[Premiere] Bordines celebra os 20 anos de Autoramas com belíssimo clipe para versão

 [Premiere] Bordines celebra os 20 anos de Autoramas com belíssimo clipe para versão

Formado em 1998 no Rio de Janeiro, o Autoramas é uma das bandas mais emblemáticas e bem-sucedidas do rock independente nacional. Com oito álbuns de estúdio, 47 viagens para shows fora do Brasil por 23 países diferentes e incontáveis apresentações em todos os estados brasileiros, a banda não para de colecionar conquistas.

O vocalista e guitarrista, Gabriel Thomaz, é também um dos grandes personagens da história do rock brasileiro, tendo fundado o Little Quail And The Mad Birds e sendo reconhecido como compositor de mão cheia. Tendo assinado hits radiofônicos como “Aquela” e “I Saw You Saying (That You Say That You Saw)”, esta última em parceria com os Raimundos.

Sua sonoridade faz uma mistura da surf music dos anos 60 com a new wave dos anos 80, mais influências de rockabilly, Jovem Guarda e a energia do punk rock, guitarras com timbres marcantes, baixo distorcido e batidas dançantes. Em sua formação atual, que está junto desde 2016, o grupo conta além de Gabriel com Érika Martins (voz, guitarra, teclado e percussão), Jairo Fajer (Baixo) e Fábio Lima (Bateria).

Em agosto, eles foram apontados para a pré-lista do prêmio APCA como um dos melhores discos do primeiro semestre de 2018, com o recém-lançado, “Libido” (Hearts Bleed Blue), em novembro eles foram confirmados como uma das atrações do festival Lollapalooza 2019, mostrando que 20 anos depois eles ainda são relevantes para a música brasileira.

Para fechar o ano de comemorações Rafael Chioccarello (Hits Perdidos) e Débora Cassolatto (Debbie Records) organizaram a coletânea “A 300 KM Por Hora” que faz um passeio pelos 20 anos da banda. Com direito a versões desconstruídas de 41 bandas independentes, de 11 estados brasileiros, o disco traz uma diversidade de estilos e passeia pelo rock, rap, ska, punk, new wave, surf rock, rockabilly, shoegaze, rock alternativo, metal, stoner rock, brega, funk, noise rock, hardcore, psicodelia e folk.

“A ideia inicial era ter 20 bandas e ser lançado no fim do ano passado. No meio do processo conversando com o Jairo, atual baixista do Autoramas, e grande apoiador do projeto, fiquei sabendo que o ano das comemorações seria 2018. Logo adiei e com ajuda de amigos, fui atrás de artistas que tinham certa ligação com a história do AutoramasLittle Quail and The Mad Birds, e do próprio Gabriel. Deixando o tributo ainda mais sentimental.”, conta Rafael Chioccarello (Hits Perdidos), um dos organizadores do tributo 


Tributo Autoramas Pedro Gesualdi
Organizado pelo Hits Perdidos e Debbie Records, disco foi lançado em parceria com o selo paulista Aurora Discos.

Participam da coletânea: China, Nevilton, Camarones Orquestra Guitarrística, Marcelo Callado, Der Baum, Carbona (Part. Nervoso), Emicaeli, Combover, Bordines, Fábio Cardelli, Luiz Lopez, Estranhos Românticos, De Leve, Sammliz, Cattarse, Early Morning Sky, Nada em Vão, Gilber T, Paquetá, Asteroides Trio, Melvin & Os Inoxidáveis,

Burt Reynolds, Emerald Hill, Venus Café, Muff Burn Grace (Part. Dani Buarque – The Mönic), Guantas, Cachalote Fuzz, Stone House On Fire, Phantom Powers, Fones, Alterego, Letty and the Goos, Color For Shane, Thee Buttlers Orchestra, Old Books Room, Pedroluts, Orione Trio, Madame Rrose Sélavy, MonstroMonstro, Greyskull Chapel e Tripa Sexy.

Ouça: A 300 KM Por Hora

Distribuidora: Ditto Music
Selos: Hits Perdidos / Debbie Records e Aurora Discos
Lançamento: Dezembro / 2018
Capa Por: Pedro Gesualdi
Masterização Por: Aecio de Souza (Estúdio Aurora)



Disponível também no Deezer, Apple Music,
TIDAL, Google Play e Itunes Store


Confira também uma playlist com sons autorais
das bandas participantes no Spotify


O álbum foi lançado em parceria com o selo independente paulistano Aurora Discos, teve masterização realizada por Aecio de Souza, do Estúdio Aurora, tem sua capa idealizada mais uma vez pelo artista Pedro Gesualdi (Danger City) parceiro de tributos anteriores, e distribuição pela Ditto Music.

