O folk é como o sopro de uma alma. Uma alma inquieta por transformação muitas vezes. Até por isso ao passar das décadas vimos o gênero musical se transformar tanto e ganhar tantas ramificações. Como o próprio nome diz ele carrega em seu nome a força do folclore e o poder da música regional.
O poder do regional que sobrevive a tantas investidas fortes da globalização em tentar deixar tudo padronizado. Mas o folk sempre resistiu nos trazendo belos nomes como The Carter Family, Bob Dylan, Neil Young, Cat Stevens, Holly Near, Joan Baez, Joni Mitchell, Leonard Cohen, Odetta, Tom Waits, Woody Guthrie, Billy Bragg, Johnny Cash.
Com o passar do tempo começaram a aparecer artistas que já flertavam com o alternativo. A partir disso começou uma onde de rótulos para tentar expor o diferencial e rótulos como indie folk, anti-folk, neofolk, freak folk começaram a surgir.
Dessa geração com um pézinho no alternativo artistas que costumam ter prestigio a partir da década de 70 são Nick Drake, Neutral Milk Hotel, Buffalo Springfield, Elliott Smith, Sufjan Stevens, Big Star, Wilco, Murder By Death, Devendra Banhart, Belle & Sebastian, Andrew Bird, Angel Olsen, The Magnetic Fields, Iron & Wine, Bright Eyes, Bill Callahan, She & Him, The Decemberists, Vic Chesnutt, Daughter, Sun Kill Moon, Deer Tick, Dry The River, Arcade Fire, Frank Turner, Sharon Van Etten, Fleet Foxes, Foxygen, Benjamin Gibbard entre outros.
O que só mostra como não há limites para a arte. No fim de julho pude conhecer o trabalho da banda Future Lives. O grupo vem da simpática cidade de Athens na Georgia, Estados Unidos, e no dia 27/07 lançou seu álbum de estreia, Mansions.
Como ele mesmo destacará, é o espírito e energia positiva da simpática cidade que faz com que as coisas fluam desta maneira tão harmônica, sincera e intensa.
Como é impossível juntar toda essa trupe para realizar os shows, muitos outros amigos e parceiros são recrutados para as turnês, muitos deles aprendem as canções a poucos dias dos eventos.
Uma das informações mais interessantes do release da banda justamente foi a maneira com que o som é descrito. De uma forma um tanto quanto bem humorada:
“Pre-punk, anti-folk, pop de tio de Athens, Ga. Fãs Neil Young, Belle & Sebastian e Neutral Milk Hotel irão curtir. Fãs de Stone Sour talvez não.”
Depois dessa ficou impossível não dar o play, tive até que elogiar e perguntar de onde foi a inspiração para falar sobre seu som de uma maneira tão na lata. A resposta foi certeira também quando rebate: “O que “Indie Folk” significa? Eu não sei o que indie significa mais.”
Pois é, o termo tem sido tão maltratado que só posso concordar com tal indignação. Ao meu ver justamente “indie” seria uma etapa que todas as bandas alguma hora da vida passarão e não um “estilo musical”. Porém vocês sabem como o mercado fonográfico AMA rotular artistas como meros produtos em uma prateleira. Por mais que parte do negócio seja um produto, eles são mais do que isso.
Brandon é um cara experiente na música. São 17 anos a frente do King Of Prussia banda de Folk Pop/Indie/Psicodélico, tendo vivido por três anos em Barcelona onde coleciona ótimas histórias que segundo ele mudaram até sua maneira de compor para sempre.
Natural da Califórnia ele se mudou ainda novo de lá e tem poucas lembranças. Sempre viu o lugar como misterioso por conta disso, tanto é que o álbum conta com uma faixa que ele fala justamente sobre sua relação e encantamento com o local.
Após lançar o trabalho mais recente do King Of Prussia e excursionar por 9 meses pelos EUA e Europa, ele estava já querendo compor algo novo mas não necessariamente com o grupo. Ideias e composições começaram a ganhar forma e ele começou a busca por membros que entendessem a proposta de som que ele estava disposto a fazer.
Segundo ele os próprios ares de Athens que o levaram a ter as novas ideias, tanto é que as composições traduzem a forma de encarar a vida e os bons acontecimentos que tem acontecido em sua vida. Sim, ele assina todas as composições. Os arranjos foram feitos de maneira coletiva, segundo ele em pouquíssimas tentativas de tão bons que são os 13 músicos que o acompanham. Entre os membros além de Brandon temos: Patrick Burke (Ex-Giving Tree Band), Nicholas Robbins (Velveteen Pink), Sarah Robbins, Benji Barton, John Neff (Ex-Drive By Trucker) e Cameron Steuart.
