Melhores Álbuns da Década: Carlo Bruno Montalvão (Brain Productions)

 Melhores Álbuns da Década: Carlo Bruno Montalvão (Brain Productions)

Montalvão durante visita a Poitiers (FR) – Foto: Acervo Pessoal

No começo de Outubro a Pitchfork disponibilizou uma lista polêmica (confira aqui) comentando os 200 álbuns favoritos da década (2010-2019). Listas são controversas por si só mas acabam gerando uma discussão saudável, além de trazer dicas para sua playlist. Pensando nisso convocaremos até o fim do ano: um time de personagens do mercado da música para comentarem seus prediletos. O nono post que aparecerá por aqui é com o Carlo Bruno Montalvão (Brain Productions) de Aracaju (SE).

Post especial pois hoje é seu aniversário e nada como comemorar mais uma primavera recapitulando os discos que fizeram da sua década um período de tempo ainda melhor. Parabéns!


Carlo Bruno Montalvão (Brain Productions)
Montalvão durante visita a Poitiers (FR) – Foto: Acervo Pessoal

2010-2019: A Lista do Carlo Bruno Montalvão (Brain Productions)

Deerhunter: Halcyon Digest (2010)
Selo: 4AD


Melhores da Década Carlo Bruno


O ano de 2010 foi um dos que menos ouvi coisas novas, mas em meio a tantos lançamentos que me passaram meio que batido, esse se destaca. É um dos poucos que tenho em vinil e gosto muito da banda do Bradford Cox. O estilo do Deerhunter me agrada bastante e o fato deles serem lançados sempre pela 4AD me agrada ainda mais.”

PJ HarveyLet England Shake (2011)
Selo: Island


PJ Harvey


PJ Harvey é uma das minhas cantoras preferidas e Let England Shake é um dos seus melhores trabalhos em muitos anos, um álbum cheio de referências à Inglaterra e sua influência na participação de inúmeras guerras históricas.

Uma verdadeira obra-prima em termos de composições, onde fica difícil destacar uma música só, o detalhe mais bonito desse álbum é que uma música completa a outra contando uma história sobre as vitórias e derrotas de seu país natal.”, conta Carlo Bruno Montalvão (Brain Productions)

Quarto NegroDesconocidos (2011)
Selo: Daruma Records


Quarto Negro


Lançado por uma gravadora espanhola (Daruma Records), esse álbum foi gravado uma parte na Espanha e outra no Brasil, e trata-se de uma pequena obra de arte do indie brasileiro, com canções tristes e com letras inspiradas, todas escritas por Eduardo Praça.

As músicas, em sua maioria, são assinadas pela dupla Thiago Klein e Eduardo Praça. Esse  álbum foi responsável pela minha primeira turnê nos Estados Unidos, quando a banda Quarto Negro abriu os shows dos norte-americanos da The Helio Sequence e ainda gravou uma Session na famosa rádio KEXP, então é um álbum que ouvi bastante e que guardo com muito carinho.”

Melody’s Echo Chamber:
Melody’s Echo Chamber (2012)
Selo: Fat Possum


Taco de Golfe Carlo Bruno Montalvão (Brain Productions)


O disco de estréia da cantora francesa Melody Porchet ainda é o melhor que ela fez, o álbum foi produzido pelo seu então namorado Kevin Parker, do Tame Impala, e foi um dos que mais ouvi em 2012. Melodias suaves e etéreas, vocais adocicados cantados em francês e climas deliciosos, é um álbum perfeito para todas as ocasiões.”

Nick Cave and The Bad Seeds:
Push The Sky Away (2012)
Selo: 
Bad Seeds Ltda


Nick Cave And The Bad Seeds


“O disco que mais ouvi em 2012 com certeza foi esse, sabia cantar todas as letras de cor. Nesse álbum há sucessos lindos como “Jubilee Street”, “Mermaids” e a faixa-título “Push The Sky Away”. Quando Nick Cave está inspirado o resultado é maravilhoso sempre.”

