Coldplay apresenta show em forma de espetáculo para os fãs em Curitiba
Coldplay em Curitiba; grupo faz turnê extensa pelo país com mais de 10 shows marcados
Fogos, luzes, papel picado, mais luzes. Sinceramente desde que a banda subiu ao palco não sabia ao certo pra onde olhar, são tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo no show do Coldplay que você não consegue acompanhar tudo. Mas em momento algum você quer deixar de apreciar, não quer perder um mínimo detalhe daquilo que seus olhos tenham visto e seus ouvidos tenham captado.
Nunca cheguei a ser uma fã árdua da banda, mas sempre apreciei suas músicas, muitas inclusive fizeram parte da minha vida e devem ter feito parte da de vocês também. De todas as vezes que a banda havia estado no Brasil, infelizmente, não pude ir por inúmeros motivos – dos mais banais aos mais complicados – mas finalmente a oportunidade surgiu e vim aqui contar pra vocês como foi essa grande noite.
Além da Música: A maior razão da ida para o show do Coldplay em Curitiba
Antes de começar a falar do assunto principal que é o Coldplay, tenho que contar um pouquinho sobre as bandas de abertura, de todo o rolê e de certa forma vou fazer uma coisa que nunca fiz em nenhum texto aqui no Hits que é expor algo tão pessoal da minha vida. Então antes de começar a resenha em si vou contar uma breve história, prometo ser rápida, de uma pessoa que perdeu uma das pessoas que mais ama no mundo.
Essa pessoa adorava Coldplay, um dos sonhos dela era conhecer o vocalista. Ela tinha o CD Viva La Vida, ouvia quantas vezes fosse possível. Infelizmente ela se foi antes de poder ir em um show mas a filha dela ficou…e mesmo que morra de saudades e que ligue cada música da banda a ela, tem um carinho pela banda por isso.
Então, quando surgiu a oportunidade de tentar uma credencial pro show de Curitiba ela tentou não só pela experiência, para trazer mais essa grande resenha pro Hits Perdidos. Ela também queria tentar pelo simples fato de viver isso pela pessoa que ela ama e ela conseguiu, recebendo a noticia menos de uma semana antes do show. Ela chorou tanto emocionada pois seria um dia tão especial, não importava as 12 horas de ônibus, a falta de sono pela ansiedade, a dor nas costas, o cansaço. Tudo valeu a pena e ela pode sentir toda a alegria e emoção daquele momento e guardar na memória e no coração.
A filha sou eu e a pessoa que se foi é minha mãe, pensei muito antes de abrir isso com vocês mas gostaria que soubessem que, às vezes, aqui também existe um motivo por trás de tudo. Nós também somos fãs, passamos por perrengues, não é fácil não sabe. Mas no final tudo vale a pena e a gente vem aqui pra escrever com sinceridade.
As longas filas
Mas voltando ao assunto principal, quando cheguei no estádio as filas eram enormes. Elas davam voltas e voltas, ingressos esgotados, ambulantes pra todos os lados, pessoas com camisas do Coldplay, faixas, bandeiras, cheias de sorrisos cantando as músicas da sua banda favorita a espera da abertura dos portões às 17:00. Entrar no estádio ainda não cheio é uma sensação de certa forma reconfortante pois você ainda tem a liberdade de caminhar por onde quiser, você pode olhar pra todos os lados com calma sem atrapalhar ninguém e vice-versa.
Shows de Abertura: Clara x Sofia e Chvrches
A primeira dupla a se apresentar quando o sol já ia dando o seu até logo era a dupla Clara x Sofia, duo pop mineiro com presença de palco e identidade. A dupla se apresentou com sua banda e levantou o público que estava chegando ao estádio no início da noite daquela terça-feira.
Um pouco depois das 19:30, a próxima a se apresentar era a banda Chvrches. Convidada pelo próprio Coldplay para abrir todos os seus shows no Brasil, pela primeira vez em solo brasileiro, Lauren e companhia apresentaram aquilo que sabem fazer de melhor. Sou muito suspeita pra dizer pois sou apaixonada pela banda, principalmente pela voz da vocalista. Nos seus saltos a lá Kiss e seu vestido dourado chique, Lauren Mayberry era pura simpatia transitando entre o palco e a passarela, dando suas infinitas voltas – sinceramente não sei como essa mulher não fica tonta – e ainda lança uma “obrigada” com aquela voz fofa fazendo todo o público se derreter. Passaram por músicas de cada um de seus discos, incluindo o mais recente “Screen Violence” lançado em 2021 e seu novo single “Over”.
E o que sustenta esse espetáculo? A sustentabilidade. O palco é de aço reciclável, os papeis picados são biodegradáveis, as pulseiras são feitas de materiais a base de plantas e foi reduzida a produção da mesma, e no fim de cada show pedindo aos fãs que devolvam as pulseiras – inclusive no primeiro dia de show em Curitiba a porcentagem foi de 86% de devolução das pulseiras.
Fora que no telão, antes do começo de tudo, os fãs são convidados a usar as bicicletas para produzir energia, além de uma espécie de tapete onde podem ficar pulando que também gera energia. E o Coldplay ainda disponibiliza um aplicativo com diversas informações.
O Espetáculo
Agora vamos ao que interessa, o grande espetáculo que é o show do Coldplay. Sinceramente, eu nunca vi nada igual. Até poderia dizer que parece aqueles shows de DJs grandes, cheios de luzes e etc mas não dá. A magia do show é completamente diferente de tudo – aliás, magia acho que seja uma boa palavra pra esse show.
