Jeremy Allen White atua como Bruce Springsteen no filme. Foto Por: Macall Polay © 2025
Nesta quinta (30) chega aos cinemas brasileiros o filme Springsteen: Salve-me do Desconhecido, da 20th Century Studios. Escrito e dirigido por Scott Cooper, o longa é baseado no livro Deliver Me from Nowhere: The Making of Bruce Springsteen’s Nebraska (2023), de Warren Zanes.
A narrativa acompanha os anos em que Springsteen mergulhou em reflexões pessoais para gravar músicas que falam de solidão, perda e busca de sentido. O próprio músico descreve essa fase como “alguns dos dias mais dolorosos da minha vida”.
Segundo Cooper, o álbum Nebraska representa o momento em que Bruce “escolheu a verdade em vez da expectativa”, recusando o caminho óbvio do sucesso comercial para explorar temas sombrios e pessoais. O diretor define a história como “o capítulo mais vulnerável da vida de Bruce”.
Atuam na produção Jeremy Allen White (O Urso) no papel de Bruce Springsteen e Jeremy Strong (O Aprendiz) interpreta Jon Landau, empresário e parceiro criativo do cantor. O elenco conta ainda com Paul Walter Hauser (Cruella) como o técnico de guitarra Mike Batlan; Stephen Graham (Adolescência) como Doug, pai de Bruce.
Além de Gaby Hoffmann (Campo dos Sonhos) como Adele, mãe do artista; Odessa Young (País da Violência) como Faye; Marc Maron (A Ordem) como o produtor Chuck Plotkin; David Krumholtz (10 Coisas que Eu Odeio em Você) como o executivo da Columbia, Al Teller; e Johnny Cannizzaro (Quantum Leap).
Springsteen: Salve-me do Desconhecido é produzido também por Scott Cooper junto a Ellen Goldsmith-Bein, Eric Robinson e Scott Stuber, com produção executiva de Tracey Landon, Jon Vein e Warren Zanes. A trilha sonora é assinada por Jeremiah Fraites, a fotografia é de Masanobu Takayanagi, o design de produção de Stefania Cella, os figurinos de Kasia Walicka-Maimone e a edição de Pamela Martin.
Estivemos presentes na cabine do filme e segui um protocolo próprio: evitar se contaminar com informações a respeito do filme antes de assistir. Apesar de saber da existência e teor do livro que inspirou, as possibilidades de narrativas são sempre abertas para quem dirige a trama.
E Scott Cooper optou por narrar a história de forma que não se esquiva de trazer o lado humano, vulnerável e imperfeito da vida e carreira de Bruce Springsteen. Ele busca contextualizar suas vivências, leva o espectador ao seu berço em New Jersey, mas sem romantizar em nenhum momento a vida no subúrbio e a volta por cima em busca pelo sonho americano.
Jeremy Allen White interpreta Bruce Springsteen e não exagera nos trejeitos característicos do músico, que tem imagem marcada pela simplicidade, gentileza, respeito com os fãs e postura de quem tem origens na classe operária. Sua atuação tem como maior desafio mostrar a trajetória de um jovem que, mesmo prestes a despontar globalmente, tenta conciliar as pressões inerentes a este momento e os fantasmas do passado.
O processo do álbum, vira apenas um pano de fundo para uma história de quem tem dificuldades de admitir que não está bem e serve de alento para um drama vivido por milhões de pessoas, a depressão. Se parte do repertório do músico tem um teor mais reflexivo, duras, que beiram um pedido de ajuda, essa fase em que chega ao fundo do poço e perto de um colapso, ironicamente, também é a mesma que gera hits atemporais e a quebra de padrões estéticos dentro do pop e do rock de seus tempos.
Esse fantasma que permeia a obra, nas lentes da câmera, também elucida o drama pessoal vivido por Bruce em que tem que lidar com dramas familiares, autocobrança, decepções amorosas, entraves criativos e crises de identidade. O diretor transforma toda essa narrativa em uma reflexão para quem assiste acerca de problemas invisíveis que não afetam apenas a classe artística, mas que as pessoas nem imaginam o quão comuns são. Algo que o sucesso e os números escondem. No mundo da música não faltam exemplos de quem não aguentou essa barra. Seja recaindo em vícios, seja atentando contra a própria vida.
Como curiosidade fica o personagem interpretado pela atriz australiana Odessa Young, Faye Romano, mãe solteira, que vive um romance com Springsteen. A personagem em si nunca existiu. Na verdade, ela representa vários pequenos romances que Bruce se envolveu naquele momento.
Em entrevista à Variety, a atriz australiana contou sobre o papel que a música de The Boss teve em sua criação e a determinação dela em estar envolvida.
“Eu cresci numa casa fã de Springsteen. Eu passei meu 15o e 16o aniversário em shows do Springsteen. Meu pai faz um tributo anual ao Springsteen para caridade, no qual ele junta um monte de seus amigos músicos para tocar covers.
Então, quando eu ouvi sobre esse filme acontecendo, liguei para o meu agente e falei: ‘Não me importo se estiver só de figurante numa cena. Preciso estar nesse filme. Alguns meses depois tive a oportunidade de fazer um teste pra ele.”
This post was published on 30 de outubro de 2025 7:00 am
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