Em fase de conexões e autodescoberta, Gabriela Terra (MMGL) fala sobre sua relação com a música
O My Magical Glowing Lens, projeto da Gabriela Terra, é uma dessas bandas que te conquista de primeira. Principalmente se a fase da vida pela qual você estiver passando for de autoconhecimento e descobertas sobre si próprio. O som, que capta bastante influências da psicodelia, embora a autora não goste de ser classificada assim, faz com que tenhamos vontade de olhar para nós mesmos e nos conectar com aquilo que nos cerca.
Gabriela Terra, vocalista da banda, é nascida no Espírito Santo, mas fez um movimento completamente contrário ao que os músicos normalmente fazem e se mudou para o Nordeste, mais precisamente, para Recife.
Tempo de Mudanças
E não foi somente a mudança de estado que ocorreu na vida de Gabi. Já que recentemente, ela tem passado por algumas experiências de autodescobertas, onde percebeu que não se identifica apenas como mulher ou como homem, acreditando que as pessoas vão muito além de um gênero. Isso fez com que até mesmo seu nome artístico fosse mudado, já que anteriormente, era conhecida como Gabriela Deptulski, nome herdado de seu pai.
Muito ativa na cena musical e contabilizando diversos festivais em sua conta, Gabi retornou a São Paulo esse fim de semana para um show junto com a francesa Laure Briard. E bateu um papo conosco sobre todo esse processo de autodescoberta, seu disco e algumas outras experiências enquanto mulher na música.
Você é do Espírito Santo mas atualmente está morando em Recife, certo? Então, você fez um caminho bem diferente do que a maioria dos músicos costumam fazer, que é sair do nordeste e vir para o sudeste.
Como foi essa decisão? Acredita que a mudança de ambiente influenciará nas próximas músicas?
Gabriela Terra: “Pois é, esse lance de eu ter feito o movimento contrário, né? De ir pro Nordeste. É engraçado isso mesmo. Mas esse movimento aconteceu um pouco, sabe? Principalmente depois das eleições que elegeram o Bolsonaro e a gente descobriu que aqui no Sudeste e Sul, a galera votou massivamente nele.
Acho que o Sudeste se tornou uma região em que as pessoas são bastante intolerantes, né? E no Nordeste, uma região que não, que elegeram pessoas que não tem esse tipo de relação autoritária com o poder e a política. Na verdade, tem. Mas não tanto quanto o Bolsonaro e seu partido. Então é uma posição política também ter mudado pra lá, sacou? Mas não só isso, eu tenho muita identificação com a música nordestina, tipo, eu ouço Alceu Valença desde pequenininha, ele era meu cantor preferido.
E quando eu fui pra lá, rolou uma identificação muito grande com os musicistas de lá. Então foi meio que isso, uma junção de fatores: o movimento político e a identificação com as pessoas que eu toco lá. O modo como as pessoas se organizam, como organizam seus rolês lá, sabe? Me identifico muito.
Você tem medo de não agradar o público, caso haja uma mudança muito brusca na forma em que apresenta seus trabalhos?
Ou acha que música é isso, algo mutável o tempo todo e não rola ficar estagnado e preso a uma coisa só?
Gabriela Terra: “Ah, a gente fica com um medinho, sim né? Porque é nosso ganha pão, nosso sustento. Se a gente lança um disco que ninguém ouve, acabou, sabe? Então tem uma preocupação com o público, sim. Não sou aquele tipo de artista que fala “Ah, foda-se o público! Vou fazer o que eu quiser!”.
Eu fico ouvindo o que a galera tá ouvindo, pedindo indicação para amigas e amigos. É importante a gente se conectar com o público, sabe? Mas assim, você vai ouvindo referências, pensando as músicas, em conexão com o público. Mas aí na hora de fazer mesmo, aí não tem como, é bem solitário.
O Processo Criativo
Eu começo os arranjos sozinha e depois passo para a banda. A gente vai criando junto. Algumas coisas tão saindo do zero, tem uma música que a gente compôs do zero. Mas a maior parte do processo é solitário.
Então, nessa hora não tem muito esse pensamento de “agradar”. Você agrada os seus próprios ouvidos. Não dá pra ficar pensando no que os outros vão gostar ou não. É uma hora bastante introspectiva. E aí talvez, eu realmente lance um trabalho que não agrade o público. Pode acontecer com qualquer artista, sabe?
