Sloan Struble, a mente por trás do Dayglow, lançou nesse ano seu terceiro álbum, People In Motion
Um modelo quase que hegemônico no indie pop de 6 anos pra cá tem sido a banda de um homem só, que contempla desde nomes consagrados como o Tame Impala de Kevin Parker, até nomes mais em evolução como a Soccer Mommy de Sophia Allison. Nesse cenário, um som em destaque é o do Dayglow, projeto do texano de 23 anos Sloan Struble. Em 2018, Sloan chamou a atenção com seu álbum de estreia, Fuzzybrain, que trouxe músicas como ‘Can I Call You Tonight?’ e ‘Hot Rod’, hits indies que se fossem lançados hoje (mesmo não fazendo muito tempo) com certeza bombariam no Tik Tok tipo a ‘Heat Waves’ do Glass Animals.
O período crítico da pandemia foi um dilema para alguns artistas e suas rotinas, mas para Sloan, não mudou muita coisa. Ele sempre fez seus trabalhos num estúdio caseiro, sem auxílio, escrevendo e produzindo sozinho. Assim, em 2021 ele lançou seu segundo álbum Harmony Hall e agora, em abril desse ano, soltou seu terceiro álbum, People In Motion. Durante o processo de criação de seu último álbum, Sloan se casou aos 23 anos, tema que o fez ter essa noção de “movimento” da vida.
O texano nunca veio ao Brasil para shows, mas trocamos um breve lero com ele sobre como a música dos anos 80 influencia não só o seu seu som mas o indie pop atual; o dilema entre o pop e o alternativo, e o seu processo criativo pessoal. Se liga só:
Sloan: “Bom, eu passei por bastante mudanças, eu acho (risos). As coisas sempre estão mudando, então é difícil pontuar o que especificamente mudou. Mas, eu tenho praticado e feito música todo dia desde então, e isso tem sido meu norte criativo, com certeza. E esse álbum veio daí, eu adoro fazer música, então foquei nisso, em fazer um álbum divertido.”
Sloan: “Eu acho que naturalmente gosto do som da música (dos anos 80). Essa época é muito cool porque tinha tanta tecnologia sendo criada, e de jeitos diferentes do que usamos hoje A tecnologia inspirava as pessoas a serem criativas. Culture Club, New Order, essas bandas eram ‘estranhas’ mas populares. E hoje em dia isso tem voltado de alguma forma, por mais que hoje em dia você tenha que ser mais que um músico, tendo que ser influencer ou coisa assim. Naquela época ser músico já estava bom.”
Sloan: “Rola dos dois jeitos. Tipo, eu nunca tento fazer algo que não tem a ver com o que estou sentido na hora. Eu tento ser um pouco mais desafiador no que faço, e quando estou fazendo música eu tento ir pelo que acho bom, pelo que me parece certo , e espero que as pessoas sintam isso também. Especialmente nesse álbum, eu realmente estava tranquilo, não fiquei pensando “o que meus fãs vão achar?”. Eu acho que no fim do dia tudo funciona, e tenho orgulho disso.”
Sloan: “Antes de qualquer coisa eu tenho que dizer: eu não faço ideia (risos). Realmente não sei. Só vou fazendo o que me parece agradável, e eu não produzo com ninguém, então eu vou indo pelos caminhos que sei, algumas progressões de acordes, até que dou de cara com uma ideia nova. Eu sou obcecado pelos diferentes sons de sintetizadores então vou por aí também. Mas sim, eu tento traduzir emoções e sentimentos em sons.”
Sloan: “Na verdade foi o mesmo de sempre. Eu gravei e produzi sozinho. Mas sonoramente é bem diferente. Soa mais polido, mais pop. E isso acho que veio do fato de que inevitavelmente me tornei um compositor melhor do que era. Então em termos de produção não mudou muito, o jeito que criei, sentado no meu estúdio e apenas criando.”
Sloan: “Realmente tenho me ligado em muitos elementos do som do LCD Soundsystem, nas coisas que o James Murphy faz. O Paul Simon também, o lance folk pop. Acho que essas coisas aparecem no álbum, uma mistura entre isso, acho que faz sentido. Eu só queria fazer um álbum pop genuinamente divertido. Sabe, é estranho porque pop oitentista hoje é algo alternativo. Eu queria fazer um pop que bem, não é o pop da Ariana Grande, mas é um álbum de pop.”
Sloan (Dayglow): “Ao fazer esse álbum, me senti mais confiante do que nunca, e quis passar isso nas músicas. Acho que sobre alguns temas específicos bem… Eu canto sobre música, sobre fazer música, o quão amo isso. Compromisso, tem algumas letras sobre compromisso. Eu me casei aproximadamente um ano atrás então foi legal me ver nessa posição, uma pessoa jovem cantando sobre casamento.”
Sloan (Dayglow): “Sim, eu sei, eu sei (risos). Eu adoraria ir ao Brasil. Definitivamente já é tempo. Então, o mais breve possível, porque sei que tenho fãs esperando.”
Sloan (Dayglow): “Pode crê, vou gostar então!”
This post was published on 13 de dezembro de 2022 11:00 am
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