My Bloody Valentine: MBV (2013)
Selo: MBV Records


WRY MBV Carlo Bruno Montalvão (Brain Productions)


A icônica banda irlandesa My Bloody Valentine ficou 22 anos sem gravar um novo disco e quando voltou – do nada – foi com essa pedrada totalmente independente, produzida pelo gênio Kevin Shields e assinada somente como MBV.

Uma pedrada sonora que fez juz à espera eterna dos fãs e arrebatou novos ouvintes. A banda ainda voltou a excursionar por alguns anos depois, mas já faz 06 anos que não lança nada de novo. É uma das minhas bandas preferidas de todos os tempos, e sempre será.”

Daft PunkRandom Access Memories (2013)
Selo: 
Columbia/Sony Music


Carlo Bruno Montalvão (Brain Productions) Lucas Moura (Glue Trip) Punk


O que dizer desse clássico? O disco mais pop e mais foda de 2013, bom pra pista, bom para ver ao vivo, para ouvir, tocar na rádio, para tudo. Diversas referências pop, de Giorgio Moroder a Michael Jackson, Random Access Memories é um clássico atemporal.”

White DenimCorsicana Lemonade (2013)
Selo: 
Downtown Records


White Denim


Corsicana Lemonade é o sexto álbum de estúdio da banda texana White Denim, originária da cidade de Austin. Foi um dos álbums de rock que mais ouvi em 2013. Indie rock com fusion de jazz, noise e outras maluquices que os tornam sempre incríveis os destacando com uma das melhores novas bandas de Austin.”

The Brian Jonestown Massacre: Revelation (2014)
Selo: A Recordings


The Brian Jonestown


Revelation é o décimo-terceiro álbum de estúdio da banda e marca um momento interessante do BJM. Foi o primeiro álbum totalmente produzido por Anton Newcombe, que produziu e gravou esse disco enquanto montava seu estúdio em Berlin, na Alemanha. É um álbum marcante em diversos sentidos, onde o BJM une batidas pop indianas ao seu space rock lisérgico.”

MogwaiRave Tapes (2014)
Selo: Sub Pop


Mogwai


Foi um disco que ouvi bastante em 2014, Mogwai é uma das minhas bandas preferidas e já tive a oportunidade de ver 03 shows deles, incluindo o da turnê desse álbum, que vi em Buenos Aires. Nesse mesmo dia conheci e interagi com toda a banda no camarim do Festival, foi um momento marcante para mim e do qual nunca vou esquecer. Viva Mogwai!

The Helio SequenceThe Helio Sequence (2015)
Selo: Sub Pop


The Helio Sequence


No ano de 2015, fui pela primeira aos Estados Unidos para realizar uma turnê com a banda Quarto Negro, que abriu cerca de 8 shows dessa banda. Conheci os caras do The Helio Sequence na estrada, no dia a dia da turnê e dos shows e foi uma experiência incrível e que marcou a minha vida.

Passei a amar essa banda e todos que trabalham com eles, principalmente a Barbie Wu, esposa do baterista, Benjamin Wickel. Brando Summers, o vocalista passou a ser um dos meus melhores amigos. AMO esse álbum, foi um dos que mais ouvi em 2015, escutava praticamente todos os dias e até hoje sou viciado nele. Canções belíssimas, arranjos fortes e a bateria matemática de Benji fazem desse álbum um dos melhores de 2015.”

BoogarinsManual (2015)
Selo: Other Music


Brain Productions Boogarins


Comprei esse álbum logo quando lançou e para mim é o melhor dos Boogarins. Um disco que apresenta a banda mais madura e já apontando para os caminhos que eles iriam percorrer nos próximos álbuns. Os Boogarins são uma das melhores bandas do indie brasileiro, incontestáveis, queridos e humildes. Longa vida aos Boogarinos!!”

RadioheadA Moon Shaped Pool (2016)
Selo: Matador


Bruno Montalvão (Brain Productions)


Vi o show de lançamento desse álbum no Primavera Sound, em Barcelona em 2016. Me marcou muito por conta da tristeza embutida nas canções, além do retoque refinado de cada faixa e porque pude ver e ouvir o show todo, bem diferente dos shows aqui no Brasil, na Europa o público fica em silêncio e “sente o show”. Um dos melhores álbuns do Radiohead em tempos.”