E é isso, faz parte da vida, né? Não dá pra ficar se apegando, ficar com medo e sempre querer lançar alguma coisa que agrade. Não dá pra fazer isso. Mas ao mesmo tempo tem que ter uma responsabilidade com o público. Tipo, qual público você quer atingir, quais pessoas você quer se comunicar, sabe? Isso tem que ser pensado. Isso é parte do nosso trabalho também.
Reflexos da Mudança
Depois que eu fui pro Nordeste, eu descobri que existem tantos ritmos no Brasil que eu não consigo nem dar nome. É tanto ritmo! A gente que tá aqui no Sudeste não faz nem ideia do tanto de ritmo que existe no Brasil. E o que eu tô vivenciando ali no Recife, com certeza eu vou ser influenciada por isso, sem sombra de dúvida.”
Recentemente, você passou por um momento de transição na vida pessoal, ao se descobrir não binário.
Como está sendo esse período de autodescobrimento? E como isso está influenciando em suas músicas e na maneira de compor?
Gabriela Terra: “Tá sendo um processo ainda, sabe? É tudo muito novo. Só sei que eu não consigo concordar com a divisão de gênero. Ser binário, feminino, masculino, eu não consigo me identificar com esse tipo de divisão. Acho que dentro da gente existem vários gêneros, sabe?
Então eu vou ter que ler, me instruir, conversar com as pessoas, pra entender e dar continuidade a essa transformação. Só sei que é isso, eu não consigo compreender porque a gente tem que se impor a identificação de gênero através da anatomia do nosso corpo, sabe? Não faz sentido nenhum. É uma determinação muito forte.
Mas ao mesmo tempo é natural. Eu nunca tive restrição na hora de me apaixonar, de me interessar por pessoas. Isso nunca dependeu de gênero. Tipo, pessoas são pessoas, independente do gênero. Como assim, você vai se apaixonar por uma pessoa por causa do gênero, sabe? Isso não faz sentido pra mim. Foi aí que veio essa mudança. E agora eu tô na descoberta.
Não sei se isso tem uma grande influência. Acho que é tudo um conjunto, sabe? Eu ouço músicas de muitos estilos. Me agrada muito, eu gosto de ouvir música. Eu me divirto ouvindo qualquer tipo de música. Mas em cada tipo de música, nem tudo me agrada. Tipo, não é o estilo da música que vai determinar se ela é boa ou ruim.
Em um estilo eu vou considerar várias coisas boas e ruins. Isso é completamente subjetivo. E quando você fala de gênero musical, você também fala de gênero. Você usa essa palavra. Acho que isso talvez influencie na minha música quebrando essa coisa do gênero. A galera me identifica muito como rock psicodélico, eu não consigo me identificar assim. Talvez romper essa barreira, tanto do gênero binário quanto do gênero musical.”
Imagino que não tenha sido algo fácil, essa autoaceitação enquanto não saber realmente o que é. Como a música te ajudou nisso?
Gabriela Terra: “Com a música, a gente acaba lidando com pessoas muito diferentes. E normalmente, pessoas fora dos padrões sociais. Tipo, pessoas pessoas que não aceitam padrões e tem um estilo de vida bem diferente do que a grande maioria das pessoas tem.
Quando você conhece esse tipo de pessoa, você abre muito a cabeça. Tipo, eu conversei com pessoas do nordeste até o sul do Brasil. Eu nunca fui no Norte, meu sonho é poder tocar lá. Mas rodei o Brasil inteiro, isso abre muito a nossa cabeça.
A gente descobre que na verdade vive numa bolha e as coisas que a gente acha que estão acontecendo, não estão acontecendo de fato. É só uma regra que existe em uma bolha específica. Quando você fura essa bolha, descobre que há um milhão de ideias diferentes daquilo que você acreditava.
Então, acho que a música me ajuda dessa maneira. Me levando pra tocar em lugares e abrindo minha cabeça a cada conversa, cada papo, cada música que eu ouço dessas pessoas, vai me libertando de algumas amarras.”
Estar em um ambiente dominado em sua maioria por homens enquanto mulher, é difícil, não é? Você acredita que as pautas sobre feminismo e igualdade, muito mais discutidas atualmente, estão ajudando a construir um cenário melhor?