Uma coisa foi ligando a outra. Quando viu percebeu que o lendário produtor musical John Keane, que já trabalhou com artistas como R.E.M., Vic Chesnutt e 10.000 Maniacs, morava a poucas quadras de sua casa. O que não só facilitou todo o processo de gravação do disco como fez com que se desenvolvesse uma amizade. E tudo foi meio assim durante o processo, um amigo ligando a outro e a coisa foi acontecendo.
Future Lives – Mansions (Julho / 2017)
Se o folk vem do fundo da alma este disco toma este rumo desde seu início com “The Knowing” uma canção sobre as coisas simples do amor, a distância e a alegria do reencontro. A música conta com piano, violinos, elementos do country e melodias delicadas para contribuir na narrativa.
Com claras influências da soul music, rock psicodélico e alternativo de grupos como The Magnetic Fields, Belle and Sebastian, Wye Oak e a delicadeza das melodias do Bright Eyes, a seguinte “St. John’s Fair” até remete um pouco ao som do King Of Prussia, algo inevitável após tantos anos de banda.
O interessante é a construção da canção que começa psicodélica flertando com elementos da surf music mas que logo já desembarca em backin vocals dignos da soul music. A beleza da canção mora em cada detalhe que consegue transformar a faixa em algo fresco.
Ainda na metade da música temos o adendo de uma flauta que traz uma certa magia, e uma espécie de “chocalho” que juntos dão toda uma viajada na alucinante canção. Já em seu fim Brandon brinca com dois clássicos da música mundial: “Get Out Of My Cloud” dos Stones e “La Bamba” do Los Lobos.
Como o próprio nome diz “Kazakhstan” já começa com cânticos do oriente. Como dito por Brandon na Premiere da canção para a New Noise Magazine:
“É uma canção sobre estar cego de amor. O tipo de amor verdadeiro que faz com que alguém seus dias “errantes” para trás e nunca olhe para trás. Eu estive viajando por muito tempo, com amigos e em quartos de hotel. Para pagar contas, eu vendi posters de cultura pop para estudantes e escrevi perguntas para ACT test (Vestibular dos americanos). Eu tocava e gravava música quando eu fui. Essa é a primeira música que escrevi quando parei na Georgia após conhecer Shaliza, a pessoa que eu eventualmente pediria em casamento.
Tem uma parte da canção que se refere a uma história que minha mulher me contou sobre um amigo da família. A história de uma mulher – perto dos nove meses de gravidez – que vivia em um relacionamento abusivo na Califórnia quando ela conheceu uma pessoa que mais tarde viria se tornar seu marido. Os dois decidiram fugir juntos – eles acreditaram em sua Harley com apenas suas roupas nas costas e uma menina em sua barriga. Eles cruzaram o país juntos e nunca voltaram. Eles protegeram um ao outro. O amor de verdade venceu.”
Depois dessa bonita história nem tem muito o que falar, né? É olhar e apenas pensar em quantas possibilidades podemos ter mesmo nos nossos piores momentos. Se o amor é a única resposta como os Beatles e o Weezer já falaram, provavelmente a conclusão é válida.
Como fã de Billy Bragg e Leonard Cohen para mim “Dancin’ with the Stars” caiu como uma luva. Alguns trechos até de certa forma me lembram um pouco a maneira de cantar de artistas como Morrissey e David Bowie em certos trechos da faixa. O bluegrass também entra na panela da canção. Mais uma vez os belos backin vocals se destacam.
Antes de “Continental Drift Divide” temos um pequeno discurso de cerca de 20 segundos, “Preach”, sobre Deus. Que introduz muito bem uma canção com a levada gospel.
Lembram quando disse que a influência sulista traz todos estes elementos a obra? Então inevitável combinação nesta densa canção que emana energias e reflexões ao longo de seus 5 minutos. A espiritualidade, a paixão e o mistério moram em seus versos.
Dessa forma chegamos a sétima canção “Stumble On”. Esta que traz um recurso até então não usado no álbum, a gaita. Uma canção sobre os amores que a vida nos traz e as incertezas sobre quem será nosso “verdadeiro amor”. Não saber quem é e onde está. Uma faixa sobre as vezes que nos apaixonamos, terminamos e nos apaixonamos novamente. Sempre sendo algo diferente. Uma canção sobre nunca desistir de amar.