The BaggiosBrutown (2016)
Selo: Toca Discos


Taco de Golfe Bruno Montalvão (Brain Productions)


O álbum Brutown marca a mudança e amadurecimento na sonoridade da The Baggios e acabou dando a primeira indicação ao Grammy para os sergipanos, coisa que aconteceria outra vez em 2019, com o álbum sucessor Vulcão.

Em Brutown, encontramos a The Baggios sendo um trio pela primeira vez, e dividindo faixas com outros artistas como Emily Barreto (Far From Alaska), Fernando Catatau (Cidadão Instigado), Gabriel Thomaz e Érika Martins (Autoramas) entre outros. O álbum conta a saga do herói imaginário que vive numa cidade brutalizada pelo ódio e pela ganância do poder.”, conta Carlo Bruno Montalvão (Brain Productions)

PJ HarveyThe Hope Six Demolition (2016)
Selo: Island


PJ HARVEY BRAIN PRODUCTIONS


Quando parecia impossível de se superar, ela ressurge empunhando um sax e com outro álbum poderoso, DEMOLIDOR! Composições que relatam sobre a influência devastadora dos Estados Unidos ao redor do mundo, críticas sociais e um apelo emocional fortíssimo estão presentes nesse novo trabalho de Polly Jean Harvey.

Adoro a série de vídeos que ela montou para apresentar cada música do álbum, no YouTube. PJ Harvey é uma das grandes compositoras da música indie, talvez uma Patti Smith moderna.”, diz Carlo Bruno Montalvão (Brain Productions)

Cass McCombs: Mangy Love (2016)
Selo: Anti


Carlo Bruno Montalvão (Brain Productions)


Um dos álbuns que mais ouvi em 2016, 2017, 2018… Cass MacCombs acertou no alvo em Mangy Love, é um álbum totalmente maravilhoso, impossível destacar uma só canção, aqui o que vale é o álbum completo, porque ele é bom do começo ao fim. Um disco maravilhoso para sentir, para ouvir, todas as músicas são boas.”

Mitski: Puberty 2 (2016)
Selo: Dead Oceans


Mitski


Adoro esse álbum. Adoro a Mitski. Acho ela linda, as músicas delas são lindas, ela tem um talento absurdo e aqui a encontramos prestes a amadurecer, já dando os primeiros sinais do que viria a ser em breve. Uma cantora nova, porém de uma maturidade tocante.”

The Flaming LipsOczly Mlody (2017)
Selo: 
Warner Bros


Bruno Montalvão (Brain Productions) My Magical Glowing Lens Flaming Lips


A evolução da músicas dos Flaming Lips chega ao ápice em Oczly Mlody, onde a banda de Oklahoma abusa dos experimentos em melodias belíssimas. As minhas preferidas são “How?”, “There Should Be Unicorns”, “Do Glowy”, “Sunrise (Eyes Of The Young)” e “The Castle”, na verdade, gosto do álbum inteiro (de cabo a rabo).

Wayne Coyne é um excelente letrista e sempre busca passar mensagens em suas canções, sejam elas ensoladras ou tristes, ele é realista e retrata as dores da humanidade.”

The War On DrugsA Deeper Undertanding (2017)
Selo: 
Atlantic


The War On Drugs


Falar o que do The War On Drugs? Uma banda perfeita? Melodias perfeitas? Composições perfeitas? Adam Granduciel, perfeito? A banda se superou nesse álbum, que venceu o Grammy inclusive. Um dos melhores álbums de rock de todos os tempos, é pop na medida certa, é indie na medida certa e é tocante na medida certa.”

Slowdive: Slowdive (2017)
Selo: Dead Oceans


Slowdive


O quarto álbum de estúdio do Slowdive veio com 22 anos de separação do seu anterior Pygmalion (1995, Creation Recs) e é um dos melhores trabalhos da banda. Sempre achei que fosse difícil eles se igualarem à época de ouro de 91 a 95, mas eles conseguiram se superar e nos presentar com um álbum divino e etéreo, onde destaco as belíssimas “No Longer Making Time” e “Sugar For The Pill”.”