Gabriela Terra: “Sim, vivemos em um ambiente dominado praticamente por homens. Eles se dizem donos do poder quando na verdade, você vai olhar ali por trás, existe sempre uma mulher fazendo a parte difícil pros caras e não leva o crédito disso. Então é um falso poder que eles tem, sacou? Isso tem que acabar, não aguento mais vivenciar esse tipo de situação.
Mas ao mesmo tempo é um processo lento, a gente não pode ter pressa. Acredito que isso tem ajudado muito a gente a se colocar, se instruir, sobre coisas que a gente nem via que acontecia, sabe?
A importância de discutir
Então, acredito que é muito importante discutir sobre esses temas pra gente conseguir instruir umas às outras e saber que isso não acontece só com a gente. Acontece com a grande maioria das mulheres. E quanto mais a gente conversa entre si, mais a gente divide isso e se torna consciente mesmo de que isso acontece.
Mas ao mesmo tempo eu tenho muito medo, por que eu penso assim: existem muitas mulheres muito raivosas, com razão. E eu sou uma delas. Mas a gente não pode entrar em uma dinâmica de querer oprimir os homens, sacou? Fazer com eles o que fizeram com a gente.
E aí fica esse dilema, de como impedir que um homem seja abusivo com você sem que você seja abusiva com ele? É um dilema que eu vivo na minha cabeça. Se isso é possível, né? Eu gostaria de entender, tipo “esse abuso que esse cara tá praticando é uma coisa dele, é um problema dele, não é meu.” .
Eu queria aprender a filtrar, até pra poder ajudar aos homens a se transformarem. Porque eles são seres humanos, têm sentimentos. Eles também são vítimas dessa estrutura, sacou? Então, estou tentando ficar um pouco mais compreensiva. Mas ao mesmo tempo é difícil. Tem cara que é tão babaca, que você não tem que compreender. Só tem que ignorar e se afastar.
Mas existem muitos homens maravilhosos que valem a pena. Que querem se transformar. E eles também tem que estar integrados nessa transformação. É difícil, mas é importante. Todos nós tentamos sair dessa estrutura. Se não, nós vamos criar um clube da luluzinha e eu acho que isso é prejudicial tanto pra gente quanto para a sociedade como um todo.
Cria-se um muro entre homens e mulheres. Acho que estamos vivendo a nova era, a gente tem que viver em paz e harmonia com as pessoas. Sem muros, liberdade mesmo.”
Em uma outra entrevista, você comentou que gostaria de ter sido escritora, porém nunca publicou nada. Como é pra você, então, esse processo de escrever suas músicas e soltar para o mundo?
Gabriela Terra: “Eu vim da filosofia, né? Fui até o mestrado, ia ser acadêmica. Então a minha forma de fazer arte seria escrita. Só que com o tempo, isso não foi dando conta do que eu queria expressar. Só o escrever não tava dando conta. E aí eu comecei a fazer música e isso supriu várias necessidades minhas internas que eu tinha deixado de lado há muito tempo. E foi bem massa!
Se eu for publicar um texto que eu escrevi, tenho vergonha. Se for publicar uma música, não tem. Talvez seja a identificação mesmo. Me identifico mais com uma arte mais etérea, capturada pelos ouvidos e pelo corpo. Então é muito simbólico. A música vem carregada de imagens, letras, arranjos e sensações. Acho que isso é sempre válido. Se você posta uma música voz e violão, já é massa. Acabou sendo mais fácil pra mim lançar música do que publicar meus textos.”
A mistura de nuances trabalhadas em “Cosmos”, seu álbum de estreia, traz uma vibe calma e relaxante, fazendo com que, quem ouve a primeira vista, consiga se conectar diretamente a si próprio e até mesmo a outras coisas relacionadas ao universo.
Isso foi algo proposital? Essa conexão com o universo, a tentativa de tentar entender o seu verdadeiro eu, era algo o qual você já estava vivendo na época de composição do álbum?
Gabriela Terra: “Essa descrição que você fez do Cosmos é muito boa! Você entendeu super o disco, me representa muito.
Não foi proposital, foi tipo, acontecendo. Acho que eu tava vivendo o momento assim, sabe? Eu pesquisava muito sobre temas espaciais e estava numa vibe de me conectar com a natureza, estar na natureza, pra me reconectar com o todo.
Então acho que foi uma fase que eu estava vivendo e obviamente isso acaba indo para sua música, né? A sua música é como se fosse um retrato das coisas que você tá vivenciando. Então não foi muito proposital, foi acontecendo.