Ao ouvir o hit perdido do disco “The Strangest Dream” me veio a mente uma dos grandes, Daniel Johnston. Com apenas voz e violão ele segura boa parte da canção sozinho. Depois entram backin vocals e um trompete – alá Beirut – que dão ainda mais força a delicada e bonita canção que conta com o trecho:
“I didn’t call because you knew I loved you / I penned a tune for you instead.”
Na sequência temos a curtinha “Quotes” que lembra um pouco a levada do folk britânico, poderia ter sido escrita por Frank Turner ou Billy Bragg que eu acreditaria se me dissessem. Até o acento me soou um pouco british.
Assim chegamos a “Califórnia Vibe” está que segundo o próprio compositor é uma das mais pessoais canções que já escreveu e fala sobre seu encantamento com a Califórnia, estado onde nasceu.
“Eu nasci lá mas não morei lá por muito tempo, então Califórnia sempre teve seu ar misterioso, ainda familiar, para mim. De certa maneira é o fim do mundo – o mais distante Oeste da expansão do Mundo Ocidental. E de outras formas, é o começo de algo novo – algo excepcionalmente americano, cheio de aventura e novidade. Nesta canção para mim, representa atravessar tempos difíceis – se tornar, não ileso, mas uma melhor pessoa que quer fazer do mundo um lugar melhor que apenas estar lidando com corrigir injustiças do passado.”
Na sequência Barcelona, cidade que viveu por alguns anos, é novamente lembrada na rápida – e beatlemaníaca – “The Sound of Spain”. Apesar de curtinha ela mostra o lado mais alternativo e psicodélico do disco mais uma vez.
Para fechar o trabalho temos “Vanishers”, a mais pop do álbum. Ela fecha bem o disco pois consegue fundir o country com o alternativo e transformar tudo em uma grande ciranda. A maneira com que o disco se fecha ao som de violinos, batuques, piano e voz em fade-out mostra apenas como o ciclo de amor nunca se fecha.
Mansions, primeiro álbum do Future Lives é um disco romântico apaixonado com uma clara mensagem aos tempos em que vivemos: mesmo nas dificuldades podemos e devemos valorizar as coisas que realmente importam. No caso do disco, é o amor. Ele discorre sobre os acertos e erros.
Sobre a eterna busca pelo verdadeiro amor, nossos erros, tentativas, acertos e tropeços. Tudo isso com melodias certeiras, arranjos delicados, instrumentos que entram na hora certa e explorando sensações. Temos um disco que flutua entre o psicodélico, bebe da fonte do folk, flerta com o alternativo, dá espaço para o gospel e soul, e nos conduz por uma nova estrada cheia de caminhos e novas possibilidades. Assim como os discos de Bill Callahan e Wilco – na dobradinha com Billy Bragg – reconstruindo versos de Woody Guthrie (Mermaid Avenue, 1998) temos um disco de folk que sabe flertar com suas origens sem esquecer do moderno. Mas que tem como norte as garras do amor.
Confira agora a entrevista com Brandon:
[Hits Perdidos] Eu adorei a maneira como descrevem o som de vocês: “Pre-punk, anti-folk, pop de tio de Athens, Ga. Fãs Neil Young, Belle & Sebastian e Neutral Milk Hotel irão curtir. Fã Stone Sour talvez não.”. Eu acredito que descrever seu som é sempre uma pergunta chata e vocês transformara isso em algo divertido.
Brandon: “Sim, é sempre difícil escolher um estilo musical! Eu quero dizer, o que exatamente “Indie Folk” significa? Eu não sei o que indie significa mais. Então as vezes é melhor inventar uma definição própria. Ultimamente eu tenho dito as pessoas que tocamos “Spirit Folk”.”
De onde veio a ideia de criar esse super grupo?
Brandon: “Eu nunca pensei na banda como um super grupo. Eu (Brandon) tenho escrito canções para o King Of Prussia por muito tempo e estava pronto para começar algo novo Novas músicas, novo nome, novas pessoas. Então apenas reuni alguns amigos e adicionei amigos de amigos. Meu querido amigo Mina – que faz artes incríveis, fez o design de nossas camisetas e estrela em todos nossos videoclipes – e me apresentou John Neff, que agora toca pedal de aço conosco. Nosso baterista Nick e eu nos conhecemos a muitos anos através de um amigo em comum. Eu tive um show no Athfest marcado e precisava de um baterista de última hora. Nós planejamos fazer apenas 3 ou 4 canções juntos. Eu conheci Nick a apenas alguns minutos antes da passagem de som e ele tinha aprendido bastante de todas as músicas. O resto é história.