Low: Double Negative (2018)
Selo: Sub Pop


Low


Logo quando cheguei em Austin, tinha um show que eu não podia perder de forma alguma. Eram os dois shows, na verdade, do LOW!! A banda estava prestes a lançar esse álbum e estaria fazendo dois shows super especiais. Um foi numa Igreja, a coisa mais linda e emocionante que eu já vi na vida, eu só chorava e agradecia por estar naquele lugar, vivendo aquele momento!

A banda tocando à Capela, com o Alan e a Mimi no púlpito do padre, cantando sucessos de forma belíssima e profunda, enquanto eram acompanhados pelo baixista, que tocava o órgão da Igreja (aliás, o único instrumento, além das vozes do casal). Que sonho! O outro show foi no dia seguinte no Stubb’s, e foi quando a banda se apresentou no formato elétrico e além de apresentar as músicas desse álbum superior, que foi o Double Negative, eles percorreram alguns clássicos de sua carreira. Histórico! Dois momentos mágicos, inesquecíveis!”

Yo La Tengo: There’s a Riot Going On (2018)
Selo: Matador


Yo La Tengo


Lembro que comprei esse álbum em Austin (Texas) na semana em que lançaram, e foi um dos meus preferidos em 2018. O Yo La Tengo é uma das bandas preferidas, porque sempre se renovam a cada álbum e apresentam belíssimas melodias a cada novo trabalho. Aqui, a sutileza do Yo La Tengo fica latente e explode sutilmente em canções lindas, com Ira e Georgia sempre se revezando nos vocais.”

Glue Trip: Sea At Night (2018)
Selo: Independente


Glue Trip


É o disco que mais ouvi em 2019. Talvez pelo fato de ter começado a trabalhar a banda somente em 2019, mas o álbum foi lançado no final de 2018 e trazia o hit “Fancy”, que tem um video clipe que acaba de bater a marca de 700.000 mil views no YouTube e foi indicado a prêmio de melhor videoclipe de animação no v-m-f (Music Video festival).

O novo clipe, “Friend Zone Forever” foi lançado numa estratégia de marketing ousada que envolveu simultaneamente, em seu lançamento, ações em 5 países distintos.”

Pin Ups: Long Time No See (2019)
Selo: Midsummer Madness


Pin Ups Long Time No See Melhores Capas de 2019


A minha banda indie brasileira preferida PIN UPS retorna com um dos melhores álbums de 2019, Long Time No See, lançado pela icônica Midsummer Madness.

Foram 20 anos de espera para ouvir a banda de novo em estúdio e a espera valeu muito a pena. Zé Antonio Algodoal continua sendo meu guitar hero brasileiro preferido, e sua guitarra continua brava e cortante, certeira e marcante. Ale Briganti, Flavio Cavicchiolli e Zé Antonio estão melhores do que nunca nesse trabalho. Um disco para ouvir e ter para sempre. Obrigado PIN UPS!”

Bruce Springsteen: Western Stars (2019)
Selo: Columbia


Bruce Springsteen


Western Stars é o décimo nono álbum de estúdio do cantor e compositor americano Bruce Springsteen, um artista completo, dono de uma voz poderosa e de um carisma absurdo. Um vitorioso! Venceu um câncer na garganta e entregou em 2019 um dos álbums mais lindos de toda a sua carreira gigantesca.

Bruce Springsteen consegue me emocionar sempre, seja em estúdio ou ao vivo, esse cara sabe criar canções belíssimas e fortes. Esse álbum foi lançado em um documentário, que marcou a estreia na direção de Springsteen e apresenta uma performance completa do álbum, estreou no Festival Internacional de Cinema de Toronto em setembro de 2019, com um amplo lançamento teatral em outubro de 2019, juntamente com uma trilha sonora para o filme. Coisa de Gênio!”

Playlist no Spotify

Claro que você não ia conferir essa lista sem ouvir um pouquinho de cada disco citado! Preparamos uma lista com os sons escolhidos especialmente para esta seleção do Carlo Bruno Montalvão (Brain Productions).

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