Organizadores de Festivais Brasileiros comentam sobre os critérios para montar o line-up após um longo período sem shows presenciais
No momento da retomada dos festivais, decidimos conversar com os organizadores de alguns dos principais Festivais Brasileiros para saber mais sobre sobre os critérios que tiveram para montar seus respectivos line-up após um longo período sem shows presenciais.
O questionamento central foi: Quais foram os critérios para montar o line-up após um longo período sem shows presenciais?
Entre outros assuntos, eles puderam se estender e comentar mais sobre a particularidades, demandas regionais, características, e entrar em outras nuances que acabam direta e indiretamente influenciando nas escolhas. Os testemunhos são só começo de uma rica discussão sobre a curadoria dos line-ups e o que o público em geral espera destes encontros que sentimos tanta falta ao longo dos últimos anos.
Rock In Rio
O tradicional Rock In Rio é dividido em várias datas e por isso seu line-up mesmo sendo grande se concentra em poucos shows por dia dividido em diferentes espaços. Sendo o Palco Mundo e o Palco Sunset, os principais, mas também com o New Dance Order, focado na música eletrônica, o Espaço Favela, o Rock District, o Highway Stage e o Supernova.
Sendo assim por aqui apresentamos as principais confirmações da edição de 2022 que acontece entre setembro. Você confere o line-up dos 7 palcos no site oficial do festival carioca.
02/09
Palco Mundo: Iron Maiden, Dream Theater, Sepultura e banda a ser confirmada para entrar no lugar do Megadeth que teve show cancelado.
Palco Sunset: Living Colour + Steve Vai, Bullet For My Valentine, Metal Allegiance e Black Pantera + Devotos.
03/09
Palco Mundo: Post Malone, Jason Derulo, Marshmello, Alok.
Palco Sunset: Racionais MC’s, Criolo, Mayra Andrade, Xamã + Brô MC’s, Papatinho e L7nnon + MC Hariel, MC Carol.
04/09
Palco Mundo: Justin Bieber, Demi Lovato, Iza, Migos.
Palco Sunset: Gilberto Gil, Emicida & Convidados, Luísa Sonza convida Marina Sena, Matuê,
08/09
Palco Mundo: Guns N’Roses, Måneskin, Offspring, CPM 22.
Palco Sunset: Jessie J, Corinne Bailey Rae, Gloria Groove, Duda Beat.
09/09
Palco Mundo: Green Day, Fall Out Boy, Billy Idol, Capital Inicial.
Palco Sunset: Avril Lavigne, Jão & Convidado, 1985: Homenagem, Di Ferreiro & Victor Kley.
10/09
Palco Mundo: Coldplay, Camila Cabello, Bastille, Djavan.
Palco Sunset: CeeLo Green, Maria Rita & Convidado, Gilsons & Convidado, Bala Desejo & Convidado.
11/09
Palco Mundo: Dua Lipa, Megan Thee Stallion, Rita Ora, Ivete Sangalo.
Palco Sunset: Ludmilla, Macy Gray, Power! Elza Vive, um show em homenagem a Elza Soares, Liniker convida Luedji Luna.
A Montagem do Line-Up do Rock In Rio
“A montagem do line-up do festival é feita a partir de uma combinação de pesquisa junto ao público, diversas negociações, verificação de turnês em andamento e ainda a disponibilidade das agendas das bandas. Apesar de todos os fatores negativos impostos pelo contexto da pandemia no Brasil e no mundo ao longo dos últimos dois anos, estamos muito felizes em termos conseguido estruturar um line up com mais de 250 shows e dentre eles grandes nomes consolidados da música nacional e internacional. Não temos dúvida de que esta será a maior e melhor edição do Rock in Rio de todos os tempos.”, conta Luis Justo, CEO do Rock in Rio.
Coala Festival
Para 2022 o Coala Festival preparou a maior edição da sua história e o retorno ao Memorial da América Latina, em São Paulo. O festival está programado para os dias 17 e 18 de setembro e tem boa parte do seu line-up já revelado.
No sábado (17), conta com Gal Costa (com a participação de Tim Bernardes e Rubel), Alceu Valença, Ana Frango Elétrico e Bala Desejo, BK’ e Rachel Reis. E, no domingo (18) Nego Bala, Chico Chico com Juliana Linhares, Maria Bethânia, Rodrigo Amarante, Black Alien e Marina Sena. Em breve, a programação de DJs também será revelada.
