não só compositora. O canto é quem reúne tanto a Assucena intérprete, quanto a Assucena compositora. E eu espero que o público entenda essa tradição da música brasileira nessa minha caminhada”, conclui a artista.

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Ouça também o single “Parti do Alto”


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