A catarse coletiva e a diversidade do Festival CoMa

 A catarse coletiva e a diversidade do Festival CoMa

foto por Jimmy Carrera

Festivais são lugares onde mais descobrimos, dividimos e multiplicamos nossos sentidos; e aprofundamos o poder que a música nos dá.

Isso e muito mais rolou em Brasília (DF), de 1 a 4 de agosto, no gramado da FUNARTE, Planetário, Clube do Choro. E também no Complexo Cultural Brasil 21 que abrigou os showcases, palestras e workshops, todos relacionados com este mundo incrível da música. 

O Festival CoMa

O Festival CoMa – Convenção de Música e Arte – chegou na sua terceira edição bem pensado, elaborado e organizado. Com grandes nomes do cenário musical nacional e também dando visão as desconhecidas. Ele trouxe uma game diversa de estilos em uma programação para todos os gostos e públicos. 

Alguns dos fatores mais interessantes, além das atrações musicais, são as convenções com seus workshops. Vale frisar que a music convention ainda reúne palestras e rodas de conversas. Neste ano foram abrigadas pelo Complexo Cultural Brasil 21, e estrategicamente colocadas nos dois primeiros dias do festival.

Pra quem não compareceu nas edições anteriores: as mesmas aconteciam antes e, às vezes, durante alguns shows. Então pra quem se interessa pelo assunto, mas não gostaria de perder nenhum show, o festival não nos deixou perder absolutamente nada dessa vez.


foto por: Jimmy Carrera 

As Instalações

O mesmo tratou também com importância a parte ambiental e visando mais conforto do público. Através de calçadas instaladas pensando nos cadeirantes e pessoas com difícil locomoção.

Para isso, disponibilizou cadeira de rodas, protetores de ouvido para autistas, protetor solar para pessoas com albinismo e outras deficiências.

Diversos food trucks e bares foram instalados estrategicamente, e tiveram cardápio variado. Tudo isso além do espaço LGBT, espaço karaokê, mesas de jogos, as opções de “eco copo”, descarte do lixo com coleta seletiva, bituqueiras e etc. Os palcos em si eram próximos, você não precisava andar muito para se deslocar.

Os Shows

Mas agora vamos dar visão a parte principal do festival: os shows.

Pensando nisso, vamos destacar algumas atrações e tentar passar para você leitor o quanto foi divertido e intenso essa experiência. 

Line UP

Realmente o CoMa é bem diversificado não só relacionado ao público, mas principalmente nas atrações, e isso já se mostrou na festa de abertura que ocorreu na tenda Conexões que também serviu de palco para diversos shows durante o próprio festival.

Atrações como os incríveis Aeromoças e Tenistas Russas, Dj A, a banda suíço-brasileira DA CRUZ e Forró Red Light. Mas entre todos a que mais impressionou foi a banda SATE.

Diretamente do Canadá, misturam hard rock com blues e ao vivo chamam a atenção principalmente pela performance e voz da vocalista.


SATE  – foto por: Cadu Andrade

O Festival trouxe nomes consagrados como Ney Matogrosso, Maria Gadú, Fresno, Liniker e os Caramelows, BaianaSystem, Hamilton de Holanda Quarteto, Djonga, Scalene e Francisco, El Hombre, Hodari, 2Dub, Luedji Luna, além do veterano Odair José, que foi convidado da banda brasiliense Joe Silhueta.

E também aqueles não tão conhecidos (ainda) como Raquel Reis, Ellefante, Moara, Paulo Chaves, Adriah, a sul Coreana TRISS, entre vários outros. 

Destaques Primeiro Dia 

Por se tratar de um festival tentei ao máximo acompanhar o maior número de shows possíveis e, então vou destacar alguns dos que mais me empolgaram e chamaram atenção. 

Sandro


foto por: Luara Baggi

Quem acompanha a Supercombo já sabe de quem se trata. Pra quem ainda não conhece ele lançou recentemente o EP LOVE DANCE CAFÉ. Além dos singles “Dança”, “Linear” e “Sexo Agora”.