A Montagem do Line-Up do Coala Festival
“O critério do Coala Festival segue o mesmo. Já faz um tempo que a nossa curadoria tem um DNA que consiste, basicamente, em fazermos uma seleção bem precisa. O motivo desta precisão é que, diferente de outros festivais, no Coala são seis shows por dia. Costumamos brincar que o nosso line-up apresenta um pouco do momento histórico que estamos vivendo, dessa passagem de bastão da geração do século XX para a geração do século XXI.
Por isso, tentamos sempre reverenciar os grandes nomes da música brasileira, que fizeram ela ser o que é, como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Milton Nascimento…Além disso, abrimos os caminhos para a nova geração. Outra característica é que tentamos sempre trazer alguns shows especiais, coisas que são inéditas e que só vão acontecer no Coala, sem esquecer das atrações de fora do eixo Rio-São Paulo. É isso que o Coala Festival se propõe a fazer.
O mais desafiador desse período, especificamente, foi que a programação está sendo montada há muito tempo. Em um dado momento, eu tive que parar a curadoria porque não sabia quando as coisas iam voltar e estava com medo de fechar uma atração e o festival só acontecer depois de muito tempo. Tinha receio daquilo já não ser mais relevante e também de perder os grandes lançamentos do ano.
Estamos fazendo a curadoria desde 2019, então fechamos algumas coisas naquele ano, veio 2020 e fizemos o Coala. VRTL, aproveitamos algumas atrações já tinham sido programadas, esperando que fosse rolar uma edição presencial em 2021. Trabalhamos mais um pouco, fechamos mais shows e ficamos sabendo que só voltaríamos em 2022. Nesse processo, eu ficava com cada vez menos slots porque fui fechando a programação aos poucos.
Além disso tudo, tem o fato de que surgiram muitos festivais novos, o que eu acho ótimo, mas os line-ups começaram a se repetir. Isso é uma coisa que a gente está de olho para o ano que vem, pois talvez tenhamos que repensar um pouco a curadoria.
O nosso desafio como Coala Festival é que somos um festival que já está grande, consolidado, e que tem um histórico de line-ups sempre muito elogiados. Mas, o olhar para a curadoria do festival não mudou porque esse é o DNA do Coala há pelo menos seis anos.
Nosso público espera cada vez mais da gente e neste ano vamos entregar um line-up à altura da expectativa do público e dos dois anos sem festival. É por isso, também, que teremos tantos shows grandes e impactantes, como Maria Bethânia, Gal Costa, Alceu Valença, Rodrigo Amarante. Além disso, tem a galera da nova geração, como Nego Bala, Rachel Reis, Chico Chico, Juliana Linhares, Bala Desejo, BK’.”, diz Gabriel J Andrade, sócio-fundador e curador do Coala Festival
Festival SENSACIONAL!
Em 2022, o SENSACIONAL será realizado no Parque Ecológico da Pampulha, em Belo Horizonte (MG). O festival ocupará a esplanada gramada, o coreto e o bosque do parque durante 10 horas com programação musical e artística no dia 02/07.
A ampla esplanada gramada do Parque será ocupada pelo público e por dois palcos principais. Agnes Nunes, Baco Exu do Blues, Francisco El Hombre, Lamparina convida Biltre, Letrux convida Mahmundi, Liniker convida Tulipa Ruiz, Olodum convida Russo Passapusso são os sete shows que acontecem no local. Quase todas as apresentações terão participação de artistas convidados e os nomes restantes serão divulgados nas próximas semanas.
Em outra área do parque, o coreto também se transforma em palco e recebe mais alguns shows: Don L, FBC, Rachel Reis e Laura Sette convida Iza Sabino são os nomes confirmados até o momento. Dois shows e mais participações especiais ainda serão reveladas para o público. A proposta é este ser um espaço em que o público possa curtir seus artistas favoritos de perto, cercados por um cenário coberto de vegetação e clima agradável.
Outras experiências vão estar espalhadas pelas áreas verdes do parque ecológico. As fanfarras Babadan Banda de Rua, Belina Orkestar, Sagrada Profana se revezam ao longo do dia. Já o coletivo Masterplano ocupa o bosque com festa e música eletrônica, repetindo parceria que segue desde 2016.
A Montagem do Line-Up do Festival Sensacional!