“Gosto como o resultado do tributo reflete o peso da influência dos Autoramas nesses 20 anos, e registra um pouco desse momento cultural diverso que estamos vivendo. São 41 bandas de todos os cantos do país que em algum momento foram tocadas pelo trabalho de uma banda independente incansável”, observa Débora Cassolatto. 

Esta é a terceira coletânea organizada pelo Hits Perdidos. Em 2016 foi lançado “O Pulso Ainda Pulsa“, disco em homenagem aos 30 anos do “Cabeça Dinossauro”, icônico disco dos Titãs. Já em 2017 foi lançado o tributo “O Mundo Ainda Não Está Pronto” que prestou homenagem aos 25 anos do Pato Fu, ambos projetos realizados em parceria com o blog Crush em Hi-Fi.

“Depois de organizar os tributos aos Titãs e ao Pato Fu, fiquei com vontade de prestar homenagem a uma banda que tivesse uma conexão forte com as bandas do independente.

Afinal de contas o Autoramas sempre esteve próximo apoiando e tocando junto aonde quer que fosse. Gabriel Thomaz é tão entusiasta do cenário independente que até mesmo criou uma premiação para prestigiar os melhores do ano, o Prêmio Gabriel Thomaz que faz parte da programação da SIM São Paulo, relembra Chioccarello

Premiere Bordines

Organizar uma coletânea como o tributo aos Autoramas (A 300 KM Por Hora) é um desafio por si só. Nunca se sabe quando o projeto se encerra, como será a recepção entre outras coisas.

Mas talvez a melhor coisa de todo o processo seja justamente as novas amizades que vão surgindo pelo caminho. Através do Jairo (baixista do Autoramas), único integrante da banda que sabia do projeto durante o andamento, pude conhecer o Lee Martinez no qual além de cultivar uma amizade com o grupo ainda é fã.

Logo que soube veio perguntar quais bandas que ele trabalha junto teriam a ver com a homenagem. Ao ouvir algumas enviei a lista das canções remanescentes e uma delas foi justamente “Surtei”, escolhida pelos porto alegrenses da Bordines.

“Quando o Lee Martinez nos falou sobre a oportunidade de sair na coletânea do Autoramas ficamos extremamente gratos, pois temos muito carinho pela banda, que sempre foi uma referência de artista independente, seja pela energia da banda, ou até mesmo pelo trabalho intenso que eles sempre fizeram.”, contou o baterista e percussionista Guilherme Boll


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Bordines deu um ar do rock inglês dos anos 90 a sua versão. – Foto Por: Carolina Ferronato

Formada em 2014, na capital gaúcha, a banda até então tem registrado um EP lançado em 2016 que lhes rendeu apresentações pelas principais casas de Porto Alegre e uma participação no cultuado Festival Morrostock.

Logo após a versão eles entraram em um hiato temporário mas antes disso eles gravaram um álbum que ainda será lançado (sabe-se lá Deus quando). Todo esse clima de suspense e muitas referências na manga só nos deixam curioso para o que está por vir.

Com prazo apertado para compor a versão, eles se desdobraram para finalizá-la como relata Boll. A canção foi gravada no dia 03/07/2018 no Estúdio Legato por Guilherme Schwertner, a produção é de Leandro Sá (Bidê ou Balde), os arranjos de Sá e do grupo. Já a produção executiva é assinada por Lee Martinez.

“O interessante é que os então integrantes da banda estavam todos muito atarefados com atividades extra musicais e o prazo para enviar a nossa versão acabou sendo apertado por nossos próprios compromissos.

Em razão de toda essa correria a gente confirmou em uma quinta feira a noite que iríamos participar. Na sexta ficamos o dia todo escutando a música original. Sábado compusemos e ensaiamos a nossa versão, tudo com auxilio do nosso produtor Leandro Sá, e no domingo mesmo iniciamos as gravações.

