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Os melhores jogos independentes dos últimos 5 anos segundo o The Game Awards

A cena de jogos independentes ganhou muita tração na última década na indústria global de jogos eletrônicos. Embora sejam desenvolvidos por estúdios pequenos e sem grandes orçamentos, muitos deles são capazes de dar inveja a qualquer triple A de empresas renomadas.

Nas edições mais recentes do The Game Awards (TGA), premiação anual de maior prestígio do setor, está cada vez mais comum a indicação de games indies à Jogo do Ano, principal categoria do evento.

Aliás, o TGA apresenta uma categoria específica para melhor jogo independente do ano desde 2009, quando a premiação se chamava Video Game Awards. O Hits Perdidos separou os vencedores desta categoria dos últimos 5 anos. Confira:



Cuphead (2017)

Vencedor em melhor direção de arte e jogo independente, Cuphead merecia ser indicado a melhor jogo do ano em 2017. Desenvolvido e distribuído pelo Studio MDHR Entertainment, o jogo traz um visual inspirado nas animações de 1930 — inclusive, foi desenhado à mão pelos irmãos Chad e Jared Moldenhauer.

O charme gráfico não se destaca sozinho, pois o título ainda traz uma trilha sonora fiel a era das animações dos anos 1930, o que realça seu rótulo de originalidade tanto entre jogos independentes quanto entre produtos triple A.

Em Cuphead, o jogador assume o controle do Xicrinho e Caneco para conquistar contratos de alma para o Diabo ao longo de diversas fases. Apesar de simples, a jogabilidade de ação e tiro traz bastante desafios, e fica ainda mais interessante no modo cooperativo para dois jogadores.

O jogo foi lançado em setembro de 2017 para PC, Xbox One, Nintendo Switch e PlayStation 4. Seu preço varia de R$36,99 a R$104,90.



Celeste (2018)

Celeste é um jogo estrangeiro, desenvolvido e distribuído pela canadense Matt Makes Games, mas com a direção de arte assinada pelo estúdio MiniBoss, composto por desenvolvedores brasileiros. Ganhou como melhor jogo independente e mais impactante no TGA de 2018, e foi indicado nas categorias de melhor trilha sonora e melhor jogo do ano.

Lançado em janeiro daquele ano para PC, Switch, PlayStation 4 e Xbox One, Celeste apresenta um visual em pixel art e oferece uma experiência de ação e aventura em plataforma.

O jogador deve ajudar a protagonista Madeline a lidar com seus demônios internos em uma jornada até o topo da Montanha Celeste. O jogo pode ser adquirido por preços que variam de R$36,99 a R$83,50.



Disco Elysium (2019)

Não é só no vasto universo de ação e aventura que estão os grandes jogos independentes. No gênero de RPG, Disco Elysium fez bastante barulho quando foi lançado para PC em outubro de 2019.

Desenvolvido e distribuído pela ZA/UM, o projeto autoral do escritor Robert Kurvitz, da Estônia, venceu todas as categorias em que concorreu no TGA daquele ano — melhor narrativa, melhor jogo independente, melhor jogo de RPG e melhor jogo de estreia independente.

Em Disco Elysium, o jogador é um detetive que precisa vasculhar quarteirões da fictícia cidade de Revachol, interrogar personagens e desvendar uma série de crimes na região, podendo trilhar um caminho de herói ou vilão.

Com uma composição de ambiente rica em detalhes e gráficos com contornos quase imperceptíveis, o jogo apresenta um visual que parece uma pintura realista animada. Além do PC, o título recebeu versões para PlayStation 4, Xbox One e Switch em 2021, vendido nessas plataformas por preços que variam de R$75,49 a R$214,90.



Hades (2020)

Abordar a mitologia grega em um segmento com franquias como God of War pode parecer cansativo, mas Hades provou o contrário. Desenvolvido e distribuído Supergiant Games, responsável por outros títulos indies relevantes, como Pyre (2017), Hades traz um visual animado mais demarcado, com cores vivas que reverberam ao som de trilhas tanto instrumentais, com riffs que vão de harpas a guitarras, quanto faixas cantadas.

No TGA de 2020, venceu nas categorias de melhor jogo independente e de jogo de ação, além de ter sido indicado a outras sete categorias — incluindo Jogo do Ano. Trata-se de um título roguelite, no qual os mapas das fases são gerados aleatoriamente a cada partida e que, não importa quão longe o jogador chegue, se morrer, começará tudo do marco zero.

O jogo adequa esse gênero a sua premissa, na qual o jogador assume Zagreu — que no game é filho de Hades — em sua busca para fugir do inferno, dispondo de uma vasta variedade de mecânicas de combate para isso.

Há diversos outros personagens da mitologia grega em Hades que enredam uma narrativa surpreendente e com tons de humor. Lançado em setembro de 2020 para PC e Switch, o game recebeu versões para PlayStation 4, 5, Xbox One e Series X/S em 2021, e pode ser adquirido por R$47,49 a R$124,50.



Kena: Bridge of Spirits (2021)

Assim como Cuphead, este título surge da mão de dois irmãos, Josh e Michael Grier, que somaram suas experiências oriundas do cinema e criaram a Ember Lab em 2009, responsável pelo desenvolvimento e distribuição de Kena: Bridge of Spirits, em parceria com a Sony.

Embora a Ember Lab tenha parceria com a Sony para exclusividades, ainda se trata de estúdio pequeno, com 15 desenvolvedores e baixo orçamento comparado a grandes títulos da indústria, o que dá mais destaque ao produto final de 2021.

Kena recebeu os prêmios de melhor jogo independente e melhor estreia independente no TGA do ano passado, e também foi indicado a melhor direção de arte, aspecto no qual o título mais brilha, muito por conta do histórico na indústria do cinema dos fundadores do estúdio. O jogo está disponível para PlayStation 4 e 5 (R$214,90), e também no PC (R$190,99).

Você acha que outros jogos independentes mereciam ter levado o prêmio no lugar destes? Conta pra gente nos comentários!

This post was published on 5 de julho de 2022 10:12 am

Gabriel Bonafé

Ainda ouve a trilha do SOTN, aprendeu que cerveja e videogame combinam desde quando jogava KOF nos fliperamas e defende que games indies são mais autênticos. Não zerou todos Final Fantasy, mas tem certeza de que o Barret é muito melhor do que o Cloud.

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