Hoje vamos falar de uma banda um tanto peculiar, uma banda que tem todo o perfil podreira cool no melhor estilo Läjä Records. Uma prova disso é o lema escolhido pelo power trio de Rio Claro – SP:
Punk, Refrão e Cachaça!
E referências a cultura pop brasileira não faltam no repertório do Garrafa Vazia. A começar pelo nome do conjunto que vem direto da Copa do Mundo de 90 – Era Pré 7×1, amigos – na qual a malandragem entrava em campo e valia TUDO para sair de campo classificado.
PS: Mesmo na era pré 7×1, a Alemanha levou o caneco naquele ano (é 7×1 todo dia, pode confirmar)
O nome vem diretamente da expressão de Osmar Santos – talvez o maior radialista esportivo que este país já teve – que soltou a bomba antes do jogo Camarões x Colômbia: “agora eu quero ver quem tem Garrafa Vazia pra vender!”.
Formado em 2009, a gangue é composta por Mário Mariones (vocais e baixo), Hebert (guitarra ~ descalça ~ e vocais) e Ralph Vast Aka. Vadio (tambores dançantes, vulgo bateria). Eles já tem três registros de estúdio Os Garrafa (2011), Greatest Shits (2013) e Back To Bacana (2014). Além de uma Pedrerage Sessions #1 – gravada em Piracicaba – e um split (2014) com Hippies not Dead (banda de 1995 da cidade de São Carlos).
Mas vamos falar de coisa séria:
Fui introduzido a banda através de uma tática de guerilha – via facebook – onde TUDO VALE para mostrar seu som. Com os seguintes dizeres:
Já ouviu Corotinho? Corotinho é o milagre no potinho!
Não demorou muito para depois de algumas risadas: prestar atenção no som dos caras. Me remeteu ao bom humor de bandas como Garotos Podres, Periferia S/A, Zumbis do Espaço, Muzzarelas (Campinas – SP), Gramofocas (Brasília – DF) aliado as ironias do punk brazuca dos anos 80 – Ratos de Porão e Olho Seco – e com aquela despretenção do punkrock clássico de 77.
O escárnio, a ironia, a bebedeira, a auto-destruição e polêmicas fazem do som da banda algo divertido e porque não dizer: te convocam para o pogo com uma caneca na mão em ritmo de Oktoberfest.
O trabalho que atualmente divulgam é o Back to Bacana (2014), no qual conta com oito sons – gravados no melhor estilo nu e cru – em poucas horas na sede da Pé de Macaco S/A (produtora independente de São Carlos – SP). A capa do disco foi concebida por Luiz Berger e remete muito a genial capa do disco Brasil (1988) do Ratos de Porão em uma versão ainda mais bagaceira.
O disquinho começa e termina como um torpedo, músicas curtas e é realmente um verdadeiro tributo álcoolico a bagaceira. Claramente não deve ser levado a sério e a gargalhada é liberada. Você percebe facilmente que a banda mais se diverte gravando do que se preocupa em deixar tudo certinho e careta.
Em pouco mais de 15 minutos, você já ouviu tudo e já aperta o play de novo na descobrir qual a letra mais engraçada do repertório. O destaque fica para “Incurável Coriza” no melhor estilo Garotos Podres de ser.
Mas se o som é um grande parque de diversões a identidade visual tem que acompanhar todo esse ritmo de fim de festa.
Os caras tem até uma música protestando contra o estilo consumista que de quebra brinca com um dos maiores clássicos do Reggae.
Em outra eles criaram uma espécie de filme de terror – alá Zumbis do Espaço – tirando onda com a programação lamentável da televisão brasileira.
Em “Geração Iogurte”, não sobra espaço para geração criada a leite de pêra se defender.
Com Garrafa Vazia, a diversão é garantida. Em breve o grupo pretende lançar mais um split e um novo disco com inéditas. Ficamos no aguardo mas temos a certeza que com Garrafa Vazia a diversão impera e não existe mal tempo.
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This post was published on 14 de outubro de 2015 5:02 pm
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