Depois de passar o domingo trancafiados no estúdio Legato gravando toda parte instrumental, e passar a madrugada de segunda gravando os vocais, a música foi terça feira para as mãos do Leonardo Braga, para fazer a mixagem. Em uma semana a música estava pronta, e estávamos todos (Banda + Lee e Sá) muito contentes com o resultado.”, relata o músico

O Clipe

Empolgados com o resultado das gravações e mirando uma divulgação mais ampla do trabalho, eles decidiram gravar um videoclipe.

O registro tem direção, montagem e fotografia assinados por Lucas Rafael Juswiak, o roteiro foi realizado coletivamente por Guilherme Boll, João Carneiro, Eduardo Guimarães e Lucas Rafael. Mariana da Rosa, Lucas Proença e Julia Accorsi ficaram responsáveis pelo figurino. Já a decoração foi realizada por Vera Lia Fortini Cavalheiro.

“Aproveitando o ritmo intenso em que produzimos e gravamos nossa versão, achamos que seria merecido fazer um clipe pra ela, tamanha a energia que sentimos com a música.

Assim, na mesma semana eu (Boll) e o João nos juntamos com nosso amigo e companheiro de “cena”, Eduardo Guimarães, e rabiscamos um roteiro para o clipe.

Com a aprovação de todos já chamamos o Lucas Juswiak, entre outros amigos, para entrar na equipe, e menos de uma semana depois já havíamos gravado o clipe, que é situado na casa dos meus avós, localizada na Rua Coronel Bordini, onde realizamos os primeiros ensaios da banda e de onde veio a ideia do nome Bordines.”, Relembra o percussionista



Para saber mais detalhes sobre os bastidores da versão conversamos com o João Carneiro, vocalista e guitarrista da banda gaúcha.

[Hits Perdidos] Como foi fazer a versão, onde buscaram inspirações para a reconstrução?

João Carneiro: “Um pouco antes de gravarmos essa versão, gravamos um disco – ainda não lançado (e sabe-se lá quando será) e produzido pelo Leandro Sá, guitarrista da Bidê ou Balde, que também produziu esse single -, em que pudemos explorar nossas influências (bem num processo de primeiro disco de banda mesmo) a fim de chegar mais perto de um som próprio – ousadia nossa dizer que temos um ‘som próprio’, mas é o que buscamos.

Então, nosso próprio disco (heheheheh piada com ‘som próprio’; nosso próprio disco) acabou servindo de inspiração para essa gravação que fizemos. E o que nos inspirou durante todo esse processo e tudo que veio antes – ou seja – respondendo a pergunta: Beatles, Rolling Stones, Paul McCartney (para as linhas de baixo, principalmente), Primal Scream, Kasabian, Oasis, Stone Roses, Os Mutantes, Chico Science, Jupiter Maçã, Erasmo Carlos, Jorge Ben, Tim Maia, Beastie Boys, Kula Shaker, KISS, Gorillaz, David Bowie, Bob Marley, Armandinho (sério), Beck, Planet Hemp, The Clash, Happy Mondays, New Order, Ian Brown, DeFalla, Ira! (….).

Enfim, um monte de coisa, muito do rock inglês da década de 90, o que se percebe provavelmente com facilidade, e em relação aos artistas brasileiros, tentamos sempre acrescentar o calor de elementos percussivos, por exemplo em surtei, em que usamos uma caixeta junto com bongôs… e é isso e mais um pouco.

Ou seja (2): essas são as influencias que ouvimos muito tempo antes e durante e depois da gravação do disco. São a referencia para o disco e para nossa vida. E esse single de Surtei tem influencia disso tudo, nossa própria influencia… inclusive porque a banda entrou em hiato após este surto.”

Considerações do Editor

Fato é que quem ouve a versão pode notar essa forte influência inglesa dos anos 90 e uma percussão caprichada – tão brasileira e quente – que te transporta direto para esta década tão rebelde do rock.

O videoclipe faz com que entremos ainda mais de cabeça no universo psicodélico e reverberante da versão que na primeira ouvida me levou direto para os discos do Primal Scream.

Aliás, uma boa dica para depois de ler este post é revisitar a discografia dos caras. Muito obrigado a banda pelo presente que é este videoclipe e pela digna participação no tributo organizado pelo Hits Perdidos em parceria com a Debbie Records.

Espero que retornem logo deste hiato com muita música autoral para que assim possam colher os frutos deste belo trabalho.

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