A Autodescoberta e o Autoconhecimento
Então é uma junção, de coisas de autodescoberta, autoconhecimento, misturado com um modo de vida diferenciado ligado a natureza e a tentativa de entender o que a gente é nesse universo tão gigante, sabe? Tem muito a ver com isso mesmo.
Achei engraçado que você falou que consegue conectar a si próprio consigo mesmo e com coisas do universo.
Eu e minha irmã, a gente tem uma amizade muito bonita, a gente é bem conectada, como grande parte das irmãs. Eu me lembro que minha irmã fez um desenho muito bonito, tipo um ser andrógino, humano, de olhos, e os olhos eram vazados e dentro tinha uma galáxia. Como se nós fossemos infinitos por dentro, também. Eu me lembrei disso.”
O My Magical é, relativamente, uma banda recente e já passou por diversos festivais grandes de música.
Você acredita que, com as plataformas digitais, é mais fácil alcançar e criar um público? E que é isso que faz com que festivais abram as portas para o que está rolando de novo na cena atual de música? Ou acha que ainda faltam oportunidades para que bandas mais novas cheguem a esses palcos?
Gabriela Terra: “Com certeza. Se eu não tivesse lançado na internet, não tivesse saído nos blogs e tal, eu estaria até hoje na filosofia, sabe? Eu não ia ganhar confiança de que eu poderia ser musicista, morando no interior, né?
Colatina, que é a minha cidade, tem 110.000 habitantes. Vitória tem pouco mais de 300.000, então morei em duas cidades bem pequenas e sofria muito preconceito também. Eu nunca acreditei muito na minha competência como musicista. E foi colocando na internet e as pessoas ouvindo, me procurando, falando que queriam ouvir coisas novas. Foi aí que eu comecei a entender que eu realmente tinha competência pra fazer isso. Então a internet ajudou muito.
As Oportunidades
Com relação às plataformas digitais e se elas abrem portas para o que tá rolando nos festivais, eu não sei dizer. Eu acho que sim, mas depende. Acredito que os produtores de de festivais sejam grandes pesquisadores de música, né?
Eles ficam ouvindo e garimpando o que eles querem para o festival deles. Então, é essencial que esteja ali em streaming, em todas as plataformas digitais. Acho que não é só isso também, tem que ter uma assessoria de imprensa para divulgar seu trampo, fazer com que ele chegue em lugares em que não chegaria sozinho, sabe? Não sei se só o streaming faz isso, sacou? Mas com certeza ajuda.
Com certeza falta oportunidade, porque são poucos festivais. Na verdade são muitos festivais. Mas eu queria que tivesse mais! Queria que tivesse festival em tudo quanto é canto. É uma parada muito mágica, é uma reunião cósmica ali de pessoas a favor da arte e da tolerância, é muito lindo. São muitos artistas pra poucos festivais, essa que é a verdade. Mas os próprios artistas podem fazer seus próprios festivais, sabe?
Momento de se libertar
Acho que a gente tá em um momento em que podemos nos libertar das nossas amarras. Os artistas que não estão conseguindo ir aos festivais que eles querem, podem começar a produzir os eventos deles na cidade, produzir festivais também. Acho que tem que ter uma dinâmica mais maleável, tanto da nossa parte quanto da parte dos produtores, de ter essa responsabilidade. Mas muitos tem, sabe?
De sempre abrir o espaço para as bandinhas novas tocarem. Tem que ter que essa responsabilidade, mas também tem que ter a responsabilidade do artista de saber que não é o festival que vai salvar a vida dele. O trabalho vai muito além disso.”
Houve alguma situação que já te fez querer desistir da música? E o que te fez não desistir?
Gabriela Terra: “Nossa, tem muitas! Não é uma só. Tem fases que todos os dias eu penso em desistir. Não é fácil. A gente vive num meio onde somos desvalorizada, recebemos pouco, trabalhamos muito, exaustivamente e além disso, a briga de egos e a disputa no mundo da música é uma coisa horrorosa, não dá pra entender o porquê isso acontece. É muita inveja, é terrível. Você sempre tem vontade de desistir.
Mas aí você vai se aproximando de pessoas que te fazem bem, né? Que você sabe que não estão ali pela fama ou pelo dinheiro, por interesse em você. Quer dizer, por interesse em você sim, mas pela sua competência, e não pelo o que você já conseguiu. E aí você vai se protegendo e vai continuando. Mas nossa, só esse ano eu já pensei em desistir algumas vezes.”
