Epica | Crédito: Tim Tronckoe
Epica realiza turnê com 6 datas no Brasil e conversou com Hits Perdidos sobre o novo álbum e mais!
Queridinho dos fãs de metal sinfônico no Brasil e na América Latina, o Epica retorna ao país em setembro para seis datas, passando por Porto Alegre (06/09), Curitiba (07/09), Belo Horizonte (09/09), Brasília (11/09), Rio de Janeiro (13/09) e São Paulo (14/09). A banda neerlandesa desta vez é acompanhada pelos italianos da Fleshgod Apocalypse, que também já são velhos conhecidos do público brasileiro. Para falar sobre o show no Brasil, o novo álbum e muito mais, fui convidada pelo Hits Perdidos para bater um papo com Rob van der Loo, baixista do Epica e um dos principais compositores da banda.
A conversa aconteceu online, em uma segunda-feira à tarde comigo no Rio de Janeiro, enquanto já era por volta de 20h nos Países Baixos. Mesmo antes do horário que combinamos, Rob já chamava a ligação, sem intermédio de assessores ou produtores, o que aconteceu somente na primeira vez que falei com Simone Simons, vocalista do Epica, ainda em 2020. Enquanto Rob aguardava a minha autorização para entrar na sala de conversa, eu percebia que o meu gravador tinha parado de funcionar, o aplicativo não deixava gravar a conversa e nem o computador estava permitindo gravar a tela. É a famosa Lei de Murphy: se puder dar errado, vai dar errado.
A entrevista de 20 minutos, portanto, deixou de ser um ping-pong (tipo de entrevista em que as respostas dos entrevistados são transcritas em sua integralidade), e transformou-se em um relato do que conversei com Rob. Espero fazer jus à simpatia e profissionalismo do baixista.
Nesses bate-papos, quando não há intermédio de assessores, começamos nos apresentando e também o veículo que representamos. Foi assim que dei início à conversa, falando sobre a minha história com a banda, o fato de que estou entrevistando o Epica pela terceira vez e sobre o que é o Hits Perdidos. Minha primeira pergunta foi sobre o que os fãs podem esperar dos shows do Brasil, o que de novo foi preparado para nós. Aos risos, ele disse: ‘se eu te falar, deixa de ser segredo, mas pode ter certeza que estamos nos preparando bastante e que se eu posso te adiantar algo é que teremos músicas no setlist que nunca havíamos tocado ao vivo’, eis que a entrevista já começa com declarações bombásticas!
Preparados e com canções inéditas no bolso, o Epica traz para o Brasil a turnê de lançamento do álbum Aspiral, lançado em abril, que conta com quatro músicas compostas por Rob van der Loo – “Cross the Divide”, “Arcana”, “Obsidian Heart” e a faixa-título “Aspiral”. A canção que dá nome ao álbum foi, na verdade, escrita pensando em um projeto solo, em que as influências musicais de Rob ficam mais visíveis: o rock grunge dos anos 1990, os clássicos do heavy metal como o Iron Maiden e o synth do Nine Inch Nails.
Até mesmo uma faixa como “Cross the Divide”, que algumas pessoas comentaram com o baixista que encontraram referências do Power Metal – tais como Helloween, Rhapsody of Fire e Blind Guardian – na verdade, nunca foram referências para a criação no Epica. Rob nos contou que a faixa traz a construção melódica presente em canções do synth rock, com o Nine Inch Nails entre as sonoridades que ele estava ouvindo na época em que compôs o single.
Com 11 faixas, o disco Aspiral foi produzido durante o songwriting camp do Epica que resultou em 20 músicas. Para chegar a esse número de canções, os músicos se reuniam e iam selecionando as músicas que achavam possível finalizar, as que combinavam entre si, as que fazem sentido para o momento do Epica. Rob também nos contou que, anteriormente, eles não tinham um estúdio próprio, então não sabiam como ficaria a música ao vivo, se honraria o som do disco. Hoje, eles já lançam o álbum sabendo quais músicas funcionam ao vivo, isso devido à maturidade, mas também às possibilidades que um estúdio próprio proporciona.
Um exemplo disso foi o álbum anterior, The Alchemy Project (2022), com a capa eternamente zoada pela página Dark Memes of Wonder, que traz uma série de artistas convidados, de subgêneros musicais diferentes do Epica, como o rock experimental e o death metal. Rob diz: “Foi nesse momento que percebemos que podemos fazer o que quisermos com a nossa música, que ela é flexível o bastante para lançarmos canções com artistas que não são do metal sinfônico, mas que são bons e que nos ajudam a criar músicas que nos deixam felizes com o nosso trabalho”.
Essa felicidade de subir ao palco e acompanhar no rosto a recepção do público, é o que tem acontecido com Rob e toda a banda, durante os shows do disco atual, que já passou por uma série de festivais europeus neste verão, como o Hellfest, na França; e o Graspop, na Bélgica. Com nove discos na carreira, hoje o Epica está cada vez mais certo do seu caminho:
“É muito difícil montar um setlist quando se tem nove discos e desejamos agradar os novos fãs e também quem nos acompanha desde ‘The Phantom Agony’ [disco de 2003]. Não somos uma banda que consegue ouvir o clamor dos fãs e simplesmente começar a tocar a canção que estão pedindo, nossas músicas exigem uma preparação com muita antecedência. Mas nós tentamos a cada apresentação fazer com que os fãs estejam tão felizes quanto nós estamos em estar no palco tocando para eles”, destaca Rob.
Como fã, foi impossível não guiar a conversa para um dos assuntos favoritos de Rob: cozinhar! O baixista faz parte do livro “Bass Clef Chefs” (saiba mais), que pode ser traduzido como “Chefs da Clave de Fá”, que reúne baixistas que adoram cozinhar e compartilham suas receitas no livro. Questionei a ligação entre a criatividade na cozinha e a criatividade na música para o músico, que prontamente respondeu:
“Não utilizo receitas, além dos clássicos da culinária, claro, mas o que eu gosto mesmo é abrir a geladeira, ver o que tem e começar a criar a partir destes ingredientes. Cozinhar e tocar música são atividades muito parecidas, em que você se guia pelo sentimento, coloca amor no que faz e espera que os outros se sintam bem com o que você cria. Cozinhar para mim é um hobby que me alivia”, conta.
O disco Aspiral também representa o fim da saga musical A New Age Dawns, iniciada por Mark Jansen, guitarrista, ainda no clássico disco Consign to Oblivion (2005), que durou 20 anos e conta com nove músicas lançadas e que tem o seu gran finale no trabalho atual. Quando questionei como foi receber a notícia, o baixista disse que embora esta seja uma jornada pessoal de Mark e, “do futuro, ninguém sabe”, mas a banda está animada para os próximos passos.
Prestes a entrar em uma nova fase da banda, Rob demonstra tranquilidade ao falar sobre o disco atual, enquanto é taxativo ao contar que a faixa-título, que também encerra o álbum, representa um ponto de virada na história do Epica: “Não sabemos o que vem pela frente, mas com certeza nada mais será como antes”.
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This post was published on 28 de agosto de 2025 8:00 am
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