Para o álbum, Nick trouxe sua irmão Sarah para cantar e seu irmão Greg para tocar baixo durante a turnê. Eu trouxe meu amigo de longa data Pat de Chicago para tocar baixo e guitarra no disco e durante as turnês. Então nós trouxemos para a banda nosso amigo e baixista de turnê Benji e conhecemos os violinistas Cameron e Annie. Cameron será professor de Annie na UGA’s Music School no próximo semestre. Ao todo, quatorze incríveis pessoas tocaram neste disco. Athens é maravilhosa nesse sentido – todos são muito conectados.”
[Hits Perdidos] Todos músicos tem diferentes backgrounds e muitos projetos, como é o processo quando estão compondo novos sons? Vocês tem alguma espécie de ritual
Brandon: ” No Future Lives, eu escrevo as canções e levo elas para o resto da gangue. Aí então fazemos os arranjos juntos. Then we do the arranging together. Para o primeiro bloco de canções, fizemos o arranjo da mesma forma que gravamos. Agora que o projeto se juntou a mais de uma banda, nós iremos fazer os arranjos durante os ensaios. Todas as pessoas que toco junto são músicos incríveis – melhores músicos que eu jamais sonharia ser – o que fez disso algo fácil. Nós costumamos tocar uma nova canção duas ou três vezes e assim conseguimos com que tudo funcione.”
[Hits Perdidos] Como foi trabalhar com John Keane (R.E.M., Vic Chesnutt, Uncle Tupelo, 10,000 Maniacs)?
Brandon: “Incrível! Eu não pude acreditar, mas John mora a apenas alguns quarteirões da minha casa. Então eu podia ir caminhando para a casa dele para a casa dele para a mixagem. Ele é super relaxado e incrivelmente bom no que ele faz. Na maioria das vezes, nós fazíamos a mixagem com John, mas como alguns vocais. O que significa que eu tive a oportunidade de cantar no mesmo microfone Neumann que Michael Stripe (e muitos outros) cantaram. Athens, cara…é um lugar maravilhoso.”
[Hits Perdidos] Nos Estados Unidos vocês tem vários festivais folk/bluegrass/anti-folk festivals. Qual o seu favorito? E quão difícil é para agendar shows por aí?
Brandon: “Eu sempre gosto muito dos raros festivais que a Orange Twin Records organiza nas redondezas de Athens. Geralmente, eu não diria que é tão difícil marcar shows mas nunca é um processo divertido. Na maior parte do tempo, casas fora de sua cidade natal estão dispostas a marcar shows se você acha bandas locais para tocar junto. Isso geralmente é o desafio para a maioria das bandas. Nós tivemos sorte de tocar com incríveis bandas durante a última turnê, mas nos tomou bastante tempo e esforço para achá-las. Eu tenho certeza que a maioria das bandas americanas concordariam que a parte de conseguir datas é uma das menos divertidas tarefas de estar em uma banda…Eu preferiria estar escrevendo, gravando e tocando! Mas faz parte do trabalho.
[Hits Perdidos] Olhando para o passado, a industria fonográfica mudou e muitas pessoas ao redor do mundo podem gravar bons discos diretamente de casa e a cultura do streaming cresceu. O que vocês pensam sobre isso?
Brandon: “Eu acho que é bom. Puristas continuarão a comprar o disco em vinil e apenas significa que mais pessoas terão fácil acesso a sua música…o que as vezes significa que mais pessoas irão aos shows. Como amante da música, é incrível. Por exemplo, eu conheci a banda brasileira Boogarins online e descobri quão incrível eles eram antes mesmo de ter a oportunidade de vê-los tocando ao vivo em Athens. A partir disso eu comprei o vinil deles.”
[Hits Perdidos] Para alguém que não faz ideia do que está rolando na cena da Geórgia, quais artistas vocês recomendariam?
Brandon: “Em Athens em específico, Darnell Boys são demais. Elf Power lançou um ótimo novo disco. Pilgrim é incrível. Uma das minhas novíssimas bandas de indie pop é Wanda. Eles agora se chamam Avery Leigh’s Night Palace mas eu acredito que é ainda a mesma coisa. Em Atlanta, Small Reactions e Easter Island são incríveis.”
[Hits Perdidos] Vocês cruzaram os EUA e fizeram uma turnê na Europa. Como foi esta experiência? Qual a melhor e a pior parte de fazer uma turnê?
