Nina Maia e Francisca Barreto no Cineclube Cortina durante o Circuito Nova Música, Novos Caminhos. - Foto Por: Lou Alves (@mrlouz)
O Circuito Nova Música, Novos Caminhos destaca sua missão de conectar artistas emergentes, promover circulação e abrir novas rotas pelo país.
Uma conversa casual em São Paulo plantou a semente de algo bem maior. Era o segundo semestre de 2023 quando o produtor musical José Guilherme Padovani percebeu, num papo com Lúcio Ribeiro, que havia espaço para uma proposta ousada: criar um evento itinerante que fugisse do padrão, num momento de explosão de festivais, oferecendo soluções reais para artistas emergentes não só de palco, mas de caminho.
Da troca de ideias entre José, Lúcio e Gustavo Sartori nasce o Circuito Nova Música, Novos Caminhos, já alinhado com o espírito da +Um Hits (Americana/SP), então recém-inaugurada como selo e produtora. Foram mais de 12 meses de reuniões e maturação constante.
“Foi um período extenso de amadurecimento de ideias e possibilidades, ao mesmo tempo em que o projeto já surge de forma ambiciosa em termos de expansão. Desde o início falávamos em expandir Brasil afora, então diria que ‘virar algo maior’ já aparece como uma meta intrínseca ao projeto, dependendo muito mais dos parceiros que viabilizarão essa expansão”, comenta Padovani.
A ambição antecede a estreia e o Circuito nasce querendo circular. O aprendizado, revela Padovani, foi na prática e a logística foi a mentora de tudo. Mesmo sem ter como proposta um programa formativo direto, o processo de produção acaba ensinando.
“Os artistas em fase inicial de carreira se veem participando de um evento com uma pré-produção longa, completamente diferente dos shows individuais que normalmente fazem. Tivemos acesso a uma pesquisa que mostra que praticamente 90% dos artistas nunca realizam uma única turnê durante sua existência como artista autoral.”
A experiência vai bem além do palco. Cada artista passa por etapas que envolvem design exclusivo para identidade visual, produção completa de logística, escolha de casas de shows, divulgação, assessoria de imprensa, equipe técnica viajando junto e suporte integral durante a rota.
“O Circuito é um grande projeto logístico que realiza um mini festival em dias seguidos e em cidades diferentes. Precisamos cuidar de tudo que envolve essa produção. Os erros servem de aprendizado, e muitas vezes fica claro que quanto mais comunicação com todos os envolvidos, melhor o produto final.”
Foi a partir da abertura de inscrições, que seguem válidas para artistas autorais e em português, que o projeto ganhou corpo nacional. Mais de mil artistas cadastrados, de todos os estados do país, reforçam a urgência por espaços de circulação.
“Analisando o lineup desde a primeira edição, fica claro que cada etapa é composta por artistas de estilos completamente diferentes dividindo o palco. Isso mostra uma marca do Circuito, que é a qualidade do artista, independente do estilo que ele entrega.”
E quando a estrada junta pessoas certas no momento certo, surgem colaborações inesperadas. “Logo após a primeira edição recebi vídeo de dois artistas que tinham participado juntos, num estúdio em São Paulo, testando participações coletivas. Tinham acabado de se conhecer e já estavam tentando compor conjuntamente. Isso é a cara do projeto, da coletividade que sempre buscamos.”
O encontro entre Fausto Fawcett e Maré Tardia também virou capítulo emblemático.
“O Fausto gravou um áudio descrevendo o Maré Tardia, ambos participaram do Circuito #02, e os meninos usaram esse áudio num clipe para divulgação de seu segundo disco. No áudio se percebe como a energia e a juventude deles agradou o Fausto, que usou seu vocabulário de dramaturgo para descrever um novo artista que ele imagino nunca tinha ouvido falar antes.”
Nem os imprevistos escapam da narrativa de Padovani e do Circuito.
“Já tivemos a alteração de uma das casas de show poucas horas antes do evento e reorganizamos tudo, palco, aviso ao público etc., para entregar os belos shows que o projeto sempre se propõe.”
Além disso, enfatiza Padovani, o Circuito acolhe vozes extremamente iniciais.
“Valorizamos os artistas locais que abrem cada data. Gostamos que sejam realmente novos, alguns subindo ao palco com poucas músicas lançadas, mas sempre com indicação de alguém muito ligado à cena local. O Circuito acaba conectando uma grande equipe de profissionais para realizar cada etapa.”
Em 2024, o Circuito se consolidou como projeto autônomo com equipe própria, evolução direta da base entre a +um Hits (Vegas Cultural) e Lúcio Ribeiro. Em 2025, intensificou as operações. Agora, entra em fase de expansão planejada desde o início.
“O próximo passo que buscamos para 2026 é a expansão natural, já desenhada desde a concepção: inaugurarmos novas rotas Brasil afora. Temos opções planejadas em diferentes partes do país. Começamos pela rota São Paulo capital–interior até por ser algo mais perto da nossa base e menos complexa de viabilizar.”
A movimentação geográfica já reflete a filosofia de cuidado, ele aponta.
“Digo sempre para a equipe que é mais fácil ‘apanhar’ e resolver imprevistos mais perto de casa. Precisamos melhorar a cada edição para expandir com naturalidade, principalmente para regiões com menor oferta de eventos. O intercâmbio cultural é algo que buscamos, então nossa intenção é cada vez mais levar artistas para diferentes regiões.”
E para essa próxima etapa, o foco é seguir conectando profissionais em torno da obra. “Para expandirmos para outros estados precisamos, além dos artistas que são a principal parte, de produtores, casas de show e todos os profissionais envolvidos em cada etapa”, finaliza Padovani.
O lineup da 5ª edição do Circuito Nova Música, Novos Caminhos foi anunciado na segunda-feira (24).
Paulo Miklos e Papisa, Tori e Ottopapi integrarão o Circuito que acontece em dezembro, em três cidades.
“Estou empolgado com o encontro de gerações com tantos novos talentos! Nosso show no Circuito já é a realização desse desejo de renovação!”, comenta Paulo Miklos.
“Nossa parceria inusitada rendeu um show delicioso e o lançamento de um single duplo. Muito feliz em celebrar esse encontro fortalecendo a cena independente”, completa Papisa sobre o encontro nos palcos com o Titã.
O primeiro show acontece em Campinas, no dia 5, com abertura da banda Pré/sal (Tetriz Club). No dia 6, em Americana, será a banda Vicio (Moon Club). E, em São Paulo, no dia 7, a abertura ficará por conta da Celacanto (Cineclube Cortina).
Os ingressos já estão disponíveis no site da Sympla com preços entre R$ 25 e R$ 45.
Endereço: R. Oriente, 425 – Chácara da Barra
Atração local: Pré/sal
Ingressos: https://www.sympla.com.br/
Endereço: R. Carlos Gomes, 301 – Jardim Santana
Atração local: Vicio
Ingressos: https://www.sympla.com.br/
Endereço: R. Araújo, 62 – República
Atração local: Celacanto
Ingressos: https://www.sympla.com.br/
This post was published on 20 de novembro de 2025 7:00 am
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