Ele começa mostrando a banda no telão, numa espécie de bastidores, se encaminhando ao palco. Você não sabe de que direção a banda vem, é o público olhando para todos os lados até que vai surgindo um por um subindo a passarela e as luzes das pulseiras e do palco começam a acender. É o pontapé do espetáculo com “Higher Power” e uma chuva papel picado e luzes que te deixa encantado.
Dali pra frente foi Coldplay e 45 mil pessoas em comum acordo – estamos todos aqui para nos divertir e esquecer um pouco o mundo lá fora. Chris Martin leva o público na mão, seja na voz ou na simpatia. Ele arrisca um pouco no português, lança sorrisos para todos os lados, pula, toca, interage. A banda apresenta em seu repertório algumas das canções do seu disco atual que dá nome a turnê – Music Of The Spheres (2021), mas também dos álbuns anteriores e é claro, nunca esquecendo dos clássicos.
A corda estourando
Falando em clássicos, durante “The Scientist”, o guitarrista Jonny Buckland precisou trocar a guitarra. O que aconteceu é que perto do final da canção as cordas da guitarra se enroscaram e transmitiram um som péssimo. Lá da plateia até achei que poderia ser algum problema com a caixa de som. Então com o incidente Chris Martin parou a música, levantou-se e foi abraçar o amigo e companheiro de banda. Logo após a troca da guitarra, Chris voltou ao seu lugar e tocaram a música de onde haviam parado antes do problema ocorrer e ainda tivemos direito a um pequeno solo de Buckland.
Chris Martin ainda deu um show de inclusão ao utilizar a língua de sinais durante a canção “Something Just Lime This”, onde a atmosfera do show se torna toda alienígena com luzes neon, cada integrante com uma espécie de capacete que remete a uma cabeça de um ser diferente.
As interações com os fãs
O espetáculo continuou cheio de luzes, fogos, e veio uma parte muito especial onde um fã sobe ao palco para cantar ou tocar com Chris Martin. A escolhida da vez foi a estudante Daniela Ataydes, que veio de Campo Bom, Rio Grande do Sul, até Curitiba para assistir a banda.
Daniela que toca piano desde os 10 anos de idade, fez um cartaz pedindo para realizar seu maior sonho. A m escreveu no cartaz “posso tocar “Fly On” com você essa noite?” e seu sonho foi realizado. Ela tocou perfeitamente bem, sem nenhum erro e foi muito elogiada por Chris Martin e ovacionada pelo público. Quem sabe isso seja uma mensagem para todos nós, para nunca desistirmos dos nossos sonhos sejam eles quais forem.
Chris e uma fã cantando O (Fly On) essa noite no show em Curitiba 😭❤️ #ColdplayCuritiba #CPBRemCWB
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— Coldplay Brasil (@coldplaybrasil) March 22, 2023
E assim o show de praticamente duas horas e meia foi se encaminhando entre canções mais calmas, mais agitadas, as cores eram variadas de acordo com as músicas. Labaredas no palco que se você estivesse mais perto do palco chegava a sentir o calor e era uma sensação única. A tradicional “A Sky Full of Stars” onde a banda para de tocar e Chris Martin pede ao público que guarde o celular e erga as mãos. A gente sabe que nem todo mundo vai guardar o celular, mas vai dizer que não é bom acompanhar uma música sem o aparelho?
A Magia do show do Coldplay
Duas canções foram apresentadas no palco C, o palco que fica no final da passarela. As músicas “Sparks” e “Magic”. “Magic” que ganhou sua versão em português – “Magia” – com um Chris risonho e extrovertido cantando em português pra delírio do público que cantava junto. E ambas as músicas contaram com a participação da Cris Botarelli, da banda Far From Alaska.
Banda voltando ao palco principal e show se encaminhando para o fim, o trio “Humankind”, “Fix You” e “Biutyful” se encarregou de fechar com chave de ouro a noite daquela terça-feira, 21 de março. Inclusive “Fix You” sempre uma das mais emocionantes, fez com que Chris a cantasse de joelhos em meio a plateia emocionada e é claro que me incluo nessa pois também estava lá aos prantos.
Chris cantando Fix You no show hoje em Curitiba #ColdplayCuritiba #CPBRemCWB 🥹❤️
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Chris Martin começou seus agradecimentos, os integrantes caminharam por cada parte do palco e agradeceram, era um sentimento de gratidão e carinho. Mas antes do fim há sempre mais uma surpresa. Enquanto a banda se despedia na passarela, uma fã levou um cartaz pedindo para que o vocalista revelasse o sexo do seu bebê. E não é que o Chris aceitou, ela jogou um pacote em direção ao cantor que abriu e fez um gesto revelando que era uma menina.
O vídeo do momento!!!! 😂 pic.twitter.com/C4DfquLVdX
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E a noite acabou ao som de fogos, com papeis picados, muitas luzes. Tudo remete a uma alusão de que estávamos comemorando o início de um novo ano mesmo que estivéssemos com tantos estranhos à nossa volta. Talvez seja esse mesmo o sentimento que o Coldplay queira nos passar, um novo recomeço.
Setlist: Coldplay em Curitiba
- Higher Power
- Adventure of a Lifetime
- Paradise
- The Scientist
- Viva La Vida
- Something Just Like This
- O (Fly On)
- Every Teardrop Is a Waterfall
- Yellow
- Human Heart
- People of The Pride
- Clocks
- The Lightclub
- My Universe
- A Sky Full of Stars
- Sunrise
- Sparks
- Magic
- Humankind
- Fix You
- Biutyful