Brandon: “Eu amo fazer turnês. Eu amo estar na estrada com amigos, tocando com novas bandas e fazendo novos amigos pelo caminho. Eu gosto de viajar em geral, mas tem algo especial em ter uma razão para ir para a próxima cidade, além de apenas fazer coisas turísticas. Como, mesmo que lá tenha apenas poucas pessoas nos shows, elas estão lá para vê-lo. Isto é algo especial.
A pior parte de estar em uma turnê pode ser ter técnico de sons nas casas de show que não dão a mínima para nada. Mas isso não costuma acontecer muito. Em todos os nossos shows os técnicos de som tem sido incríveis.
Excursionar pela Europa é definitivamente diferente. Cada show é como se fosse um evento. As casas de show parecem mais animadas por ter você lá e as pessoas tentam te ouvir mais. E a comida melhor e te possibilita comprar bebidas melhores.
Mas também temos boas casas de show nos EUA, o que faz com que as turnês sejam renovadoras. Eu fiz um show solo com apenas um microfone e sem amplificador na Track House em Austin e eu não acredito que eu irei tocar novamente para um público melhor e mais engajado. E os outros artistas foram ridiculamente muito bons também. Então, eu penso que é mais sobre a casa de show, as pessoas que comandam ela, as pessoas que você toca do que a cidade e o país em si.
[Hits Perdidos] Enquanto estava compondo o álbum, o que te inspirou?
Brandon: “Minha mulher e nosso futuro juntos. O amor em todas suas várias formas. Comentar sobre o estado de nossa sociedade. Apenas como tudo pode ser bonito, mesmo nas horas mais difíceis.”
[Hits Perdidos] A música forma é uma maneira de se conectar com seu espírito e vibrações. Para você, quão poderosa a música pode ser?
Brandon: “Vivendo no sul, ser movido por vibrações espirituais é inevitável. É onde o gospel, soul e rock’n’roll começaram. E os jardins magnéticos em volta de Athens geram uma energia que tem, em parte, feito crescer alguma das melhores canções de todos os tempos. Eu sinto a energia e os espíritos em volta de mim!”
[Hits Perdidos] No disco do Future temos canções sobre a Califórnia e Espanha. Elas foram escritas durante as turnês? Como esses lugares tiveram impacto em vocês ao ponto de decidirem escrever sobre eles?
Brandon: “Morar em Barcelona, Espanha por três anos foi uma das mais incríveis experiências da minha vida. Eu me mudei para lá não sabendo a língua (agora eu falo em espanhol) e com apenas dois amigos morando lá. Quando você está fora de seu eixo, você nota mais detalhes… tudo parece mais intenso. Os altos são mais altos e os baixos são mais baixos. Eu acredito que meu tempo por lá e todos os incríveis amigos que eu conheci por lá mudaram a minha vida e minha maneira de compor para sempre.
“California Vibe” é uma das mais pessoais canções que eu escrevi na minha vida e uma das únicas canções que eu escrevi que é mais sobre mim do que sobre alguma pessoa ou outra coisa. Eu nasci lá mas não morei lá por muito tempo, então Califórnia sempre teve seu ar misterioso, ainda familiar, para mim. De certa maneira é o fim do mundo – o mais distante Oeste da expansão do Mundo Ocidental. E de outras formas, é o começo de algo novo – algo excepcionalmente americano, cheio de aventura e novidade. Nesta canção para mim, representa atravessar tempos difíceis – se tornar, não ileso, mas uma melhor pessoa que quer fazer do mundo um lugar melhor que apenas estar lidando com corrigir injustiças do passado.
[Hits Perdidos] Há linhas sobre encontrar Deus e perguntando sobre qual Deus foi encontrado no disco. Quão importante é a religião para você? E quais suas crenças?
Brandon: “Eu não posso falar pelos outros companheiros na banda, mas eu não considero nenhum de nós pessoas religiosas. Ali diz, eu acredito em amor. E eu acredito que algo tão lindo como o amor transcende a ciência, a biologia e uma explicação racional. Eu não seria tão egocêntrico em dizer que os seres humanos são a forma mais elevada e superior neste planeta ou universo.
Há coisas que não podemos ver ou provar mas mesmo assim existem. Há algo maior a partir do qual o amor (tudo o mais) se origina. Chamar isso de Deus, Allah, Vishnu, Mãe Natureza, jesus, ser supremo, consciência superior… tudo em nosso mundo tem uma origem, incluindo o universo e todos nós. Eu não me incomodo muito com os detalhes. Eu tento viver uma boa vida, escolher a leveza acima da escuridão e procurar luz sempre e onde eu puder.”
Playlist Future Lives
This post was published on 13 de setembro de 2017 1:00 pm
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