“Fala Rafa, tudo bem? Aqui é Matheus da Híbrido, faço parte da organização do Festival Sensacional e também fiz parte da equipe que realizou a curadoria esse ano dessa edição do festival. E respondendo à sua pergunta, o Sensacional na curadoria ele sempre tem uma busca por um equilíbrio entre artistas com trabalhos já aclamados, consagrados, com uma grande trajetória, uma longa história e também artistas novos, novos de destaque, com trabalhos também mais recentes, mais aclamados pela crítica.
Então assim, a gente sempre busca trabalhos consistentes, artistas que têm trajetórias inspiradoras e principalmente uma diversidade de linguagens musicais assim, né? Então a gente passa pelo samba reggae, do Olodum, com uma longa tradição na música popular brasileira. A gente tem artistas de rap como Baco (Exu do Blues), que tem um disco novo aí de grande destaque e trabalhos recentes também muito conceituados. O Don L, que recebeu recentemente o prêmio APCA, e a gente também passa pelo pop, com artistas como Agnes Nunes, pra essa nova música brasileira, com Liniker, Francisco el Hombre, já com uma pegada mais forte. E é isso que a gente tem buscado.
Outra preocupação do festival tem sido o equilíbrio de gêneros. A gente tem 50% da programação, pelo menos, composta por artistas mulheres.
Esse ano também, o festival, quando a gente marcou a data, a gente percebeu que ele cairia no dia 2 de julho, que é o dia da Independência da Bahia, que é um dia muito importante lá pro estado. É uma celebração muito importante, aí a gente também, pensando nisso, a gente quis trazer um pouco dessa diversidade musical do estado mesmo, com artistas que eu já citei, que são: Olodum, Baco, Agnes Nunes, que é uma artista mais pop, mas com um trabalho muito bonito, a Raquel Reis, que esse ano se destacou bastante com o hit do verão, e que também tem um trabalho super legal. E basicamente é isso.
O Sensacional busca essa diversidade musical de gêneros, de linguagens, e tem desde bandas nos palcos, a gente tem eletrônico – uma pista eletrônica – a gente tem fanfarras circulando pelo público, como o Babadan, Sagrada Profana, que são dois blocos e bandas que representam bem essa cultura da fanfarra na cidade – o Babadan com a música negra, a Sagrada com a música feminina e feminista. E é uma coisa também muito forte do Sensacional, essa coisa de interagir com o público, de coisas que passam pelo público, do encontro, do inesperado.”, comenta Matheus Rocha do Festival Sensacional!
CoMA
Ainda com line-up parcial divulgado, o Festival CoMA – Consciência, Música e Arte, realiza nos dias 6 e 7 de agosto no Eixo Cultural Ibero-Americano (antiga Funarte), em Brasília (DF), sua quinta edição. Entre os primeiros nomes confirmados: Tasha & Tracie, Don L, Urias e ‘akhi huna, no sábado (6 de agosto); e Gal Costa, Lamparina, Martinha do Coco e Puro Suco, no domingo (7 de agosto). Em breve, mais atrações serão anunciadas.
Os ingressos já estão disponíveis (acesse aqui).
A Montagem do Line-Up do CoMA
“Então, não tem diferença desse ano pros outros assim, o CoMA sempre tem como objetivo retratar no seu no seu line o agora, né? A música brasileira de agora, a música que tá acontecendo nesse momento com o texto que seja fundamental pro agora. E a gente sempre busca celebrar os artistas consagrados, grandes nomes da música brasileira que precisam ser celebradas e enfim, colocados principalmente para um público grande, né?
Que não é sempre que eles tão por aqui. E colocar nesse pé de igualdade os artistas de Brasília, até pra vencer uma certa síndrome de vira-latas que acontece do Brasil pra fora, mas acontece internamente no Brasil também, quando artistas fora do eixo Rio – São Paulo… São artistas, mas também principalmente quando o público não consegue reconhecer o valor cultural daquilo enquanto ele não não recebe essa chancela do eixo Rio – São Paulo, e eu sinto que com o CoMA a gente consegue dar passos importantes nesse sentido.
