Confirmada no Lollapalooza e no Festival MADA, MC Tha discorre sobre a importância do Funk nos grandes festivais

O Festival MADA já entrou no radar dos principais festivais brasileiros e chega amanhã a sua vigésima primeira edição. Com shows programados para sexta-feira (18/10) e sábado (19/10). Dentro da programação o festival conta com nomes que tem sido destaque nos últimos anos como BaianaSystem, MC Tha, Luedji Luna, Luiza Lian e Baco Exu do Blues.

O Line Up

Os confirmados para a edição 2019 são: Teto Preto, Baco Exu do Blues, Luedji Luna, MC Tha, Luiza Lian, Djonga, Plutão Já Foi Planeta, BEX, Natiruts, Bule, Potyguara Bardô, Flora Matos, Zé Caxangá, Mad Dogs e Ouen

Além do Junior Groovador que roubou a cena no Rock In Rio. Completam o line, TripTapes, LizaWaves, JV, Jovick, Blue&Red, Gameshark b2b Necro, Akaaka, Nadejda e Frank

MC Tha


Confirmada no Lollapalooza, Coquetel Molotov e Festival MADA (RN), MC Tha solta o verbo em entrevista exclusiva. – Foto: Divulgação

Tendo lançado um dos discos mais impactantes de 2019, é um dos nomes do ano dentro da música pop. Misturando ritmos como funk, MPB, R&B, em um disco profundo e de autoconhecimento como enaltece em entrevista exclusiva para o Hits Perdidos.

Ouça Rito de Passá
enquanto a entrevista



Primeiro gostaria de parabenizar pela ótima repercussão que o álbum está tendo, sendo até apontado por muitos como um dos melhores do ano.

Segundo, gostaria de perguntar a respeito da pluralidade tanto de ritmos como de contextualizações e histórias que o registro aborda. Como você enxerga este momento em sua carreira?

MC Tha: “Enxergo tudo com muita paz e felicidade no coração pois não foi um caminho fácil pra por esse álbum na rua e mais do que isso: conseguir concretizar esse trabalho, fazer algo mesclando pop, funk e outros ritmos brasileiros de uma forma única, talvez.

Digo única não porque seja o melhor, mas porque trás minha essência, histórias e influências musicais que carrego desde a infância e isso ninguém tira da gente e nem pode copiar com exatidão.

Quando entendi quem era a MC Tha, entendi que ela é brasileira nata que ama tudo o que tem nesse país, culturalmente falando. Se tornou único e talvez um dos melhores do ano porque é verdadeiro.”

Desde a introdução ao fim do disco, tudo parece bastante orquestrado, a ideia era esta de criar uma história que dialogasse com o Brasil de nossos tempos?

MC Tha: “A ideia era dialogar com os meus tempos mesmo. Escolhi “Rito de Passá” como nome e faixa titulo do álbum justamente para evidenciar o tempo, o movimento das coisas e as transformações. Este primeiro álbum sinto que ainda é algo ligado ao meu Ser e não ao meu entorno.”

Aliás como observa o Funk ganhando cada vez mais protagonismo em palcos onde antes dificilmente teriam espaço? Em tempo, parabéns pela confirmação no Lollapalooza!

Para você como é se apresentar em palcos a cada dia maiores?

“Acho que passou da hora e é mais que merecido.

Sinto muito esse atraso de grandes festivais por não incluir o Funk em suas programações e quando tem é sempre um serviço meio que terceirizado:

Alguém que vai se apresentar convida o mc ou dj de funk e quando falo sobre artistas de funk, estou falando dos que produzem e consomem o funk diretamente nas periferias, falo de quem tá botando a cara pra bater e tomando borrachada de policia enquanto a elite e outros artistas higienizados lucram com o estilo musical.

Acho que é importante questionar isso pra realmente dar protagonismo a quem tem que ser dado, reflete MC Tha

Os feats tem a cada dia sendo uma grande ferramenta para alcançar mais públicos, como tem observado esta ferramenta e como foi realizar parcerias com artistas como Jaloo e Felipe Cordeiro?

MC Tha: “Eu gosto de fazer feat com quem me interessa, com quem gosto e convivo, com quem realmente tem algo que cruza e se encontra com meu trabalho.

Fazer feat por fazer virou moda e o público cobra bastante da gente. Virou também uma forma de escalar outras paredes. Mas não gosto de pensar que tudo na música precisa ser sobre “negócios”, preservo muito as conexões reais.

Com Jaloo eu já tenho um feat na vida: ele já gravou música minha no primeiro álbum dele e recentemente gravamos juntos “Céu Azul”; pra “Onda” fomos atrás do Felipe por acreditar que os trabalhos se encontravam e realmente Felipe pegou e transformou a música com a guitarrada paraense.”

Algo que observei no álbum é a atenção que você dá a sua videografia. Como tem sido as gravações e as escolhas dentro da estética e proposta musical?

MC Tha: “Agora esse setor está parado porque acabei de lançar o álbum. Mas antes, como eu fui soltando singles por temporadas, era mais fácil focar e entender o que era pra ser feito.

Trabalho sempre com amigos do audiovisual que conseguem imprimir minhas ideias. Mas percebo que agora com o álbum na rua e 10 faixas pra brincar, estou disposta a criar e participar mais dos roteiros!”

Como foi o processo imersivo de produção do álbum? Como vê que o trabalho com o produtor contribuiu para a identidade?

E como as temáticas que o disco aborda amadureceram em você durante com o passar do tempo?

MC Tha: “Não sabemos exatamente o tempo que tudo durou, até porque eu já vinha nesse processo antes de conhecer o Pedrowl, diretor do álbum. Processo de entender quem é a MC Tha e isso foi acumulando grande parte das músicas que existem no álbum: clima quente, onda, avisa lá, maria bonita, essas músicas eu já tinha a um bom tempo, a mais velha tem 6 anos.

Então foi um processo. Depois conheci o Pedrowl, produzimos e lançamos a música Valente como teste pra saber se íamos continuar trabalhando juntos ou não e depois iniciamos o processo do álbum com a colaboração de outros músicos: Malka, Jaloo, Dj Tide, Mu540, Felipe Cordeiro e Ubunto.

Arrisco dizer que ficamos um ano e pouco, só eu e Pedrowl, nos encontrando toda semana. Eu estive presente na produção de todas as músicas, eu estava em todos os processos. Foi cansativo e prazeroso. Eu estava numa fase pessoal de esgotamento e Pedro me ajudou muito com muita coisa, sou muito grata e feliz por ter ele na minha vida! Aprendi e amadureci vivendo as emoções.”

SERVIÇO

Festival MADA – 21 anos

Local | Estádio Arena das Dunas – Lagoa Nova, Natal – RN
Data | 18 e 19 de outubro
Horário |  a partir das 18h
Para compra online vá até à Sympla aqui
Pontos de venda | Loja Oticalli do shopping Midway
Realização: MADA Produções
MADA no Facebook

This post was published on 17 de outubro de 2019 10:49 am

Rafael Chioccarello

Editor-Chefe e Fundador do Hits Perdidos.

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