Cianoceronte hipnotiza público no primeiro show do ano
A Cianoceronte, grupo formado pela Eduarda (vocal e teclados), Bruno (guitarra), Askov (baixo) e Vinicius (bateria) se apresentou no FFFront, um bar localizado em Pinheiros em São Paulo no último sábado, 4. “É um dos lugares que a gente mais queria tocar” ouvi Bruno dizer.
Lá, os shows acontecem no andar de cima em uma sala pequena e intimista. Cheguei a tempo de ouvir “Mitificação”, faixa que começa com o teclado como protagonista e segue uma melodia cheia de altos e baixos quando recebe o vocal de Duda. O set era curto. A banda foi formada para um TCC da faculdade ainda em 2021 e tem um EP autointitulado, com três faixas.
A Cianoceronte denomina seu estilo como “psicodélico com influencias do rock progressivo e jazz” e realmente tem tudo ali, sobretudo na personalidade de cada integrante. É no palco que vemos Askov, mesmo tímido, se destacar com o baixo – ouvi pessoas da plateia elogiarem. Ao final do show, ele me conta que uma abelha picou seu dedo dias antes da apresentação.
A parte “jazz” das músicas também hipnotiza. Ouvir Cianoceronte ao vivo é uma viagem que você torce pra não acabar. A música “01jazz” talvez seja minha favorita, eventualmente pela possibilidade de cantar junto com a Duda – momentos raros no set da Ciano.
O ápice do show foi quando a banda estreou uma nova composição. Há um trecho perfeito para que o público batesse palmas; segundo Duda não foi algo pensado, mas aconteceu. A plateia se envolveu e não tirou os olhos do palco até o fim do show.
A última música do set foi “Sem Nome por Ora”, faixa que poderia facilmente ser a trilha sonora de um filme sobre a vida urbana. Nela, Bruno aproveita pra brincar com os pedais e sobrepõe uma uma fúria disfarçada nos acordes da guitarra.
“Na intro de ‘Sem Nome Por Ora’ rolou meio que um improviso combinado. Tocamos os primeiros acordes e ai a gente vai se olhando pra ver no que sai”, conta Duda
Ouvir Cianoceronte te faz querer viver o momento e foi o que fiz naquela noite. O evento foi organizado pela A Porta Maldita que também convidou a banda Turmallina e a Chão de Taco encerrando as apresentações com chave de ouro.