Sobre como a internet demanda por nostalgia, a gente não tem muita demanda por nostalgia. Então, assim, na verdade a gente tem muita demanda por shows impactantes, isso sim. Isso a gente procura sempre, shows brabos! A gente quer show brabo.”, afirma Diego Marx
Festival Palco Ultra
O festival Palco Ultra que está em sua 7ª edição, traz grandes encontros da música brasileira, passando pelo samba, R&B, rock, pop e vários outros. O evento acontece online nos dias 17 e 18 de maio e será focado no encontro entre artistas de norte a sul presentes no line-up.
Tuyo e Luedji Luna, Carla Sceno e BNegão, Clarissa, Clara x Sofia, Nobat, Pretinho da Serrinha e Curumin são os nomes que compõem o primeiro dia da programação, 17 de maio (terça-feira). No dia seguinte, 18 de maio (quarta-feira), se apresentam FBC & Vhoor, Tasha e Tracie, Fenda, Kdu dos Anjos, Lirios, Jean Tassy e Ruby.
O Palco Ultra será transmitido no canal de YouTube da UN Music a partir das 19h (acesse aqui).
A Montagem do Line-Up do Festival Palco Ultra
“O processo de curadoria do Festival Palco Ultra – Encontros – foi realizado por mim e pela minha sócia Carol Daves, sempre com sugestões de nossa equipe. O conceito do festival desde a sua primeira edição sempre foi abrir espaços para a cena de Minas Gerais. E isso se manteve em todas as sete edições, dando oportunidades para os novos artistas na formação de público e fortalecimento de suas carreiras.
Para essa edição, resolvemos fortalecer ainda mais as novas carreiras, promovendo encontros entre novos artistas e artistas há mais tempo no mercado. De cada encontro nós produzimos uma canção inédita para ser lançada pelo Selo BlackSun Music, parceiro da Ultra Music na realização desta edição do festival.
Teremos no total oito novos fonogramas que lançaremos no mercado nos próximos doze meses. Isso significa um desdobramento do festival para além do encontro de dois artistas num palco.
Na curadoria dos novos artistas, foram escolhidos artistas em desenvolvimento de carreira que tivessem projetos já lançados em plataformas digitais, atuando periodicamente no mercado com shows e lançamentos de singles, EPs ou álbuns.
A cena mineira está muito aquecida e tem muitos artistas com uma produção intensa e de muita qualidade. E a partir da escolha dos artistas locais fomos procurando outros artistas já com carreira desenvolvidas pelo Brasil que se identificassem com a proposta artística dos novos artistas locais e que também se dispusessem a fazer uma colaboração musical com esse artista criando uma parceria para produzir uma nova canção e lançar no mercado. Tudo isso dentro de uma proposta musical do festival que transita entre o pop urbano, o R&B e o Rap e o afrobeat brasileiro.”
Festival Carambola
De Maceió (AL) o Festival Carambola aconteceu nos dias 2 e 3 de abril em formato presencial no estacionamento do Parque Shopping Maceió. O line-up reuniu nomes como Gilsons, Cris Braun, Tuyo, Ítallo França, Cleiton Rasta convida Luana do Reggae e Getúlio Abelha, no sábado (02/04). Já no domingo (03/04), o evento recebeu Céu, Jup do Bairro, Marinho, Rachel Reis, Naty Barros e LoreB.
A Montagem do Line-Up do Festival Carambola
“Acho que o principal conceito por trás da curadoria é imaginar que tipo de festival queremos e qual é o real papel de festivais de música, como o nosso, atualmente. Claro que ir para shows e festivais de grandes artistas é maravilhoso, somos, todas e todos, fãs de música aqui. Mas existem questões que queremos enfrentar, mostrar que é possível, sim, ter representação de raça, gênero (não só o musical) e classe em um line-up de forma criativa e, principalmente, atentando para dentro de Alagoas.
A música de Alagoas é parte fundamental da nossa programação. Estamos olhando para o que acontece em Maceió e no interior, principalmente, após os frutos da Lei Aldir Blanc e seus impactos na arte daqui. Estamos de olho nos plays das plataformas de streaming, nas redes sociais, mas, principalmente, na história recente da nossa música. Assim conseguimos mesclar nomes como Cleiton Rasta e Luana do Reggae com artistas mais novas como Naty Barros e a LoreB.
A questão local é presente até na escolha das atrações de fora de Alagoas. Maceió tem uma carência muito particular, analisando em relação a outras capitais do Nordeste. A primeira questão que decidimos trabalhar foi em cima dos headliners que dialoguem com nossos valores e tenham ineditismo, pertinência e alguma demanda de público local. Isso nos permite apostar mais em surpresas e apresentar artistas como Getúlio Abelha, Rachel Reis e Jup do Bairro para nossa audiência.
