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Zeca Pagodinho, Poucas e Boas

No último sábado nós, do Hits Perdidos, tivemos a oportunidade de estar na coletiva de imprensa do Zeca Pagodinho minutos antes dele subir no palco no Festival Turá. Um nome que dispensa apresentações, aqui no Brasil e fora também. Já que o sambista acabou de voltar de uma turnê no Estados Unidos, com shows lotados.

A entrevista aconteceu no camarim do próprio, que respondeu uma pergunta de cada. Deixando sua fé bem evidente, na mesa de centro era possível ver as figuras de nossa senhora, São Jorge, Cosme, Damião e Doum. Algumas velas, que olhando de perto não eram de verdade e sim aquelas de led. Além disso, atrás do artista há uma espada de São Jorge. E óbvio que não podia faltar uma cerveja Brahma na geladeira, mesmo que a cerveja do festival fosse a Corona.


Mesa do backstage do Zeca Pagodinho no Festival Turá. – Foto Por: Mariana Marvão

A Coletiva de Imprensa de Zeca Pagodinho no Festival Turá

Cada jornalista ali possuía uma missão importante, pensar na melhor pergunta para fazer para um dos maiores nomes do samba do Brasil. Sem nenhum combinado, a maioria das perguntas acabou girando em torno de como Zeca enxerga as novas gerações, seja de artistas ou de fãs. De forma engraçada e sarcástica muitas vezes ele se desviava das respostas e falava na verdade o que queria falar. Zeca é exatamente o que se espera dele, humano.

Zeca Pagodinho durante coletiva no backstage do Festival Turá. – Foto Por: Mariana Marvão

Nossa pergunta em particular se diz respeito a como o sambista enxerga essa nova geração da música. Em um tom bem humorado como sempre ele responde “toda música é boa”, simples e genérico. Logo em seguida ele completa: “o sucesso ele acontece, ninguém estuda para ser sucesso, eu mesmo fiz tudo para dar errado e tô aí”.

Em certo momento, enquanto fugia de mais uma pergunta soltou “estou nervoso” e em coro toda sala soltou um riso sincero. A jornalista retruca “depois de tanto tempo, você ainda fica nervoso”, “óbvio” ele responde. Gente como a gente, o artista no fundo estava como todos nós, “nervoso”. É interessante analisar isso, pois no momento que sobe ao palco, ele parece totalmente confortável, muito mais do que na frente de 9 jornalistas. Como se cantar na frente de milhares de pessoas, fosse seu habitat natural.

Para quem nasceu nos anos 90, Zeca Pagodinho é sinônimo de churrasco em família, da cerveja Brahma gelada, um tio bêbado cantando desafinado. O que mais me surpreendeu durante o show, foi um homem com seus mais de 25 anos que chorava copiosamente ao som de “Ogum”. Que memória essa música trouxe para ele é impossível de saber, mas era claro que cada pessoa ali na plateia tinha uma música que se relacionava mais.

Horas tomando vinho, outras tomando cerveja, o show do sambista não deixou nenhum hit de lado. Uma grande coletânea das melhores músicas que empolgou o público que não parou de cantar entre elas teve “Verdade”, “Vai Vadiar”, “Judia de Mim”, “Vou Botar Teu Nome na Macumba”, “Brincadeira Tem Hora” e “Bagaço da Laranja”. Zeca se mostrou o homem carismático que ele tanto transparece na propaganda da Brahma que passa as vezes no carnaval. Quem esteve lá presente teve a oportunidade incrível de presenciar esse show que é quase um acontecimento.

This post was published on 29 de junho de 2023 10:00 am

Mariana Marvao

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