perdido lança videoclipe para "cachorro pequeno" - Foto: Reprodução/YouTube
“cachorro pequeno” ganha videoclipe produzido pelo próprio perdido
No fim de março, Marcelo Perdido, que assina seus projetos como perdido, lançou o sétimo álbum da sua carreira, O Inacreditável Resto de Nossas Vidas (dobra discos / Altafonte). Neste disco, Marcelo se envolveu do começo ao fim, o cantor, produtor e artista visual esteve à frente de todas as etapas das canções, da composição à gravação, da produção musical ao processo de mixagem e masterização, do desenvolvimento do material gráfico à feitura dos videoclipes (onde ele também assina integralmente roteiro, filmagem, montagem e animação). Tendo gravado o registro no Home Studio São Longuinho.
“O título leva ‘nossas vidas’, pois entendi que não era só sobre o que eu vivo. Eu saquei que, apesar de fazer música, a minha vida é bem comum, provavelmente muito parecida com a sua. Eu trabalho, pago aluguel, assisto TV, e nos fins de semana gosto de ir na praia”, conta Perdido.
Grandes transformações em sua vida norteiam o novo disco que tem ao todo 18 faixas e dois anos entre produção e finalização. Entre elas mudar de cidade, perder pessoas, gostar de alguém, estar de saco cheio das redes sociais, tentar engravidar. No quesito participações, o projeto conta com colaborações com Pullovers, Danilo Andrade, Habacuque Lima, Pedro Serapicos, Felipe Parra, Pedro Vituri, Bruno Serroni e Lucca Francisco.
Agora a faixa “Cachorro Pequeno” ganha um videoclipe com vídeo produzido pelo próprio multiartista carioca.
A canção conta com guitarra, percussão e baixo de Felipe Parra, e é uma homenagem ao cachorrinho de 12 anos de perdido, seu companheiro fiel de rolés. Nela, inclusive, é cantado o convite que deu nome ao disco: “bora comigo / pro inacreditável resto de nossas vidas”.
Utilizando recursos de Inteligência Artificial, o videoclipe mistura colagens com animações, edição rápida perfeita para captar a atenção das redes, com o recurso de misturar gravuras, vídeos do seu fiel escudeiro, fotos e muitas cores.
É assim que perdido escolhe apresentar a relação que muitas vezes extrapola qualquer limite do racional – e onde o universo lúdico se sobressai.
“Eu acho que muitas vezes a relação com um cachorro extrapola para o lúdico, a gente acaba dando espaços e criando expectativas que não seriam naturais para um “animal”.
Por isso quis que mais que um “documentário” esse vídeo fosse uma mistura de gêneros… Ficção, animação… Aliás, grandes exemplos dessas relações são de personagens de animação né? Snoopy e Charlie Brow, Jake e Finn, Tintim e Milu. Eu queria imortalizar nossa relação da forma mais lúdica possível…”, comenta o músico em entrevista exclusiva para o Hits Perdidos
Conversamos com Marcelo Perdido que além de contar detalhes da produção do videoclipe para “Cachorro Pequeno”, ainda comenta sobre a Inteligência Artificial, o momento da carreira e seus sonhos.
Marcelo Perdido: “Eu pensei em falar que esse disco me fez “fazer as pazes com a música”, mas, na verdade, nós nunca estivemos brigados. O que rolou foi um desgaste gigante por conta de uma longa obsessão em fazer da música meu trabalho, foram 10 anos investindo tempo, dinheiro e carinho, mas não só com o intuito de criar, eu queria também ganhar dinheiro, pagar contas, viajar, tudo por conta da música.
Esse momento nunca chegou e pensei em parar de fazer música, mas aí eu percebi que poderia apenas parar de esperar que a música tivesse um retorno financeiro. Essa foi a grande cura, poder fazer música sobre mim, meu cachorro, aquilo que eu enxergar de poesia no cotidiano, e isso me ajudar a atravessar os dias.”
Marcelo Perdido: “Engraçado essa pergunta, pois eu não materializo mais discos literalmente falando, eles não existem mais como produto/objeto. Mas trazer um disco pro mundo é sempre deixar uma marquinha, como fazer um pixo num muro, por algum tempo vai estar lá e isso é muito legal.”
Marcelo Perdido: “Voltar a morar no Rio foi um grande reencontro, essa estética absurdamente plural de Copacabana, da mistureba, é muito do que eu sou. Meu bairro parece uma grande colagem, então o som e visual do disco acompanham. É muita coisa, camada, efeito, mas tudo em função de “contar a história”.”
Marcelo Perdido: “O papel do videoclipe pra mim hoje é o mesmo da música, contar aquela história, eu não faço mais nenhum dos dois pensando por uma lógica de mercado. As pessoas hoje em dia são donas dos seus tempos e investem esse tempo no que elas querem.
Antes o videoclipe servia a lógica da tv, assim como a música servia a lógica da rádio. E a TV fazia chegar o videoclipe até as pessoas na frequência que ela queria. Hoje não é mais assim e o videoclipe passa a subverter sua função inicial “que era de promover a canção na televisão”, hoje um videoclipe é mais um recurso para entreter, emocionar, contar história… ele ganha essa camada… E vídeos mais na lógica da internet é que se tornam o “produto promocional”.”
Marcelo Perdido: “Eu acho que muitas vezes a relação com um cachorro extrapola para o lúdico, a gente acaba dando espaços e criando expectativas que não seriam naturais para um “animal”.
Por isso quis que mais que um “documentário” esse vídeo fosse uma mistura de gêneros… Ficção, animação… Aliás, grandes exemplos dessas relações são de personagens de animação né? Snoopy e Charlie Brow, Jake e Finn, Tintim e Milu. Eu queria imortalizar nossa relação da forma mais lúdica possível…”
Marcelo Perdido: “Eu utilizo desde sempre recursos que automatizam, simplificam, emulam estéticas… tento aplicar essa lógica para o uso da inteligência artificial, de algo que facilite alcançar resultados que eu não consigo de outra forma.
Acho isso bom. Eu venho de uma cultura do sample que já flexibiliza essas questões de propriedade autoral, mas nunca foi dessa forma que é hoje. Eu não consigo nem falar disso no geral, precisaria refletir sobre cada caso, mas saber como é feita a salsicha que são as ias de música e visuais dá um certo receio de consumir sim.”
Marcelo Perdido: “Acho que a principal é entender qual seu real sonho, porque às vezes a gente compra uma ideia de sonho que talvez seja intangível, principalmente se ele envolver um conceito subjetivo como sucesso…
Hoje eu entendo que eu faço tanto disco porque meu sonho é esse… Meu barato é esse… Produzir, criar, contar histórias… Uma coisa meio Chicó, uma coisa bem Brasil né?”.
This post was published on 16 de abril de 2025 7:00 am
Com produção musical de Maria Beraldo, e lançamento pelo selo RISCO, o disco com as…
Na estreia da produtora de shows Latina Shows, a banda britânica Tindersticks fez uma apresentação…
A paixão por colecionar vinis virou negócio para o carioca Nicholas Lopes (30), fundador da…
O Terno Rei tem uma das trajetórias mais heroicas do independente brasileiro. Formado em 2010,…
Confira os melhores clipes independentes | Março (2025) em seleção especial feita pelo Hits Perdidos!…
Incubus retornou ao Brasil após 7 meses em show comemorativo No dia 15/09 do ano…
This website uses cookies.