Acreditamos que festival tem que ter algo de descoberta, algo de surpresa, mesmo que essa descoberta seja uma banda que toca o resto do ano todo em casas de show da nossa cidade ou alguma artista nova que ainda circula pouco. Ainda bem que festivais não são curados por algoritmos, pelo menos ainda., diz uma de suas idealizadoras, a cantora e produtora cultural Lili Buarque.
Festival Sarará
Marcado para o dia 27/08 o Festival Sarará acontece na Esplanada do Mineirão, em Belo Horizonte (MG), e é gerido pela produtora A Macaco. Nomes como Emicida, Pabllo Vittar, Zeca Pagodinho, Gloria Groove, Karol Conká, Gilsons e Marina Sena, e ainda o encontro entre o BaianaSystem, Margareth Menezes e Black Alien já foram revelados e em breve teremos novos anúncios para somar ao line-up.
Os ingressos já estão disponíveis, e podem ser adquiridos pela plataforma Sympla (acesse aqui).
A Montagem do Line-Up do Festival Sarará
“A curadoria do Sarará tem a diversidade como eixo principal, sobretudo, nesta edição – em que o trabalho de pesquisa, curadoria e contratação vem sendo feito antes da pandemia – buscamos por evidenciar artistas mulheres, promovendo a equidade nas vozes, nos palcos e em todas as frentes e ações do festival. <
Festas, iniciativas e artistas de Belo Horizonte compõem a nossa programação, com uma cena efervescente de arte e cultura acontecendo, que nos traz muita satisfação em fazer parte.
A maior dificuldade em realizar uma curadoria em 2022, sem dúvidas, tem sido o excesso de demanda e pedido para os artistas que estão em evidência, que tem limitado bastante as opções para se trabalhar, feito com que os cachês subissem muito ou que tenhamos uma repetição de shows do mesmo artista em uma região.“, lembra Carol de Amar do Festival Sarará
Festival Forró da Lua Cheia
O Festival Forró da Lua Cheia, marcado para acontecer entre os dias 16 a 19 de junho, feriado de Corpus Christi, realiza sua 30ª edição no Hotel Fazenda Vale Das Grutas, em Altinópolis (SP). Com infraestrutura de 6 palcos, o evento reunirá mais de 100 atrações.
O festival multicultural contará com shows d’O Grande Encontro (Elba Ramalho, Alceu Valença, Geraldo Azevedo), BaianaSystem, Racionais MC’s, Falamansa, Liniker, Francisco, el Hombre, Mariana Aydar, além de Luísa e os Alquimistas, Xaxado Novo, Cordel do Fogo Encantado e muito mais. Tudo isso, intercalado por cerca de 300 oficinas multiculturais, formativas e artísticas, espetáculos e intervenções.
16 de junho, quinta-feira
O Grande Encontro (Elba Ramalho, Alceu Valença, Geraldo Azevedo), Falamansa, Liniker, Luísa e os Alquimistas, Karola Nunes, Forró Red Light, Capa e seus Grilos, Nil Guimarães & Body and Soul, Mil Pássaros Dançando, Diana do Sertão, Sálvia da Terra e muito mais
17 de junho, sexta-feira
Racionais MC’s e banda, Cordel do Fogo Encantado, Tribo de Jah, Xaxado Novo, Elisa de Sena, Bia Ferreira, Congadar, Furmiga Dub e muito mais.
18 de junho, sábado
BaianaSystem, Mart’nália, Francisco, el Hombre, Ventania, Cao Laru, Mariana Aydar, Canavieira, El Efecto, Saravashivaya e Lançaxote e muito mais.
A Montagem do Line-Up do Festival Forró da Lua Cheia
“Vale lembrar que estamos construindo o line-up de shows e também de atividades multiculturais (oficinas, espetáculos, atividades formativas, exposições) desde o segundo semestre de 2019. 80% da programação musical e artística foi construída neste período e que complementamos o trabalho durante a pandemia.
Existem uma infinidade de Festivais, mas quando se trata do Festival Forró da Lua Cheia estamos falando muito além da música, estamos falando de um festival de campismo de 4 dias e que carrega uma tradição e um movimento vivo cultural e cultuado pelo público de quase 40 anos e 30 edições, uma experiência de imersão única, falar de curadoria envolve toda essa percepção!
