O reacender de uma chama ganha as telas no clipe do Guilherme Curti

 O reacender de uma chama ganha as telas no clipe do Guilherme Curti

Guilherme Curti. Foto Por: Vinícius Angeli

O reacender da uma chama que estava fraca. É este o fio condutor do single “Outra Vez” do músico gaúcho Guilherme Curti. Uma paixão que parecia se perder pelos dedos acaba ganhando faíscas e novos planos; feito a vida e seus altos e baixos.

Esta temática permeia o lançamento do artista que disponibiliza hoje em Premiere no Hits Perdidos o videoclipe para a faixa.

A canção integra o EP de estreia do músico, lançado na semana passada, que recorre a temática dos relacionamentos interpessoais que temos. Seus pudores, inseguranças, coragem e passagens de tempo. Cada faixa funciona de forma individual feito prosas direcionadas.

Sendo suas influências que vão do rock ao pop; passando por Beatles, Oasis, BB King e Supergrass até Rita Lee, Lulu Santos e Frank Jorge, como o mesmo descreve. O processo de gravação foi um tanto quanto longo, para terem ideia ele começou o processo em 2016 e se estendeu até o fim de 2018. Ele mesmo diz não se arrepender da demora visto que chegou no alcançado que almejava.


Guilherme Curti por @viniangeli
Guilherme Curti. Foto Por: Vinícius Angeli

Conversamos com Guilherme Curti para saber mais sobre o videoclipe e o EP lançado no dia 09/09.
Confira o papo!

A Oportunidade

Como tudo no EP, o clipe também ocorreu de uma oportunidade.

Em um dado fim de semana de julho de 2018, uma das gigs que eu estava como baixista marcou um show em Sampa e o pessoal da Barra Fastfoward (Mariana Mancia, Thiago Martins, ambos publicitários de longa data),
juntamente a Fausto Uehara, me fizeram comprar uma passagem extra e passar um dia a mais na cidade.

Lá filmamos o video na segunda-feira. Tinhamos esse plano, ainda embrionário, de projeções com imagens que de alguma forma tivessem conexão com a letra da música. O pessoal da Barra Fastfoward já vinha coletando possíveis imagens para esse projeto. Tivemos uma noite de domingo para juntar as imagens e organizar tudo para a tarde seguinte e o resultado foi bastante satisfatório após uma excelente edição!

O Acaso

A vida é o que acontece enquanto estamos ocupados planejando coisas, saca?
Foi mais ou menos isso, estávamos planejando, sem uma data específica em mente e surgiu a oportunidade e nos vimos obrigados a executar o plano como ele estava.

Gosto quando isso acontece.

“Outra vez” é a respeito de uma relação que está abalada e que, em determinado momento cotidiano, se torna positiva novamente (ufa!).

Apesar de pairar a dúvida de que essa melhorada possa ser a mesma que um paciente terminal por vezes tem antes de falecer, mesmo que dure pouco, o bom momento retratado no refrão, é um alívio.

A música e vídeo tentam reproduzir esse sentimento misto de esperança, alívio e também de possível resignação, pois, caso seja mesmo este o fim de tudo, ao menos tudo terá se dado sem ressentimentos, de forma pacífica. No órgão, Diego Lopes (Acústicos & Valvulados). Na bateria, Guilherme Schwertner (Fire Department, Bidê ou Balde, etc.).



O EP

A real necessidade do EP partiu da pergunta “tu tem um disco?” que escuto reiteradamente nas apresentações de voz e violão que faço regularmente (em 2018 foram cerca de 120 apresentações e este ano, em julho, já ultrapassei 100 datas). Toda essa festa das plataformas de streaming e tal, meu nome precisava estar por lá!

O EP todo foi gravado gradativamente, de 2017 a 2018, sendo a questão financeira o fator chave para isso. De certa forma, a limitação financeira ajudou, por que eu sabia que cada vez que fosse gravar uma nova música, era melhor que ela fosse realmente digna daquele investimento. Isso me forçou a trabalhar em diversas demos, com diferentes arranjos, até ter certeza do que seria registrado.

O Momento de Incubação

Na época do começo das gravações, eu fui motorista de aplicativo, e essa grana extra ajudou bastante. Minha carreira terminou num assalto a mão armada (tinha seguro, saí ileso) e, talvez por isso, o EP não tenha se transformado em um álbum (e isso é bom).

Ou seja, diversos fatores aleatórios contribuíram para que essas 5 músicas estivessem neste pacote.
Não existiu planejamento quanto a temática das canções, por exemplo. Todas elas são em primeira pessoa e falam sobre amor, relacionamentos…

Eu escrevo canções que não tratam disso, mas quis o destino que as que estavam mais prontas ao momento que foi pintando orçamento, tivessem isso em comum.

Sobre as músicas, quase todas elas têm letras que são bastante diretas. Muitas vezes eu compus, ao menos primeira estrofe e refrão, sem ao menos escrever a letra, num fluxo natural. Por isso, as letras são simples e conectadas com a melodia. Aliás, essa é minha diversão, conectar bem as palavras com as melodias.

Guilherme Curti: Faixa a Faixa

“Desculpa”, a última faixa, surgiu no dia que eu comprei uma guitarra nova. Chovia, exatamente como a letra da música.

“Sim, aham” é uma declaração de amor, um ‘silly love song’, e foi a última a ser composta (e também surgiu de uma guitarra nova e de um novo amor).

Talvez por ter sido a última a ser composta, essa é a que eu penso que atingi um patamar mais legal de composição.

Simples, direta, grudenta, curtinha, mas sem deixar de desenvolver todo tema. “Somos iguais” também é da turma canção pop de 2 minutos. Essa tem uma ironia, cinismo.

A letra do último refrão, que resolve a canção (e a relação em pé de guerra que inspirou a letra), só foi feita no estúdio, na hora de gravar (e após o real fim do relacionamento em tela).

“Bela Tarde” foi a primeira a ser gravada, mesmo antes de eu imaginar que faria um EP.

As Gravações

Eu gravei tudo sozinho nela, e em quase todo o EP. Tive a ajuda dos amigos Guilherme Schwertner e Diego Lopes na faixa título (me senti o Steely Dan, escolhendo a dedo os melhores músicos para a canção). O Pedro Mariano Wortmann, do Estúdio Espelunca (onde tudo foi mixado, masterizado) tocou o órgão em “Somos iguais”.

O resto sou eu me divertindo. De alguma forma um período conturbado na minha vida, no qual tive que lidar com distúrbios de ansiedade (e consegui sair), contribuíram para o EP não ter nem músicas muito rápidas, nem muito agressivas, nem muito psicodélicas.

Eu queria uma roupagem sóbria, apesar de alguns solos de guitarra contribuírem para o oposto. Uma música para domingo de manhã com a família, ou uma tarde em casa fazendo faxina. Não é muito a minha real natureza, então, mesmo que eu tenha almejado isso, talvez não seja exatamente isso. Que cada um ouça quando e como quiser, é música que vem de um cara que vive de música. That’s all, folks!

Ouça Guilherme Curti


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