Nesta semana, você e Malka realizarão uma oficina de produção musical para mulheres e pessoas trans, certo? Como vai funcionar e o que vocês esperam dessa troca de experiências?
Gabriela Terra: “Isso mesmo, dia 21 vamos dar uma oficina ali no Esponja. Malka é uma pessoa que eu admiro muito. Eu a conheci tocando com ela. Até o Charbel, que é minha batera aqui em São Paulo, indicou a Malka. E nós nos conhecemos e foi incrível! Ela é multi instrumentista, toca muito! Ela é super dedicada e atualizada! Dedicada a produção caseira, então eu me identifico muito.
A Oficina
O tema vai ser esse, como fazer música em casa com alta qualidade. A gente vai usar um programa de edição e captura de áudio muito massa, que tem uma timeline vertical, que não é tão comum. E nessa timeline vertical você consegue compor música de uma forma muito prática, principalmente música eletrônica. A Malka é super ligada a música eletrônica também, então acho que vai vir uma parte dessa oficina voltada pra isso. E eu to super animada!
A gente vai gravar também as mulheres que irão participar. No caso, eu pergunto: “quem quer gravar?” “Quem quer gravar guitarra?”, aí a pessoa vem e grava. Tipo, cada mulher ali, quer dizer, não sei se todo mundo vai conseguir, depende de quantas forem. Grande parte delas vai gravar alguma coisa. E algumas vezes, vamos chamar elas para operarem o programa.
Então é uma oficina bem dinâmica, a gente sai de lá com 30 segundos de música produzida e pré mixada. Então eu dou uns toques sobre edição de áudio e mixagem. A Malka saca também de masterização, então essa parte vai ficar por conta dela. Tô muito ansiosa, vai ser lindo!
Ainda essa semana, você toca em São Paulo com a francesa Laure Briard, no Breve. Quais são as expectativas para esse show e como rolou esse convite? Vocês já se conhecem?
Gabriela Terra: “Eu e a Laure nos conhecemos na internet mesmo. Eu já ouvia o som dela e entrei em contato com pelo Instagram e a gente foi conversando. Ela ouviu meu som e gostou muito e a gente se conectou bastante. Ela me mandou uma letra que eu musiquei, e aí a gente acabou compondo uma música juntas.
A conexão veio através da música mesmo, ela gosta muito de música brasileira. Lançou esse disco, “Coração Louco”, com produção do Boogarins, que é uma banda que sou fã desde que começou. Aconteceu, sabe?
Essas coisas de internet, que você conhece uma pessoa e se identifica. Aí ela me convidou pra fazer essa gravação no disco dela, gravar as guitarras e violões nessa música e aí a gente aproveitou pra fazer esse show juntas.”
*Entrevista realizada no dia 16/01, o show ocorreu no dia 18/01.
Toda essa mudança trará um novo disco ainda esse ano? Quais são os próximos planos para 2020?
Gabriela Terra: “Eu to compondo pra ele há muito tempo. Dá pra lançar um disco duplo já, de tanta música que tem. Só que tudo fragmentado ainda, tem que arranjar, cuidar mesmo dessas músicas, né? Para que elas possam ser lançadas. Algumas já estão mais avançadas, outras bem no início.
Eu não sou uma artista rápida pra lançar, até porque eu trabalho com outras coisas. Não trabalho só na My Magical. Então acaba sobrando pouco tempo. Dentro do My Magical eu também faço produção executiva, então isso toma bastante tempo.
As Gravações
Então, não tem como ficar lançando disco todo ano assim, sabe? Tem que cuidar ainda das contas da casa, faxina, enfim, de tudo na vida, né? Não é fácil lançar música sempre, assim. Principalmente quando você não tem uma banda fixa, né?
A minha ideia é gravar com a galera de Recife, pra ter essa banda fixa e me enraizar mesmo, ficar por lá. Gosto muito da região e da cidade. Então, gravar o disco lá, com meus amigos de lá. Mas não posso garantir nada, se vai sair esse ano. Mas ele está sendo feito, agora o dia que eu vou lançar, pode ser esse ano, pode ser ano que vem, no outro… Não tem como saber.”
* Os shows do My Magical Glowing Lens e Laure Briard aconteceram no domingo, 19/01, no Breve. Já a Oficina acontece nesta terça-feira (21), mais informações logo abaixo.