Quando montamos um line essa história toda tem que estar a todo tempo como pano de fundo e tem que ser feito com extrema sensibilidade. Além de respeitarmos os pedidos do público, trazermos algo icônico e histórico da música brasileira e entender as tendências da contemporaneidade, precisamos reafirmar o festival no alternativo, tentar trazer diversidade regional, representar a multiplicidade de facetas das culturas de nosso país, trazer diversidade de estilos, de linguagem artística e ao mesmo tempo honrar a cultura de contato com natureza, o que é mais roots.
Além de dar palco para talentos regionais, ajudar a pesquisar e alavancar artistas talentosos que estão surgindo no midstream e dialogar com uma imensidão de linguagens artísticas e de assuntos que vai desde momentos com observatórios astronômicos, rituais na fogueira, aulas de samba rural, tango, discussão sobre questões identitárias quanto apreciar uma exposição de arte visionária que são alguns dos temas das 350 oficinas do Festival.”, conta Lincoln Talamoni do Festival Forró da Lua Cheia
Os Novos Festivais
Também trazemos festivais que surgiram neste momento pós-pandemia para fazer um contraponto.
MITA
O novíssimo Festival MITA, produzido em parceria pelas empresas Bonus Track, de Luiz Oscar Niemeyer e Luiz Guilherme Niemeyer, e 30E – Thirty Entertainment, aconteceu no último fim de semana em São Paulo e repete a dose no próximo (21 e 22 de maio) no Rio de Janeiro.
O line-up conta com Gorillaz, Two Door Cinema Club, The Kooks (apenas na edição do RJ), Heavy Baile, Liniker, Black Alien, Xênia França, Coruja BC1 convida Larissa Luz. Além de Rüfüs du Sol, Tom Misch, Gilberto Gil In Concert, Jão, Marcelo D2, Marcos Valle & Azymuth, Day convida Lucas Silveira (apenas em SP), Matuê (apenas em SP), Letrux e Alice Caymmi convida Maria Luiza Jobim (Apenas no RJ).
O evento segue o modelo de festival diurno. Em São Paulo o festival aconteceu na novíssima Spark Arena e no Rio de Janeiro acontece no Jockey Clube.
A Montagem do Line-Up do MITA – Music Is The Answer
“Nossa ideia com o MITA foi mostrar como a música é realmente uma linguagem universal, atingindo diferentes públicos e estimulando uma união entre gerações e grupos. Temos nomes muito consagrados com artistas jovens, que despontaram durante a pandemia.
Aliás – esse próprio período em que ficamos sem nos encontrar presencialmente mostrou que a música vai sempre encontrar seu caminho para atingir as pessoas. Muitos dos nomes que estarão nos palcos do MITA formaram suas audiências nas plataformas de streaming e tornaram a interação possível nas redes sociais.
Quisemos também ter essa mistura de ritmos – porque a música é plural e o mundo é diverso.”, frisa Luiz Guilherme Niemeyer, sócio da Bonus Track
Warren Stannis Festival
Com a pretensão de se tornar no maior festival de música e arte de Santa Catarina, o Warren Stannis Festival, terá sua primeira edição realizada nos dias 18 e 19 de junho no Aeroparque Vale Europeu, na cidade de Guaramirim (SC) – cerca de 200 km da capital Florianópolis e a 40 km de Joinville. A expectativa é de reunir mais de 20 mil pessoas para curtirem grandes nomes do rock e pop nacional para vivenciar grandes experiências. A produção do evento é da Origami Marketing Eventos.
No dia 18, sobem ao palco Titãs, Ratos do Porão, Raimundos, Boom Boom Kid, Far From Alaska e Gabriel Pensador. Já no dia 19 a programação confirmada conta com Djonga, Alceu Valença, Vitor Kley, Duda Beat, Dazaranha, Marina Sena e Seu Celso. No total, serão mais de 15 bandas e outras atrações em uma megaestrutura de dois palcos.
Além da música o festival contará com área destinada para diferentes jogos, experiências e interações. Além de atividades fora do comum, como gincanas e premiações. Os muralistas Douglas de Castro e Renato Reno do Bicicleta Sem Freio já confirmaram presença e vão criar um mural para o WSF.
