The Gap Year e a volta ao mundo do Hardcore Melódico

Em tempos de revival – ao menos na gringa – do pop punk, gênero tão controverso, não é muito difícil em uma breve passagem pelo tumblr se deparar com alguma imagem do tipo:

O rótulo criado nos anos 90, depois da explosão de bandas como Rancid, Green Day e Offspring na califórnia, ganhou força com a geração seguinte. Dessa vez com um som um pouco mais pasteurizado ao mesmo tempo que mais acelerado.

Era o som da moda, o hardcore melódico. Bandas como Face To Face, Satanic Surfers, Lagwagon, Pulley, Avail, Strung Out foram se somando a algumas mais antigas como No Fun At All, Millencolin, Descendents e tiveram seu momento de maior ascenção. Muito disso por conta de festivais de música, como a Warped Tour que estava nascendo e abraçou toda essa cena. Para saber mais e tentar entender do que estou falando procure assistir os documentários: One Nine Nine Four e  No Room For Rockstars.

E o Brasil não ficou muito atrás, bandas como Hateen, Dead Fish, Noção de Nada, Garage Fuzz e Street Bulldogs marcaram época e fizeram história na cena underground tupiniquim.

Mas porque é tão comum encontrarmos essa imagem no tumblr?

Simples, o revival com uma geração totalmente nova chegou nos últimos anos, conseguindo resgatar com seus anos de idas e vindas na Warped Tour – festival que percorre o país (EUA) com mais de 50 bandas na garupa e leva a cena independente de Punk Rock / Hardcore / Post-Hardcore / Emo / Indie aos 4 cantos dos EUA.

E quem pensa que super limitado o número de subgêneros, se engana pois existem bandas que puxam mais para o hardcore melódico, como o Modern Baseball e o Elway.
Bandas que vão mais para o lado ”pop punk feliz” de bandas como New Found Glory, como por exemplo:  Man Overboard e Swellers.
Grupos que tentam reviver o emo mais melódico, como Tigers Jaw e Joyce Manor. Além de outras que se aventuram em misturar o punkrock bubblegum, de bandas como Ramones e Screeching Weasel,  com o hardcore melódico. O que gera grupos como o divertido Masked Intruder.

Mas que volta você deu hein? Ok, talvez tenha me empolgado um pouco.

Eis que esses dias o pessoal da banda The Gap Year me enviou o material e eu fiquei de dar uma conferida no som da banda, e ao ouví-los me lembrou de tudo isso. Principalmente dos tempos de moleque em que só queria saber de jogar vídeo-game, principalmente aquele jogo, Tony Hawk Pro Skater.

Este que marcou boa parte da minha geração, além do jogo ser divertido, a trilha sonora era convidativa e te introduzia facilmente no mundo do hardcore melódico, você estando disposto a ouvir ou não – para sorte de muitos.

E as influências dos caras provavelmente eu tenha citado no começo do texto. Eles citam bandas como Millencolin, The Bouncing Souls, Rancid, Against Me!, The Clash, Social Distortion dentre outras.

Mesmo que não tivessem falado, eu naturalmente associaria as levadas um pouco a pegada de Greg Attonito e seus ”Jersey Boys” do Bouncing Souls, baixo super pegado e som simples. Aliás, a banda quando veio ao país em 2009 – se não me engano – e fez um show super energético no Hangar 110, mas isso é papo para outra hora.

Aquele som que cativa e diverte toda galera que ”colava no Hangar” para andar na pista de Skate, e talvez depois ir conferir a um show do Gritando HC ou do Reffer. Simples e direto assim como o nome do primeiro EP lançado a pouco menos de três meses, Over Some Power Chords EP. Feito para se divertir com os amigos enquanto empunha uma cerveja.

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This post was published on 26 de junho de 2015 7:34 pm

Rafael Chioccarello

Editor-Chefe e Fundador do Hits Perdidos.

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