Inclusive os singles tem clipes no YOUTUBE e já somam mais de 350 mil visualizações. Uma mistura do pop dos anos 80 e 90 mas com identidade própria que só quem já assistiu ao show vai entender. Fez o público animado dançar e cantar do início ao fim. 

Tuyo


foto por: Tomas Faquini

O trio vem se destacando Brasil a fora com músicas cheias de sensibilidade que fazem doer, mas que no fim servem também pra curar. Misturas de vozes incríveis com beats e outros elementos, a Tuyo é formada por Machado, Lio e Lay Soares. A sonoridade vai do folk ao lo-fi hip hop até o synth pop.

Confira a Resenha do Disco de estreia no Hits Perdidos

A banda fez dois shows no festival (fora uma surpresa no karaokê para quem ficou de fora do show no Clube do Choro), um deles mais intimista no Planetário (parceira do Festival com o selo Slap onde as pessoas se inscreviam para shows secretos, totalmente intimistas) que emocionou a todos os presentes. Mais tarde lotou o Clube do Choro que cantou a todo volume e muitas vezes emocionando a própria banda. 

Scalene


foto por: Thais Mallon

O quarteto como sempre fez um show intenso em casa. Trouxe intensa a troca de energia entre banda e público que cantava a plenos pulmões e pulava animado. Houveram participações como a do Cantor China em “Nós>Eles e dos percussionistas Macaxera e Richelmy em “Legado”.

Destaque para a faixa “Furta-Cor” que faz parte do mais novo álbum da banda Respiro, que emocionou os fãs presentes e deu um pequeno gostinho de como vai ser a nova turnê em novo formato. 

Destaques do Segundo Dia

Apesar do cansaço do primeiro dia, o horário do festival em si ajudou na proposta de chegar cedo e aproveitar o máximo possível com os primeiros shows começando por volta das 16:30h.

Obinrin Trio


foto por: Luara Baggi

Mais um trio que conquistou meu coração neste festival. Raíssa Lopes, Lana Lopes e Elis Menezes são toda uma potência de voz e força que contagia o público. Infelizmente não pude assistir ao show na Tenda Conexões, mas tive o prazer de vê-las junto a Francisco, El Hombre em mais um show secreto da Slap no Planetário. Vozes em harmonia que ecoam o grito de todas nós, impossível não se arrepiar. 

Ellefante


foto por: Cadu Andrade

Mais uma banda brasiliense, a Ellefante é formada Fernando Vaz, Adriano Pasqua e João Dito. Letras que tratam de começos, evolução, autoconhecimento, amores, combinados com melodias sensíveis e harmônicas.

A banda tem influência na sonoridade brasileira, pop blues e outras vertentes do rock alternativo que vão do folk aos ritmos africanos. Um show em certo ponto calmo, com muitos picos de sensibilidade e emoção.  

Francisco, El Hombre


foto por: Thais Mallon

A banda que fechou o último dia de festival não poderia ser diferente. A Francisco veio ao CoMa com a turnê RASGABACABEZA e colocou todo mundo pra dançar. O show traz a sensação de união, de compartilhar sentimentos e suor, de olhar no olho do outro e saber que você não está sozinho.

Com muita poeira, rodas, danças, discursos contra Jair Bolsonaro que ecoavam de dentro do âmago do público e banda. Foi sem dúvida um dos mais intensos e de total entrega de ambas as partes. E também contou com a participação especial da Obinrin Trio em “Triste, louca ou má”.

De Alma Lavada!

Foram mais de 50 atrações pra ninguém botar defeito. Teve rock, pop, mpb, funk, hip hop, teve pedido de casamento. É tanta coisa que fica difícil escrever sobre tudo o que rolou. Agora é aguardar pra viver tudo isso e muito mais na quarta edição do Festival em 2020. Pra quem quiser saber maiores informações e o line up completo do festival  que rolou esse ano, acesse www.festivalcoma.com.br. 

 

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