Beto Bruno: Depois do Fim
O fim dói. Definitivamente não é fácil. Exige certamente um período de reflexão, rupturas em várias camadas e isso muitas vezes pode ser positivo. Ainda mais quando envolve arte. Seja ela plástica, audiovisual ou sonora. Para Beto Bruno, depois de uma vida toda de Cachorro Grande, foi uma chance de se redescobrir como artista.
Talvez o desafio maior seria não ser óbvio. Fugir do comum. Por mais que ter sua imagem associada a Cachorro tenha lá seus méritos, fazer mais do mesmo nunca esteve em seus planos.
O músico confessa que queria mais e foi este a mais que transformou sua sonoridade em seu debut solo. Não dá para apagar a história e 20 anos mas por outro lado são estes choques que nos mantém vivo.
Um outro exemplo de carreira bem sucedido solo é o Paulo Miklos, ex-líder dos Titãs. Escolheu um caminho não óbvio. Foi para a MPB e hoje depois de alguns discos tem seu trabalho reconhecido pela crítica e pelo público.
Se remonta. Se redescobre. Ainda os Beatles, Beach Boys e os Stones vivem em suas veias mas ele foi procurar por outras obscuridades dos anos 60 e 70. Décadas tão criativas que inspiram até hoje uma nova geração de músicos como, por exemplo o jovem e promissor, Chico Bernardes.
Psicodelia, música brasileira, rock’n’roll e até mesmo brincar com o samba acabam entrando em seu novo tom. Este que foi redescobrindo e aprendendo, aos poucos, a ser compositor. Jornada que teve companhia de um time de peso da música brasileira. Entre eles seu amigo e companheiro de Cachorro, Pedro Pelotas.
Para dar um gostinho a pouco tempo ele lançou o primeiro e tão nostálgico clipe. Este que mostra um pouco de como é difícil desapegar do passado. Servindo para fechar um ciclo e partir para outros caminhos.
O novo disco sai pelo Selo 180 digitalmente nesta sexta-feira. Mas posteriormente tem planos para ser disponibilizado em CD e Vinil, o que com certeza animará colecionadores.
Para entender mais sobre esta nova fase, desafios e sonhos, conversamos com Beto Bruno.
O ano de 2018 terminou muito mal com o inevitável fim da Cachorro Grande e eu caí de cara no fundo do poço mais podre e escuro que se pode imaginar.
Fiquei fechado em casa, completamente sozinho, durante os primeiros 15 dias do ano seguinte e transformei todo esse sentimento ruim e pessimista num álbum com 10 músicas inéditas, super positivas, com altíssimo astral e que reflete mais do que nunca o que eu realmente estou vivendo e quem eu realmente sou.
“É a primeira vez em que lanço um disco só meu. Então, é a primeira vez também em que todas as composições são só minhas, letras e música.
Quando me dei conta disso entrei de cabeça no bagulho como nunca tinha entrado antes.
O segundo passo era montar uma nova banda pra gravar esse disco e isso aconteceu da melhor maneira possível!!!”
“Pedro Pelotas, pianista e ex-parceiro de CG, ouviu as músicas em primeira mão e topou mais essa aventura. Gustavo X, guitarrista que eu sempre fui fã, topou também.
Eduardo Schuler, baterista fantástico e que acabou sendo a peça fundamental de todo esse projeto apareceu na minha vida e trouxe a tiracolo Henrique Cabreira, guitarrista que já toca com ele na banda “Dóris Encrenqueira”, e entrou pra turma como uma luva.
O terceiro passo seria conseguir um estúdio pra gravar e apareceu (por sugestão do Pedro) Rodrigo Tavarez que, além de muito amigo, me ajudaria a produzir e também gravaria os contrabaixos, e foi isso que aconteceu.
Um pouco antes de começar as gravações me ligou Nando Reis dizendo que eu tinha que conhecer melhor o Sebastião, seu filho que toca violão e canta muito bem, e que estava super afim de trocar figurinhas. Ele pintou e me ajudou a arranjar as musicas e os vocais do disco, fechando o time e elevando o nível a outro patamar.”
“Juntei todos no estúdio e avisei que iríamos gravar o meu disco sem ensaios e sem pré-produção. Normalmente isso é uma loucura, mas era exatamente o que eu queria e foi assim mesmo que aconteceu.
Prefiro assim porque acho careta ideias pré-concebidas e ensaiadas. Acho que a mágica tem que acontecer no estúdio.
Foi sem duvida o trabalho mais prazeroso da minha carreira e todos os momentos maravilhosos que aconteceram durante as gravações estão evidentes nas músicas do Depois do Fim, que é também o melhor disco que já gravei na minha vida!!!
Por isso estou levando essa banda pra estrada. Mas ai é outra história…”
Depois do fim permite novos recomeços para Beto Bruno que em breve lançará o disco nos palcos. O músico lança o registro do palco do Z-Largo da Batata no dia 28/08.
This post was published on 23 de agosto de 2019 10:56 am
The Vaccines é daquelas bandas que dispensa qualquer tipo de apresentação. Mas também daquelas que…
Demorou, é bem verdade mas finalmente o Joyce Manor vem ao Brasil pela primeira vez.…
Programado para o fim de semana dos dia 9 e 10 de novembro, o Balaclava…
Supervão evoca a geração nostalgia para uma pistinha indie 30+ Às vezes a gente esquece…
A artista carioca repaginou "John Riley", canção de amor do século XVII Após lançar seu…
Quando foi confirmado o show do Travis no Brasil, pouco tempo após o anúncio do…
This website uses cookies.