Quais foram os critérios para montar o line-up após um longo período sem shows presenciais?
“O principal critério utilizado foi entregar aquilo que prometemos em nossos propósitos: ir além dos produtos que oferecemos aos nossos clientes (Produtos Financeiros e Cerveja). A Warren quer ajudar os clientes a alcançarem seus sonhos e a Stannis quer criar momentos incríveis na vida das pessoas.
Basicamente um propósito complementa o outro. Sendo assim, depois de tanto tempo sem contato físico, música ao vivo e diversão, nós queremos ter um relacionamento sincero com nossos clientes e estarmos próximos deles. As bandas selecionadas fazem parte de uma infinita lista de músicos que as empresas envolvidas curtem. Tem muito da nossa identidade e referência musical no line-up.“, conta Denis Torizani, CEO Stannis
Pode contar um pouco sobre como tem sido a demanda do público pela internet?
“As pessoas estão tão ansiosas quanto nós. Há também muita curiosidade, pois é um lugar novo no radar de grandes eventos, em uma cidade que não tem recebido tantos shows nos últimos anos. A ideia é conseguir atingir a expectativa de toda galera que está engajada e também que esse evento se torne icônico para o cenário da região, que seja o primeiro evento de muitos outros que possam vir.”, vibra Torizani
Comente particularidades do WSF. Como é a demanda regional, característica?
“O cenário catarinense é muito conhecido pela música eletrônica. Temos as principais casas do mundo aqui na nossa região, então um evento eletrônico é relativamente mais simples de realizar, pois já existe a demanda.
Mas nós pensamos em fazer diferente e reviver uma carência que existe em nossa região devido a escassez de um festival de música não só com os hits mais pop do momento, mas também com o rock independente que marcou gerações, trazendo muita lembrança boa e também promovendo o gênero para as novas gerações. Mesclar esses dois públicos é um dos nossos propósitos.”, frisa Derek Knight, Diretor da Origami Eventos
Existe uma demanda por nostalgia e artistas com shows impactantes?
“A demanda não é só pelos shows, a demanda é pelo “todo”: evento, amizades, brincadeiras, curtição, emoção. Enfim, as pessoas estão carentes de contato humano, e de voltar a poder pular no meio de uma multidão. Queremos que esse evento reverbere por muito tempo na memória de todos os participantes.”, finaliza Knight
Festival Turá
Organizado pela T4F o Festival Turá realiza a sua primeira edição tendo como palco o gramado do Auditório do Ibirapuera. Ao todo serão 17 artistas que se apresentarão ao longo dos dias 2 e 3 de julho, com direito a encontros.
Alceu Valença, Baco Exu do Blues com participação de Marina Sena e Illy, BaianaSystem, Banda Baby, Duda Beat, Emicida, Lagum, Luísa e os Alquimistas, Mahmundi, Mart’nália, Nando Reis convida Jão, Roberta Sá, Xamã e Zeca Pagodinho integram o line-up.
A compra dos ingressos para o Festival Turá já está disponível pelo site da Tickets For Fun ou pela Bilheteria Oficial (sem taxa de conveniência) no Teatro Renault (Av. Brigadeiro Luís Antônio, 411, República, São Paulo).
A Montagem do Line-Up do Festival Turá
“O Turá nasceu com o intuito de impulsionar, exaltar e divulgar a pluralidade da cultura do nosso país. Por isso, selecionamos diferentes nomes da música brasileira que evidenciam isso da melhor forma possível, onde atuais e consagrados sucessos farão parte do festival.
O encontro de Nando Reis e Jão mostra exatamente a junção da pluralidade musical que queremos levar ao público, onde a presença de artistas como Baco Exu do Blues e Alceu Valença também fomentam e exemplificam a ideia de termos diferentes estilos, de diferentes épocas e que representam o mercado da música de jeito tão atual. Essa diversidade pode ser observada em todo nosso line up.
É sobre levar os fãs a uma viagem pelo Brasil sem sair do lugar. Reunir artistas que promovem a sonoridade brasileira com maestria, nos faz chegar aonde queremos, que é elevar a visibilidade nacional.”, comenta Francesca Altério do Festival Turá
Na próxima reportagem traremos depoimentos de agentes do mercado sobre como estão observando os line-ups. Essa é a primeira parta da matéria, não deixe de acompanhar no Hits Perdidos!