Ryan Adams transforma Taylor Swift em Trilha Sonora para caminhoneiro
No fim do ano passado a polêmica (e sexy) Taylor Swift lançou um disquinho que marcou sua transição definitiva do country para o pop (OK que eu nunca vi muito country no som que ela fazia mas né? nichos da indústria) com o disco 1989. O ábum é o quarto trabalho solo da cantora que coleciona – além de namoros e corações partidos – vários grammys.
O álbum chegou ao topo das principais paradas dos países de língua inglesa, ou seja, sucesso nas listas e nas pistas de dança. Para terem uma ideia do poder da cantora no solo americano: na semana de estreia, a loira vendeu cerca de 1,3 milhão de discos (e para que acha que é sorte: ela fez isso nos últimos 3 discos).
Já o county/punker/alt. country Ryan Adams, no ano passado conseguiu estabelecer um disco sólido e conceitual que caiu nas graças da crítica especializada, chamado 1984.
Mas calma, a coincidência de discos com nome de anos da década de 80 para por aí.
Com uma veia alá Bob Mould e seu Hüsker Dü, o álbum abraçou os 30 anos daquela cena de rock alternativo de Mineápolis, sim aquela que levava consigo Replacements numa rivialidade/irmandade sem fronteiras. “1984” foi abraçado e contemplado pela crítica, ganhando assim: ares de clássico cult.
Eis que no inicio de Agosto Ryan Adams, que estava em uma fase repleta de crises pessoais, confirmou via twitter que regravaria todas as músicas do álbum 1989 de Taylor Swift. Logo em seguida disse que havia acabado de finalizar um versão de “Style”.
Taylor ao ler tal notícia – após ser avisada pelo editor da Rolling Stone da Indonésia – super animada respondeu através de seu perfil que iria celebrar aquele dia todos os anos como um feriado. De bandeja e com certo ar de mistério, o cantor ainda afirmou que o disco teria uma levada melancólica alá The Smiths. Uma ansiedade pelo resultado final foi crescendo e o burburinho só aumentava a cada trecho que o músico postava em suas redes.
Com medo de possíveis vazamentos, Ryan, no último dia 17/09 disse que o lançamento digital ocorreria hoje (21/09) em todas as plataformas.
Chegou o grande dia e cansei de ler matérias com críticas – até que bastante positivas – sobre o álbum de versões. Algo que alimentou minha curiosidade em dar mais uma chance ao artista que chega ao seu décimo quinto álbum. Recebido com estranhamento por todos por sua aleatoriedade e marketing bem amarradinhos o álbum te provoca a ao menos desgustar em uma breve audição.
Como filho dos anos 80, Ryan tem suas influências bem cravadas em seu DNA e isso fica marcado a cada faixa: com sua áurea da década que caminha como um fantasma da ópera atrás dos melancólicos acordes.
A primeira parte do disco tem um magnetismo e melancolia do Pai de todos os caminhoneiros: Bruce Springsteen. Inclusive o mesmo afirmou em recente entrevista para a Rolling Stone sua intenção de tentar usar como disco de cabeceira o álbum Nebraska (1982) – aquele mesmo que tem como como Hit incontestável “Atlantic City”.
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É melancólica a re-leitura mas mesmo assim, podemos ver com o passar do álbum influências do The Smiths, do Echo & The Bunnymen, de country de raíz, e em certo momento de The Replacements. A experiência é única e te deixa por diversas vezes um pouco triste, coisa que seu contemporâneo – e já falecido – Elliott Smith fazia muito bem.
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O disco de Taylor que possuí cinco singles de trabalho, possuí três incontestáveis hits e que com certeza até para quem não acompanha de perto o trabalho da loira já ouviu em alguma rádio FM: “Shake It Off”,”Blank Space” e “Bad Blood”.
Ryan transforma elas com versões curiosas e com um tom de autenticidade que merece ser destacado.
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Já na faixa “How You Get a Girl” consigo ver uma semelhança entre ela e “Here Comes A Regular” do The Replacements. Mas como não sou dono da verdade deixo os comparativos para quem ficou curioso.
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BÔNUS
No mesmo dia Father John Misty me lança essas versões curiosas e estranhas que soam como uma re-leitura de Taylor Swift em versões alá Velvet Underground. Ouça “Blank Space” e “Welcome to New York”
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